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KATRINA

-Empregadinho? –Kenedy repetiu cara a cara com Matheus, que não intimidou-se perante Kenedy.

-Empregadinho. –Matheus repetiu sorrindo com desdém.

Pronto! UFC ao vivo...

Levei minhas mãos até a minha cabeça, pensa Katrina, pensa!

-Para! –Berrei enquanto empurrava o corpo do Matheus para trás. –Não brigue, por favor... -Sussurrei enquanto o afastava. –Matheus, não! –Pedi outra vez.

Matheus revezou seu olhar entre mim e Kenedy, parecendo pensar sobre o que ia ou não fazer, mas confesso que suspirei aliviada assim que Matheus se afastou, dando alguns passos para trás e encarando Kenedy.

-O seu está guardado! –Kenedy ameaçou.

-Quando quiser. –Matheus sorriu com deboche, Kenedy então avançou pra cima dele novamente, mas me interpus entre ele.

-Para, Kenedy. –Pedi “tentando” afastá-lo. –Sem brigas! –Kenedy cerrou os punhos, olhei pra trás e vi o motivo, Matheus o encarava com um sorriso debochado formado em seus lábios, revirei os olhos, como ele era encrenqueiro! –Matheus, vai embora! –Gritei enquanto tentava levar Kenedy pra dentro novamente.

-Você está muito ferrado! –Kenedy ameaçou novamente. –Quando menos esperar, eu vou acabar com você! –Metheus ergueu as mãos o chamando para briga, foi então que Kenedy me “arremessou” para longe, com um único empurrão fui parar na grama, gritei com o impacto, mas na realidade não me machucou, foi apenas o susto e a brutalidade de seu gesto.

Segurei meu braço e fiz uma careta de dor, tentando fazer um dramalhão e conter aquele começo de briga.

-Você ficou louco, cara? –Matheus perguntou enquanto se aproximava de mim.

Kenedy não se abalou nem pareceu ligar pra mim, ele sabia que era fingimento, então foi muito carinhoso em segurar meu braço esquerdo e puxar-me para cima novamente, abraçando-me de lado e puxando-me para a casa, olhei rapidamente para o Matheus que observava a cena em segundo plano, meio desnorteado, fez menção de nos seguir, mas pareceu conter-se.

Kenedy trancou a porta e me soltou, distribuindo xingamentos enquanto pegava a chave e a levava para o quarto junto com ele... Agora só o que faltava, virar uma “refém”.

Grunhi frustrada enquanto corria para a janela, puxando a cortina e olhando o que se passava do lado de fora, Matheus ainda estava ali, pareceu prever que eu faria isso, e me esperou.

Ele falou algo que eu não consegui escutar, então fiz sinal para que ele se aproximasse da janela, e assim ele fez, abri uma fresta da janela e olhei para trás, observando se Kenedy se aproximava, mas felizmente deveria estar fazendo planos maquiavélicos contra o Matheus em seu quarto.

-Por que veio aqui? –Sussurrei.

-Precisava te ver. –Ele falou.

Simplesmente soltou essas palavras, que fizeram mil possibilidades surgir em minha mente.

-Me ver? -Repeti estupefata, e cheia de esperança presa em minha garganta, foi então que ele despejou um balde com água fria em minha cabeça.

-Claro, você tem uma obrigação comigo. -Respondeu.

Minha frustração fez com que uma forte sensação se instalasse em meu peito. Fechei os olhos e contei até quatro mentalmente, tentando não ofendê-lo, mas minha língua não me negou esse prazer.

-Vai se ferrar, Matheus! -Rosnei irritada enquanto afastava meu corpo da janela e tentava fechar a fresta, mas Matheus rapidamente segurou minha mão, impedindo que eu fechasse a janela em sua "cara".

Sentir sua mão tocar a minha foi eletrizante, pode até parecer bobagem, mas aquele pequeno gesto despercebido por ele, foi grandioso para mim, mas óbvio, tratei de puxar minha mão, o encarei de forma firme, e minha voz saiu mais dura do que eu poderia imaginar.

-Vai embora! -Falei mais uma vez tentando fechar a janela. -Vai procurar outra diversão, eu não estou mais disponível... -Atravessei minha mão pela grade, tentando empurrá-lo, ele se divertia com meus gestos, sua feição descontraída o denunciava, minha braveza era engraçada para ele. -Sua peste! Sai daqui, Matheus. -Ele agarrou minha mão, fazendo com que meu corpo batesse com violência contra o vidro, o olhei ainda mais irritada.

-Relaxa, bravinha... -Ele ainda segurava minha mão, e por aquele momento, me deixei levar, sendo guiada apenas pelo seu olhar azulado, que pela primeira vez, demonstrava alguma emoção. -Eu preciso realmente falar com você... -Fiquei em silêncio, o encarando.

Sua mão esquerda, ainda segurava meu braço, então ele usou a direita para pegar algo no bolso, mas um carro que entrou na rua chamou minha atenção, era o Pedro com as meninas... Um calafrio percorreu minha barriga, balancei meu braço e tentei puxá-lo, mas Matheus apenas sorriu e o segurou com mais firmaza. -Espera... -Falou ele.

Meus olhos tinham outro alvo, o carro de Pedro.

-Metheus, me larga! -Pedi outra fez, foi então que ele atendeu meu pedido, deslizando sua mão sobre a minha é deixando nela um papel branco, daqueles que anotamos em uma folha qualquer e rasgamos de qualquer jeito apressadamente, segurei o papel e o olhei com curiosidade.

Pronto!

Minha pressa havia acabado, de repente, saber do que se tratava aquele papel, parecia der muito importante e interessante.

-O endereço da minha casa. -Ele falou com naturalidade. -Quero que você vá... -Ele falou. -Essa noite. Às oito. -Finalizou. -O encarei com um sorriso zombeteiro nos lábios.

-Não vai me expulsar como da última vez? -O provoquei.

-Você é muito insolente, Katrina... -Matheus usou um tom de voz mais firme. -Te espero. -Ele falou, piscando para mim e afastando-se da janela com um sorriso provocativo nos lábios.

Ridículo... Era isso o que ele era. Um ridículo!

Pedro estacionou o carro atrás do Matheus, que embarcava em seu carro, as meninas saltaram e o olhavam com curiosidade, revezando o olhar entre ele e eu.

EVAWhere stories live. Discover now