086

1.7K 165 26
                                    

KATRINA

Assim que entrei, virei para encará-lo novamente.

-Senta. –Ele falou.

-Isso é uma ordem ou uma gentileza? –Perguntei com um sorriso zombeteiro, Matheus balançou a cabeça como se eu tivesse falado algo sem graça.

Fiz uma careta e fui até o enorme sofá de couro preto, sentando em um dos cantos, Matheus fez o mesmo, sentou do outro lado, deixando um certo vácuo entre a nos.

Ficamos em silêncio por certo tempo, apenas encarando um ao outro. No entanto, aquele silêncio me incomodava, o olhar dele naquele momento.

–E então... Me chamou pra brincarmos do jogo de silêncio?

Matheus bufou, sentando no sofá de maneira mais informal, afundando sua cabeça no encosto do sofá enquanto passa a mão pela sua face no que parecia ser um gesto de impaciência.

–O que foi? –Perguntei impaciente.

Matheus então murmurou algo que não consegui distinguir o que era, e depois virou sua atenção para mim.

-Quer beber alguma coisa? –Ele perguntou, desconsiderando todo esse momento estranho que rolou nos últimos minutos.

Mordi a parte interna da bochecha e resolvi “segui-lo” em sua mudança de assunto totalmente desproporcional.

-Por enquanto nada. –Falei. –Afinal, por que me chamou aqui? –Ele me olhou, pareceu ficar surpreso com a minha pergunta, mas apenas deu os ombros e lançou um sorrisinho no cantos dos lábios.

-Já disse, Katrina... Queria te ver. –Ele falou.

-Hum. –Falei. Não crie expectativas, Katrina, não crie expectativ... Droga! –Me ver? –Falei.

“E o prêmio de iludida do ano vai para... Katrina!"

-Uhun. –Ele falou com naturalidade. Sem querer, deixei um sorriso triste escapar. –O que foi?

-Nada... Quer dizer, na maioria das vezes você me destrata de todas as formas imagináveis e inimagináveis, e agora... Você está aí, dizendo que queria me ver. –Suspirei. –Pensei que me odiasse. –Falei.

A expressão do Matheus mudou, outra vez pareceu estar surpreso com minha revelação.

-Não te odeio. –Ele confessou.

-E também não gosta... –Sorri fraco. –Não é? –Ele ficou em silêncio. –Nem precisa responder... –Falei como se fosse obvio. –Olha, eu já vou. –Levantei ajeitando minha bolsa em meu ombro. –Obrigada pelo convite e pelas ofensas não despejadas essa noite.

Matheus continuou sentando, encarando enquanto eu caminhava ate a porta, mas para minha total surpresa, ele levantou e em gesto rápido, segurou minha mão, não igual ao Kenedy, era diferente... Seus dedos seguravam os meus, e o apertavam com cuidado, desci meu olhar para encarar nossas mãos, e ergui novamente para encará-lo, ele ainda segurava minha mão.

-Talvez eu goste de você. –Ele falou, e devo dizer que tive uma falência momentânea. –Um pouco... –Ele falou tentando soar “indiferente”, mas ele parecia estar tão nervoso, ou até mais que eu.

Comprimi os lábios tentando conter o sorriso, mas era quase inevitável. Matheus roubava toda minha sanidade...

-Gosta? –Perguntei completamente boba.

-Um pouco. –Ele falou.

Acabei sorrindo, sorrindo talvez de uma maneira que jamais havia pensando em sorrir. Eu podia ver o quanto Matheus havia ficado incomodado e inquieto após fazer tal revelação.

Ele ainda segurava minha mão, mas não fez menção de ter um contado mais fundo, eu então, segurei sua mão com certa força, ele fez o mesmo que eu havia feito minutos atrás, olhou para as nossas mãos, e depois ergueu o olhar para me encarar.

Matheus não disse nada, apenas soltou a minha mão e se aproximou ainda mais de mim, sua mão tocou o meu pescoço, e em gesto rápido, ele puxou o mesmo para perto de seu rosto, pressionando os seus lábios contra o meu.

E pela primeira vez em minha vida eu estava ganhando um beijo de verdade, eu podia sentir isso.

Sua mão ainda segurava o meu pescoço, e a outra ele posicionou em meu quadril, colando nossos corpos de uma maneira improvável, entreabri minha boca e sua lingua se fundiu com a minha, e sem pressa alguma ele passeava a mesma por toda extensão da minha boca, era como se todo o resto tivesse sumido em minha volta, e até o momento eu ainda estava parada feita uma estatua, foi então que levei minhas duas mãos em suas costas, fazendo com que sua camisa subisse e descesse conforme minha carícia mandava.

Era quase uma tortura o modo como sua mão passeava pelo meu corpo, ele levantou a lateral do meu vestido e distribuiu apertões ligeiramente fortes em minha coxa, fazendo com que cada centímetro do meu corpo arrepiasse ao sentir seu contato. Envolvi meus braços ao redor de seu pescoço, ele aproveitou a oportunidade para erguer meu corpo em seus braços, suas mãos seguravam meu corpo sem dificuldade alguma. Sua mão hora apertava, hora acariciava minha coxa, aquilo era um contato mínimo, mas não deixava de me deixar completamente mole em seus braços.

Matheus então, deu alguns passos até chegar ao sofá, onde acomodou meu corpo. Quando nossas bocas e corpos finalmente se separaram, e olhamos um para o outro, eu pude enfim encarar o dono do olhar azulado que tanto mexia comigo, ele não sorria, mas em seu olhar eu podia enxergar o desejo, a fome. Ele ficou em pé em minha frente, ele ergueu os braços e tirou sua camisa, jogando-a na mesa de centro, eu fiquei imóvel, apenas esperando sua ação, ele então curvou o corpo em minha direção, voltando a tomar meus lábios, eu ergui minha cabeça a procura de mais, segurei o rosto de Matheus entre minhas mãos, afim de sanar a minha loucura, mal sabia eu que a loucura nem havia começado. Matheus desceu a mão direita pelo meu vestido, acariciando minha barriga, e minha coxa, meu anseio por ele foi ao extremo.

Quando ele separou as minhas pernas e tocou a parte interna da minha coxa, devo dizer que naquele momento, o ar se esqueceu de entrar em meus pulmões.

EVAWhere stories live. Discover now