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KATRINA

-Você ficou muito linda com esse vestido, superou minhas expectativas... –Gabi falou sorrindo assim que entrou no quarto. –Vai, senta aí pra que eu possa ajeitar sem cabelo. –Assenti e puxei um puf roxo que ficava ao lado da porta. Gabi ficou certa de meia hora enrolando meu cabelo, e depois que terminou, prendeu boa parte com uma presilha de cor azulada, lembrava um pouco a cor do vestido, o resultado me agradou muito. Gabi contou que arrumava as meninas na boate, e que gostava de fazer isso, e até chegou a sonhar em ter seu próprio salão.

–Pronto! –Gabi afastou-se de mim como se tivesse “contemplando” o que havia acabado de fazer. –Perfeito! Ou melhor... Perfeita! –Ela sorriu e eu também.

-Obrigada, Gabi! –Falei levantando e olhando para o espelho. –Ficou muito lindo... –Falei ao encarar o resultado.

-Posso te maquiar também? –Ela falou erguendo uma maleta de maquiagem.

-Você não vai se atrasar para o serviço? –Perguntei com certo receio.

-Não! Me arrumo rapidinho, e podemos sair juntas... –Ela falou fazendo gesto para que eu me sentasse novamente, e assim fiz.

-Claro que pode então. –Falei sorrindo. Gabi tinha verdadeira maestria para mexer com maquiagem, ela usou diversas coisas em meu rosto, tive medo de não me reconhecer ao ver meu reflexo quando levantasse dali.

-Assim que você chegar, quero saber todos os detalhes... –Gabi falou assim que terminou de passar o batom em meus lábios.

-Pode deixar... –Falei animada.

-Se eu estiver dormindo, pode ir lá e me balançar até que eu acorde! Ok? –Ela me encarou séria e eu sorri enquanto assentia.

-Pode deixar! –Repeti a frase e Gabi sorriu brevemente.

-Pronto... Perfeita para reconquistar seu príncipe. –Gabi falou e se curvou, pegando os pincéis espalhados na cama da Letícia e guardando os mesmo em sua maleta. –Enquanto você termina de ser arrumar, vou tomar um banho de gato e me aprontar, aí saímos juntas. Tudo bem?

-Certo. –Falei e Gabi saiu do quarto. Tomei um verdadeiro banho de perfume, e coloquei alguns adereços que eu havia pego em minha casa. Depois de quase meia hora, Gabi apareceu na porta do quarto com sua bolsa em mãos.

-Vamos? –Ela falou e eu assenti.

Gabi me levou até o ponto de táxi que ficava perto do seu local de trabalho, me desejou boa sorte e seguiu seu caminho.
Por sorte, certa vez ouvi Matheus falando do endereço da festa ao telefone, e por ironia do destino, foi onde nos conhecemos... Foi meu primeiro dia nessa confusão.

Peguei o táxi e segui ate o endereço, tentei a todo custo distrair-me com as avenidas movimentadas da cidade, caso contrario entraria em pânico e pediria para o taxista fazer o caminho contrario.

Vinte minutos mais tarde lá estava eu, encarando o prédio já com uma grande concentração de pessoas na porta. Homens e mulheres vestidos da melhor maneira possível. Mas era notável que metade daquelas mulheres eram acompanhantes, as roupas e olhares maliciosos das duas partes as entregavam.

Vi alguns caras no qual já haviam me contratado, por sorte não me viram, ou não me reconheceram, pois apenas passaram reto. Caminhei em passos inseguros e lentos até a pequena recepção onde uma ruiva com um salto absurdamente alto verificava os nomes das pessoas em sua lista.

Assim que cheguei perto dela, a mesma me olhou de cima a baixo com certo descaso, ignorei a empatia dela e sorri da maneira mais amigável possível.

-Olá, boa noite! –Falei e outra vez ganhei seu olhar esverdeado, agora com ainda mais empatia. –Você sabe me informar se o Matheus já chegou? –Dessa vez fui ignorada por completo, ela olhou para sua lista e fingiu que não havia ninguém ali com ela. Miserável! –Você é muito atenciosa, sabia? –Falei incapaz de reprimir minha fúria. –Quando o Matheus chegar, vou fazer questão de informar o quão exemplar você foi com os convidados dele! –A ruiva ergueu o olhar e sorriu sem mostrar os dentes. –Está duvidando? Pois bem. –Sorri da mesma maneira e virei as costas.

-Já que conhece o senhor Krieger tão bem... –A ruiva falou e eu voltei a encará-la, era notável seu descaso. –Por que seu nome não está na lista? Ou melhor, por que você não esta na companhia dele? –Ela ergueu a sobrancelha. –Está na cara que você é aquelas garotas vulgares que tentam entrar em festas cheias de empresários ricos, e grudar em algum. Já despachei duas essa noite, você é a terceira, florzinha. –Antes que eu pudesse dizer algo, alguns convidados chegaram na recepção, a ruiva assumiu uma postura completamente diferente, um olhar meigo e um sorriso gentil. Que desgraçada!

-Você é incrivelmente debochada. –Falei assim que tornamos a ficar sozinhas.

-Se eu fosse você desistiria, aproveitaria esse vestido e iria pra alguma balada, de repente você tem mais sorte com algum garoto rico. Meu conselho? Comece por baixo e não seja tão ambiciosa assim, amorzinho! Comigo aqui, você não vai entrar. –Ela piscou e mirou seu olhar pra frente. Mesmo irritada, e um pouco envergonhada pela situação, contei até dez, ergui minha cabeça e olhei pra frente. Logo Matheus chegaria e essa ruiva de farmácia iria ter o dela.
Depois de uns quinze minutos para ali, comecei a ficar envergonhada, pois boa parte das mulheres começavam a me olhar da mesma maneira que a ruiva, com certo descaso, como se eu realmente fosse alguma caça dote.

Já impaciente com uma vontade enorme e ir embora, vi que um carro parou afastado do prédio, de lá desceram as meninas: Joice, Camila e Valentina. Ambas vestidas da melhor maneira possível. Para minha sorte, a pessoa que guiava o carro não desceu, só as deixou ali e seguiu seu caminho e eu pude respirar aliviada, ver Kenedy naquele momento frustraria completamente meus planos.

Uma a uma as meninas se aproximaram da recepção agora com seus pares, a primeira foi a Joice, seu rosto foi um grande poema, a surpresa foi tamanha que a ela até travou, fazendo o homem ao seu lado também parasse.

EVAWhere stories live. Discover now