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KATRINA

Permaneci imóvel, pensando na provável confusão que estaria por vir.

Levantei e paguei minha bolsa, e empurrei a cadeira. Caminhei em passos cautelosos até a sala, fiquei em pé ao lado da porta por alguns minutos até que vi Matheus aparecer no topo da escada.

Ele falava com alguém no celular, então desceu os degraus rapidamente, trocou um 'até mais tarde' com a pessoa e finalizou a ligação.

O olhei e ele passou direto por mim, indo até a mesa de centro e pegando seus pertences, eu continuava a olhá-lo, vestia calça jeans, camisa clara e um casaco escuro... Nem preciso dizer o quanto aquele homem era bonito!

Arrancava olhares onde quer que passava, com essa beleza, segurança e a cara de: "ninguém é bom o bastante para mim, mortais!".

-Katrina? –Matheus passou a mão na frente de meu rosto, resgatando-me desse devaneio.

-É... Oi? –Falei esfregando o rosto.

-Vem. Vamos. –Ele pegou minha mão e praticamente me arrastou até seu carro, toda vez que eu tentava contestá-lo, recebia um olhar sério e gélido, então resolvi me calar.

Tanto faz pra onde ele estava me levando, pois voltar pra “casa”, agora não era a opção mais agradável.

Matheus dirigiu com pressa, mal olhava pra mim, e quando parou, foi em frente a uma casa que era familiar... Ah! Claro... Sua irmã.

-Por que parou aqui? –Perguntei enquanto o olhava, Matheus apressado, tirou seu cinto e fez o mesmo com o meu, era tanta pressa que ele estava me colocando em suas costas e levando-me para dentro como uma criancinha.

-Desce logo, Katrina! Só pergunta e pergunta. Para de contestar e me obedece pelo menos um vez. –Ele falou irritado.

Me calei e o obedeci, tirando o cinto e saltando do carro, mas claro, bati a porta do seu carro com certa força, não seria eu se não fizesse isso, afim, apesar de estar me ajudando, não era motivo pra gritar ou agir de maneira grosseira comigo.

–Como você é chata! –Ele murmurou irritado e eu dei os ombros.

Esperei por ele, e assim que chegou, caminhamos lado a lado com certa distancia até chegar a entrada, Matheus tocou a campainha, dois segundos depois voltou a tocar, foi esse barulho irritante até que uma mulher de meia idade vestida com um uniforme abriu a porta.

Matheus passou por ela como um furacão sem nem ao menos desejar um “bom dia”, sorri para ela assim que entrei, era retribuiu com um sorriso sem jeito.

–Cadê a Sophia? –Matheus perguntou olhando em volta.

-Nos fundos, senhor. –A mulher respondeu, Matheus então entrou em um amplo corredor e entrou na ultima porta, o segui e cheguei a uma varanda, desci uns três degraus e dei de cara com o jardim do dia da festa, agora sendo dia, ele era ainda mais bonito e verde, uma piscina no centro e varias mesas estilo brancas a cercavam com um grande guarda-sol branco sobre elas. Tudo muito chique.

Matheus atravessou o jardim e foi até sua irmã, que estava sentada em uma dessas mesas lendo um livro distraidamente.

Ele tocou seu ombro e só então ela notou sua presença, sorrindo brandamente enquanto levantava-se para dar um abraço em seu irmão.

Caminhei sem jeito até eles, e ela quando me viu, deu o mesmo sorriso que ofereceu a Matheus segundos antes.

-Você a trouxe novamente! –Ela falou sorridente.

-Oi... –Falei completamente sem jeito.

Matheus impaciente bufou e passou a mão na nuca, fazendo com que olhássemos para ele.

-Sempre impaciente e birrento. –Sua irmã falou o censurando.

Matheus balançou a cabeça e pegou o celular no bolso, chegando algo que acabará de chegar.

–Afinal, a que devo a honra de sua majestosa presença? –Sophia brincou.

-Engraçadinha! –Matheus a olhou de maneira seria. –Você não vive reclamando que estava sozinha? Pois então, trouxe companhia. –Ele passou a mão em meu ombro e praticamente me empurrou na direção de sua irmã, que o olhou incrédula, mas antes que ela pudesse falar algo, eu falei.

-Matheus! –Gritei. –Seu bruto! –Falei irritada. Ele sorriu torto e voltou sua atenção a mim.

-Eu vou sair. –Ele falou. –Venho te buscar mais tarde, e antes disso, nem sequer pense em sair daqui, estamos entendidos? –Quando estava prestes a dar outra resposta desaforada para ele, ele continuou a falar. –Venho buscá-la mais tarde, não a deixe sair, Sophia. –Ele falou como um alerta.

Oi?! Porque agir como se eu fosse uma menininha de dez anos? Aquilo era patético!

Ele aproximou-se, dando um beijo na testa da sua irmã, obviamente não fez o mesmo comigo, apenas me olhou e lançou-me um alerta.

–Obedeça. –Ele falou outra vez, antes de sair jardim a fora e fazer o caminho reverso.

Sophia olhou pra mim, e eu para ela.

-Um verdadeiro príncipe. –Ela falou.

-Totalmente. –Completei.

EVAWhere stories live. Discover now