20/07/2018

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Estou desnorteado ainda, não acredito como fomos ingênuos e vacilamos feio assim, com toda aquela emoção de novos sobreviventes e a gravidez da minha mãe esquecemos-nos de verificar a quantidade de zumbis que estavam em nossa porta. Já estávamos tão habituados com aqueles sons que não nos demos conta de que a quantidade de zumbis aumentou tanto. Bastaram apenas duas semanas e a quantidade de zumbis deu um salto inacreditável, aquela rua que nunca teve mais que 35 zumbis está repleta deles agora, não sei bem ao certo, mas duvido muito que tenha menos de 80 deles agora.

São 11h30m da manhã e vamos ver se o plano da moto vai dar certo, meu pai, Edinho e Kleber já se preparam para subir no telhado, pegaram as últimas lanças, 6 coquetéis molotov e as armas, estou na sala verificando as portas e com o revolver na cintura. Todos além de nós estão dentro de casa e vamos tentar acabar com esses desgraçados agora.

Agora são 14h da tarde felizmente conseguimos dizimar toda horda de zumbis que habitavam em nossa rua. Meu pai junto com Kleber e Edinho jogaram os coquetéis na rua, dois caíram bem em cima da moto que pegou fogo logo em seguida, mas algo estava errado, ela custava a explodir e só Edinho percebeu algo óbvio, toda aquela chuva lavou os panos que ensopei de gasolina, foi uma burrice sem tamanho aquele plano, mas só hoje a nossa ficha caiu, logo hoje quando precisamos da droga do plano ele tende a falhar.

Eu não acreditei que aquilo estava acontecendo e descarreguei a 38 nos zumbis, derrubei cinco deles, cinco deles, nossa,pra aquela quantidade de zumbis não era nada. Olhei para cima e lá foram mais dois coquetéis molotov e a moto continuava em chamas, mas quando menos esperamos ela enfim explodiu.

O plano que parecia um fracasso de alguma forma funcionou, a moto explodiu e junto com ela foram embora vários deles, a maior parte morreu com a explosão, outros queimaram até morrer de uma vez por toda, o trio ternura jogou nossas últimas lanças e eu fui junto com Edinho derrubar os últimos zumbis que permaneciam vivos.

Usamos casacos de chuva que tínhamos para andar de moto, aquilo é bastante grosso e acho que seguraria uma ou duas mordidas, usamos calças jeans e a parte de baixo do casaco de chuva e botas, além de óculos e fita adesiva na boca, aquela espécie de vírus estava no sangue dos zumbis não poderíamos arriscar que uma gota de sangue caísse nos nossos olhos ou boca e nos condenassem de uma vez.

Saímos os dois com os facões em punho, estávamos pesados por conta das roupas mas era a única forma que tínhamos de nos proteger, tinham vários zumbis em pedaços pelo chão, alguns dos desgraçados se mexiam mesmo assim mas não demos bola pra esses, os que nos preocupavam eram os que ainda estavam de pé.

Assim que nos viram vieram em nossa direção, alguns eram mais rápidos que os outros, talvez pelos ferimentos ou pelo tempo que estão assim, não sei bem, mas a questão é que subestimamos esses bichos. O primeiro que chegou até mim foi mais rápido do que eu pensava, acertei o primeiro golpe com o facão próximo ao pescoço dele, a lâmina esbarrou no braço do desgraçado antes e não consegui acertar em cheio o que acabou não sendo o bastante para pará-lo, acabei tropeçando e ele caiu por cima de mim.

O empurrei o mais rápido e forte que pude, não era tão pesado e consegui tirá-lo de cima de mim, Edinho estava perto e acertou o desgraçado bem na cabeça antes que conseguisse se levantar. Me recompus rápido e acenei com a cabeça agradecendo ao meu tio, me virei e voltei a atenção aos zumbis e mais um caminhava na minha direção, esse estava mais lento e era mais fraco, estava completamente queimado e não foi difícil de ser morto, bom se é que essas coisas são vivas, um golpe certeiro na lateral da cabeça e esse foi abaixo com mais alguns pisões na cabeça pra se certificar.

Enquanto pisava na cabeça do zumbi ouvi meu tio pedir ajuda e tinham dois em cima dele, corri e me joguei em um deles o jogando próximo a calçada, o portão da casa se abriu e meu pai e Kleber saíram pra ajudar, consegui matar o segundo zumbi junto com meu tio e o outro não deu trabalho pro meu pai. Kleber atirou em mais dois que se aproximavam e corremos pra dentro de casa.

Isso foi uma loucura, demos sorte em estar vivos e bem, as jaquetas foram muito úteis e salvaram meu tio de ser mordido, foi por pouco dessa vez, demos sorte de alguns zumbis que estavam mais abaixo da rua não chegaram até nós , temos que ter mais cuidado ao enfrentar essas coisas no corpo a corpo da próxima vez.

Estou exausto, só quero dormir.


Diário de Um SobreviventeWhere stories live. Discover now