17/09/2018

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Hoje acordei um pouco melhor, minha cabeça ainda dói, mas não tanto como antes. O outro grupo nos passou um rádio hoje, Edinho falou com Wendell e relatou o que aconteceu no dia 09, falou sobre o acidente, a morte de Kleber e dos nossos suprimentos.

Temos pouca comida, duraremos mais duas semanas e meia com o que temos na dispensa, as coisas que vieram nas bolsas não vão durar muito, a maior parte explodiu junto com o carro. Precisaremos sair novamente em duas semanas, mas agora não temos um carro de apoio e nossas munições estão no fim, não temos lanças só os facões e o pé de cabra. A 765 ficou com Kleber, não temos mais munições calibre 38 e apenas meio pente de 9 mm. Não vamos conseguir realizar uma patrulha com apenas isto e meu pai não vai poder dirigir, pelo menos não nas próximas semanas. Não temos este tempo e precisamos fazer algo para sobreviver.

O grupo beta nos ofereceu alimento e munições, mas vamos ter que atravessar o bairro novamente para chegar a eles. Eu ainda estou machucado não posso correr, Edinho está menos ferido, mas é muito ariscado ele ir só.

Temos que pensar em algo rápido, ou o nosso fim será eminente..

19/09/2018

Eu ainda estou me recuperando, minha dor de cabeça passou, mas não tive melhoras no tornozelo. Meu pai ainda está mal, não conseguiu se levantar da cama até agora e parece que não vai conseguir tão cedo. Ele caiu uma vez de moto e sofreu um corte na perna, precisou de quase 1 mês pra conseguir andar normalmente, esse ferimento foi bem mais grave e ele vai precisar de mais tempo.

Meu tio está bem, apenas com alguns hematomas, ele está pensando em ir até o abrigo do grupo beta para pegar comida, mas tento desencorajá-lo, é suicídio sair com apenas estas armas e ainda por cima desacompanhado. O clima continua tenso na casa, Ana começou a superar o que aconteceu, mas a possibilidade de uma conversa entre nós é no mínimo remota.

Eu não queria que isto estivesse acontecendo, já estamos passando por uma péssima era e ainda por cima estes desentendimentos internos só pioram as coisas. Tenho medo que o grupo comece a se dividir, os pais de Thamara se afastam cada vez mais, as brigas entre Débora e Ana são cada vez mais constantes e intensas, o grupo hoje está quase que sem liderança e ainda temos o problema da falta de comida e água, os recipientes estão a menos da metade e não vão durar tanto tempo, os antibióticos estão no fim, temos poucas gases e apenas algumas garrafas de água destilada.

Se as coisas pareciam ruins há alguns meses, só tendem a piorar de agora em diante.

23/09/2018

É hoje. São seis meses desde o começo da infecção e nossa situação só piora, mal temos comida e o cerco está se fechando, os zumbis aos poucos começam a repovoar a rua. Agora estão em cerca de 30. Nossos suprimentos estão perto do fim e todos estão preocupados com isso. Cessamos os banhos há uma semana, só estamos usando a água pra beber.

Eu estive conversando com Edinho hoje e ele me sugeriu uma idéia. Já que atravessar o bairro nesta situação é muito arriscado, podemos pular os muros das casas vizinhas e vasculhar as despensas atrás de algo. Sei que a idéia parece obvia e muito estúpida, mas é a única coisa que podemos fazer no momento.

Ninguém se prepara para tal situação, mas não fomos pegos tão de surpresa. Nós tivemos quase duas semanas até que o caos realmente tomasse conta da cidade. Espero que alguns dos nossos antigos vizinhos tenham estocado nem que seja alguns poucos alimentos em conserva


Diário de Um SobreviventeΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα