26/11/2018(Continuação)

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- Mas que droga é essa, Jotah? – Barbara indagou transtornada.

- Tem alguém ali. – Falei apontando para um carro uns 30 metros a nossa frente.

Voltamos pro beco para certificar que ninguém nos veria e conferimos mais uma vez o avanço dos zumbis que a esse momento já alcançavam a metade da passagem por onde viemos.

- O que vamos fazer? – Barbara perguntou cochichando.

- Vamos tomar aquele carro. – Falei como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Como vamos fazer isso? Você já viu as armas que aqueles homens têm?

- Eu não estou vendo homem nenhuma lá. É a nossa chance. Vamos! – Falei indo a frente.

Barbara me seguiu de perto e quando estávamos na metade do caminho eu pedi para ela diminuir o passo e me deixar ir à frente, assim caso fosse uma emboscada não seriamos os dois pegos e ela teria chance de revidar.

Caminhei agachado pela lateral da rua e logo já estava encostado na traseira de um carro abandonado parado um pouco atrás do nosso alvo. Barbara tinha ficado atrás da pilastra da marquise de um prédio um pouco atrás me dando cobertura.

Avancei mais um pouco e assim que me levantei ao lado da janela do motorista fui surpreendido por alguém pressionando uma arma contra minha nuca.

- Fica quietinho ai seu merda! – A voz masculina bravejou.

Levantei as mãos segurando o arco em uma delas. Não disse nada até que poucos segundos depois ouvi a voz de Barbara:

- Ei otário.

O homem se virou num reflexo para ver quem falava aquilo e eu não perdi tempo em me virar também, mas não para saber de quem era a voz e sim para acertar um golpe preciso na cabeça do homem usando meu arco.

Consegui acertar em cheio na cabeça dele que caiu no chão aturdido, ele nem sequer teve tempo de esboçar alguma reação. Fui rápido em abrir a porta do carro e me posicionar no banco do motorista enquanto Barbara tomava a arma da mão do homem semi-inconsciente no chão.

Tentei ligar o carro mas vi que a chave não estava na ignição, baixei o quebra sol e não havia nada lá, vasculhei rápido o porta luvas e também não tive êxito e já estava me virando em direção a janela para pedir que Barbara revistasse o homem atrás das chaves, mas ela foi mais rápida que eu e antes mesmo de eu pedir ela já arremessou as chaves pela janela e entrou no carro pela porta traseira.

Até então mais ninguém havia notado nossa presença, a não ser o cara apagado no chão ao lado do carro, mas assim que liguei o motor e arranquei dali ouvi gritos e tiros foram disparados contra nós. Barbara pulou pro banco da frente e eu mandei que ela se abaixasse enquanto dirigia a toda velocidade tentando sair do raio de ação deles.

Não demorou muito até a potente caminhonete alcançar a esquina mais próxima e eu segui pela rua à direita indo em direção ao nosso prédio. Não podíamos perder tempo, eu sabia que aqueles homens não nos alcançariam a pé mas sei também que eles não estão sozinhos e seus parceiros que estão com o outro carro devem estar por perto.

Aproveitei a robustez da caminhonete para atropelar os zumbis pelo caminho, confesso que não só pra poupar tempo reduzindo a velocidade para desviar deles mas também pela felicidade em esmagar algumas dessas coisas.

Não demorou muito para alcançarmos a rua do nosso prédio e eu buzinei com tudo para chamar atenção de Edinho e Natalia. Barbara projetou parte do corpo pela janela balançando as mãos para evitar que eles nos confundissem e acabassem atirando em nós. Quando buzinei não havia passado pela minha cabeça essa situação e balancei a cabeça positivamente pra ela em sinal de agradecimento pela atitude.

Diário de Um SobreviventeWhere stories live. Discover now