20/01/2019

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Cheguei ontem à cidade um pouco antes do anoitecer e tomei um baita susto no caminho até daqui. Uns 8 km após sair do condomínio me deparei com um bando gigantesco de mordedores atravessando a estrada. Eles cruzaram a rodovia e seguiram na direção de um descampado ao lado da estrada.

Eram realmente muitos, com certeza mais de uma centena deles. Faz bastante tempo que não cruzo com um bando grande assim e me certifiquei de ficar o mais quieto o possível para não acabar chamando atenção. Me esgueirei por trás de um carro abandonado e esperei que todo o bando atravessasse e se distanciasse dali para que eu pudesse seguir caminho.

Depois daí não tive mais surpresas e consegui chegar à cidade sem mais delongas. A chuva que eu esperava a noite realmente caiu e ainda bem que eu estava num lugar seguro o suficiente para enfrentá-la. A chuva foi forte e durou boa parte da noite e madrugada, recheada de relâmpagos que faziam a noite virar dia e trovões que tremiam as janelas da pequena loja em que me escondi.

Assim como acordei com Frank, fiquei em uma das lojas na primeira rua da cidade e logo que amanheceu despertei e esperei sua chegada. Combinamos as 9 h então ainda falta um tempo até a sua chegada e eu preferi fazer um café durante a espera.

Procurei um fogão ou qualquer coisa que me ajudasse a esquentar água pro café mas na loja de tecidos onde eu estava não havia nada de útil para isso, então sai à rua em busca de outro local.

Fitei as edificações do lado esquerdo e direito mas não vi nenhuma que aparentasse ter algo para me ajudar com a missão do café: Um frigorífico, uma loja de piscinas, uma oficina e de carros... Decidi ser melhor caminhar mais unas ruas à frente e ir até uma casa mesmo.

Caminhei pelo decorrer da rua esperando logo alcançar uma casa onde eu pudesse usar o fogão. Precisei sair da rua onde estava para isso e por um momento ponderei sobre minhas coisas que deixei na loja de tecidos mas segui em frente. Trouxe comigo apenas a pistola e o pacote de café.

Em uma rua paralela mais a frente me deparei com casas e enquanto seguia caminhando procurei a que aparentasse mais inteira e de mais fácil acesso. Não muito mais a frente avistei uma casa amarela de muros baixos e optei por ela.

Pulei o pequeno muro sem dificuldades e tive acesso ao jardim da casa, dei a primeira vista por fora e tudo parecia ok. A casa apresentava muitas janelas então decidi abrir o máximo possível delas por fora para clarear e avistar o interior da casa antes de entrar.

Circundei a residência fazendo isso e não avistei nada perigoso então ao chegar à porta dos fundos entrei. A porta estava emperrada mas nada que um pouco de força não resolvesse. Dei de cara com a cozinha e fui direto conferir se o fogão funcionava e para a minha felicidade, sim.

Acendi uma das bocas do fogão e deixei a água esquentando enquanto procurava um coador. Não queria ter andado até ali para fazer apenas uma xícara então também vasculhei os armários em busca de uma garrafa térmica, que encontrei na terceira porta que abri.

Ao aprontar o café me senti numa cadeira visando o quintal degradado da casa enquanto bebia em uma xícara vermelha e ao olhar o relógio vi que ainda iria marcar 7 horas da manhã. Apreciei aquele momento de calma por um tempo até terminar a xícara e pus o resto do café na garrafa térmica. Não tive vontade de vasculhar o resto da casa então voltei até a loja de onde havia partido para esperar a chegada de Frank.

Ao chegar à esquina da rua da loja avistei um zumbi bem mais a frente e saquei a pistola, o coloquei na mira mas não atirei. Ele estava distante e longe do meu caminho, ponderei que seria desnecessário gastar essa munição.

Diário de Um SobreviventeWhere stories live. Discover now