Diário de Um Sobrevivente

28/10/2018

Algo inesperado aconteceu hoje de madrugada e por conta disso adiamos a viagem. Acordei hoje pela manhã e notei algo estranho, meu avô ainda não tinha acordado. Fui até o quarto onde ele estava e ela ainda estava na cama. Já eram 07h14m e não era normal ele dormi por tanto tempo, tentei acordá-lo e só aí notei que ele estava morto.

Meu avô morreu por causas naturais enquanto dormia e nesses tempos enfrentados por nós essa parece ser a única saída. A minha família está abalada e o sentimento de tristeza se espalhou por todo grupo, uma viagem hoje está completamente fora de cogitação. Wendell e Rodrigo saíram para fazer uma cova e enterraremos meu avô assim que eles terminarem.

Já fazia tempo que não lidávamos com uma morte assim e isso nos abalou de uma forma impressionante. O grupo tenta nos acalmar, Izabel, Rafaela e Igor já vieram falar comigo, mas não é fácil lidar com uma morte.

São 09h30m e enterramos o meu avô há alguns minutos. Estou muito triste, principalmente em ver minha mãe chorando. É como se eu tivesse falhado em proteger minha família e de certa forma me sinto culpado por isso.

Os problemas também começaram a surgir. A Strada de Igor está com o óleo baixo e a correia do motor está quase rasgando, vai ser difícil continuar a viagem com um carro nessas condições. O pior de tudo que mais cedo ou mais tarde todos os carros precisarão de concertos e sem revisão e uma manutenção descente receio que isso não demorará muito a acontecer..

Igor e Roger vasculharam a cidade atrás de uma oficina ou ferro velho e encontraram um. O portão estava trancado e eles usaram o carro para derrubá-lo. Havia alguns carros lá dentro, mas muitos em péssimo estado e uma pequena oficina dentro do local. Eles concertaram a Strada e levaram os outros carros para fazer uma revisão básica e trocar o óleo.

Os carros estão em bom estado agora e temos algumas novas ferramentas também. Nós adiamos a viagem para amanhã e sairemos cedo, as estradas aqui estão em péssimo estado e não acho que as estradas do Rio Grande do Norte estarão diferentes.

29/10/2018

São 07h25m e eu não tive uma das melhores noites de sono. Sonhei com o meu avô, mas não me lembro muito bem, sei apenas que estávamos livres desse pesadelo. Ontem a noite Patrícia veio até a casa onde estou para falar comigo e minha família, nos consolar mais um pouco.

Nós vamos sair daqui a alguns minutos, vamos terminar de organizar as coisas e sair em direção a São Bento. Minha ansiedade e preocupação dobraram de ontem pra hoje e não estou muito confiante se vamos encontrar algo proveitoso por lá. Essa vida de nômade já está começando e me encher.

São 15h e estamos em um motel que fica a alguns quilômetros de Santo Antonio. Chegamos aqui ainda pela manhã e decidimos esperar aqui enquanto um grupo vai vasculhar a cidade. O motel estava vazio, exceto por dois zumbis, um encontrado por mim e outro por André.

O grupo que foi vasculhar a cidade tem cinco pessoas, Wendell, Carlos, Rodrigo, Mauricio e meu pai. Eu, Edinho e Igor ficamos de fora porque fomos nós que vasculhamos o motel. Meu pai e os outros saíram depois do almoço, por volta das 14h e acho que eles voltarão em alguns minutos espero que nos tragam boas noticias.

O motel é grande e tem vários quartos, deu para fazer uma bela divisão para acomodar muito bem todo o grupo. Como fui um dos primeiros a entrar já garanti logo um bom quarto para eu e Izabel. A suíte é grande e tem até uma hidromassagem, pena que o abastecimento de água não funciona mais, é uma pena.

Não tinha muita coisa útil na cozinha, o que ainda está na validade são apenas algumas latas de sardinhas, alguns pêssegos em conserva e vários litros de cachaça artesanal.

São 17h30m e o grupo que foi vasculhar a cidade chegou ainda a pouco, mas não trouxeram boas notícias. A cidade está devastada e as únicas coisas que se mechem são os zumbis. Já era de ser esperar encontrar uma cidade naquelas condições, mas pelo menos achamos um bom lugar para passar a noite.