24/10/2018

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24/10/2018

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Chegamos a Patos ontem por volta das 08h e começamos a por em prática o plano. Colocamos os galões e tonéis dentro dos carros que estavam na rua e deixamos alguns no chão. Matamos os poucos zumbis que apareceram na rua e os que estavam dentro da loja de departamentos e do prédio onde Mauricio e Rodrigo ficaram.

Fizemos todos os preparativos sem nenhum imprevisto e só então Edinho foi-me deixar de carro na rua da loja.

Ele saiu cantando pneu e buzinando. Eu fiquei a pé e com apenas minhas duas pistolas e alguns pentes nos bolsos. Eu fui andando em direção a frente do estacionamento e dei alguns tiros em direção aos zumbis, assim que eles notaram minha presença começaram a correr em minha direção. Segui em direção ao lado esquerdo da rua, precisava correr por uns 200 metros até chega a rua principal e correr por mais ou menos um quilometro até a armadilha.

Eu sai em disparada e os zumbis vieram atrás de mim. Corri o mais rápido que pude e dei alguns tiros enquanto corria. Alguns zumbis que estavam nas casas e nos carros saíram por conta do buzinaço de Edinho e tornaram mais difícil minha passagem. Precisei correr por cima de alguns carros com os zumbis em meu encalço e quando pulei do último carro eu cai por cima de um deles.

Tive que me levantar rapidamente e assim que me levantei fiquei cara a cara com outro zumbi, bati com a coronha da arma no rosto dele e dei um tiro, me virei e acertei outro zumbi com um soco e um chute no peito, antes que eu atirasse nele me dei conta da horda de zumbis que estava vindo atrás de mim.

Voltei a correr o mais rápido que conseguia e fui em direção a rua onde fizemos a armadilha. Nela eu fui auxiliado pelos outros e não tive muitos problemas. Acelerei meus passos até meu limite para chegar o mais rápido o possível no ônibus.

Assim que passei da metade da Rua Rodrigo e Mauricio começaram a jogar os coquetéis nos carros e nos zumbis e assim que virei à esquina Edinho e os outros abriram fogo. Assim que entrei no ônibus a rua toda explodiu. Foi um barulho muito alto que estilhaçou as vidraças que sobraram dos prédios, que chegou a tremer o ônibus e que dizimou toda a horda de zumbis.

Seguimos todos em direção da loja e chegamos poucos instantes depois da explosão. Havia pouquíssimos zumbis no estacionamento que atropelamos sem muita dificuldade. Wendell foi em direção a porta da loja e já estava pronto para por uma granada na porta, mas antes disso ela se abriu. Um homem passou por uma pequena fresta entre o chão e a porta e gritou para que não atirássemos. A porta toda foi içada e colocamos os carros para dentro.

É um grupo pequeno de apenas sete pessoas, mas que foram muito atenciosos e receptivos. O homem que passou pela porta se chama Marcelo e ele tem 37 anos. Ele é marido de Ingrid e pai de um garotinho de oito anos chamado Rafael. O cara era gerente da loja por isso que ele está aqui. Há um policial militar no grupo que se chama Henrique, mas prefere ser chamado pelo seu sobrenome que é Oliveira. As outras pessoas são Amanda uma mulher de 34 anos que trabalhava como balconista nessa loja, André um cara de 23 anos que é amigo de Amanda e um senhor de 56 anos chamado Roberto.

A nossa apresentação foi tranqüila e os dois grupos ficaram felizes por terem se encontrado. Nossos anfitriões nos ofereceram além de abrigo um merecido banho e comida. O gerador daqui ainda funciona, a energia é obtida por painéis solares e isso garante uma boa qualidade de vida a eles. Porém eles não têm armas e isso é ruim nesses tempos. Vou conversar um pouco agora com eles, não tive muito tempo ontem porque estava muito cansado.

Tive uma boa conversa com o pessoal e as coisas aqui também foram feias. O grupo deles no começo era constituído por 18 pessoas, mas a cada patrulha que eles faziam pela cidade perdiam mais membros e o último deles a morrer ainda os trouxe a horda de zumbis que estava na frente da loja.

Diário de Um SobreviventeWhere stories live. Discover now