24/11/2018(Continuação)

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Após concluir a conversa com Barbara voltei às escadas e desci até o apartamento onde meu tio está se recuperando, precisava falar com ele antes de ir lá fora arriscar minha vida. Ele estava acordado quando cheguei e pela minha cara e sua reação ao me ver pelo jeito ele já sabia qual seria a noticia que eu daria.

- Sabe por que estou aqui, não é? – Falei.

- Algo me diz que é sobre mais uma idéia maluca sua para acabar com os zumbis que nos ameaçam. Precisaremos discutir?

- Não. O plano já foi feito, só vim para avisar que estou indo.

- Tudo bem. Eu sei que não tem nada lá fora que possa te derrubar. Vai lá e nos tire daqui.

Me aproximei da cama para apertar sua mão e antes de alcançá-lo ouvi a voz de Barbara soando da sala do mesmo apartamento em que estávamos.

- Jotah? Você está aí? Tá na hora.

- Já estou indo! – Respondi alto para que ela me escutasse.

Apertei a mão do meu tio e dei-lhe um beijo na testa antes de concluir:

- Quando eu voltar nós vamos embora daqui.

Ele assentiu com a cabeça e eu deixei o quarto.

- Vamos. – Falei assim que entrei na sala e vi Barbara olhando pela janela.

Ela se virou na minha direção mas antes que respondesse foi interrompida pelo som de disparos. Nos assustamos ao ouvir aqueles tiros e nos entreolhamos, não demorou muito para o mesmo pensamento vir a nossa mente: Adônis.

Não esperei um segundo a mais sequer e corri em disparada em direção ao corredor passando a frente de Barbara e assim que sai do apartamento ouvi mais dois disparos, mas dessa vez em minha direção. Aconteceu tão rápido que eu nem sequer pude ver quem era, mas já presumia.

O vidro da janela no fim do corredor atrás de mim espatifou-se com o impacto dos tiros e minha única reação foi seguir correndo, entrando de qualquer maneira no apartamento a minha frente. Me joguei contra a porta com o impulso que vinha pela corrida e ela escancarou-se, abrindo espaço para que eu caísse no chão da sala.

Assim que bati no chão apressei-me para levantar ao mesmo tempo em que me virava para ver quem entraria no apartamento atrás de mim, e era Adônis. Ele estava com uma pistola em mãos e entrou determinado em me matar assim como tentou fazer no corredor, mas foi impedido por Barbara que lhe parou com uma pistola apontada para sua nuca.

- NEM PENSE NISSO! – Barbara gritou com a arma apontada para cabeça de Adônis. Ele ainda assim deu mais um passo e Barbara engatilhou a arma. – Não! – Repetiu sem gritar porém com um tom firme.

- Os amigos desse desgraçado voltaram e estão vindo nos matar! – Adônis respondeu.

- O quê? – Eu e Barbara dissemos ao mesmo tempo. – Como você sabe? – Barbara prosseguiu enquanto eu permaneci estático tentando entender aquilo.

- Os tiros. Quem você acha que deu os tiros? Foram os amigos desse viado! – Adônis dizia enquanto apontava a arma para mim. – Eles estão em carros, são muitos e vieram nos matar.

A expressão de Barbara mudou de determinada e furiosa para confusa e assustada ao ouvir as palavras de Adônis. E um pouco atrás dela pude ver Natalia e Clayton chegarem com uma expressão não tão diferente da dela.

Lentamente Barbara tirou Adônis de sua mira e passou a apontar a arma para mim e eu dei mais um passo para trás sem entender o que droga estava acontecendo. Minha cabeça estava a um milhão por hora com os pensamentos ricocheteando dentro do meu cérebro. Naquele momento eu precisava mais saber se era realmente minha família que tinha voltado do que qualquer outra coisa e ignorando minha situação, virei-me em direção a janela e dei um passo para poder ver e procurar quais eram os carros.

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