Após concluir a conversa com Barbara voltei às escadas e desci até o apartamento onde meu tio está se recuperando, precisava falar com ele antes de ir lá fora arriscar minha vida. Ele estava acordado quando cheguei e pela minha cara e sua reação ao me ver pelo jeito ele já sabia qual seria a noticia que eu daria.
- Sabe por que estou aqui, não é? – Falei.
- Algo me diz que é sobre mais uma idéia maluca sua para acabar com os zumbis que nos ameaçam. Precisaremos discutir?
- Não. O plano já foi feito, só vim para avisar que estou indo.
- Tudo bem. Eu sei que não tem nada lá fora que possa te derrubar. Vai lá e nos tire daqui.
Me aproximei da cama para apertar sua mão e antes de alcançá-lo ouvi a voz de Barbara soando da sala do mesmo apartamento em que estávamos.
- Jotah? Você está aí? Tá na hora.
- Já estou indo! – Respondi alto para que ela me escutasse.
Apertei a mão do meu tio e dei-lhe um beijo na testa antes de concluir:
- Quando eu voltar nós vamos embora daqui.
Ele assentiu com a cabeça e eu deixei o quarto.
- Vamos. – Falei assim que entrei na sala e vi Barbara olhando pela janela.
Ela se virou na minha direção mas antes que respondesse foi interrompida pelo som de disparos. Nos assustamos ao ouvir aqueles tiros e nos entreolhamos, não demorou muito para o mesmo pensamento vir a nossa mente: Adônis.
Não esperei um segundo a mais sequer e corri em disparada em direção ao corredor passando a frente de Barbara e assim que sai do apartamento ouvi mais dois disparos, mas dessa vez em minha direção. Aconteceu tão rápido que eu nem sequer pude ver quem era, mas já presumia.
O vidro da janela no fim do corredor atrás de mim espatifou-se com o impacto dos tiros e minha única reação foi seguir correndo, entrando de qualquer maneira no apartamento a minha frente. Me joguei contra a porta com o impulso que vinha pela corrida e ela escancarou-se, abrindo espaço para que eu caísse no chão da sala.
Assim que bati no chão apressei-me para levantar ao mesmo tempo em que me virava para ver quem entraria no apartamento atrás de mim, e era Adônis. Ele estava com uma pistola em mãos e entrou determinado em me matar assim como tentou fazer no corredor, mas foi impedido por Barbara que lhe parou com uma pistola apontada para sua nuca.
- NEM PENSE NISSO! – Barbara gritou com a arma apontada para cabeça de Adônis. Ele ainda assim deu mais um passo e Barbara engatilhou a arma. – Não! – Repetiu sem gritar porém com um tom firme.
- Os amigos desse desgraçado voltaram e estão vindo nos matar! – Adônis respondeu.
- O quê? – Eu e Barbara dissemos ao mesmo tempo. – Como você sabe? – Barbara prosseguiu enquanto eu permaneci estático tentando entender aquilo.
- Os tiros. Quem você acha que deu os tiros? Foram os amigos desse viado! – Adônis dizia enquanto apontava a arma para mim. – Eles estão em carros, são muitos e vieram nos matar.
A expressão de Barbara mudou de determinada e furiosa para confusa e assustada ao ouvir as palavras de Adônis. E um pouco atrás dela pude ver Natalia e Clayton chegarem com uma expressão não tão diferente da dela.
Lentamente Barbara tirou Adônis de sua mira e passou a apontar a arma para mim e eu dei mais um passo para trás sem entender o que droga estava acontecendo. Minha cabeça estava a um milhão por hora com os pensamentos ricocheteando dentro do meu cérebro. Naquele momento eu precisava mais saber se era realmente minha família que tinha voltado do que qualquer outra coisa e ignorando minha situação, virei-me em direção a janela e dei um passo para poder ver e procurar quais eram os carros.
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Diário de Um Sobrevivente
General FictionNo ano de 2018 um tipo de praga ou infecção atacou a humanidade e nós nem ao menos sabemos de onde isso surgiu. Com a rápida degradação da sociedade e com o caos se instalando a única opção para mim e minha família é sobreviver a todo custo. nos aco...