13/08/2018

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Hoje quando acordei meu pai, Kleber e Edinho já tinham matado os zumbis que estavam na rua, pela primeira vez fizeram isto sem mim, mas tudo ocorreu bem e a rua está calma novamente.

Débora conferiu a despensa com a minha mãe, estamos com um pouco mais da metade da despensa, temos a mesma coisa de sempre, milho verde e ervilha, azeitonas, salsichas com verduras, picles e algumas poucas latas de bacon, além dos poucos quiabos e laranjas que colhemos. Não são os melhores alimentos para sustentar o organismo humano, falta muita proteína, carboidratos, itens vitais para uma boa alimentação, mas é como eu disse a situação modela as pessoas, hoje isto são as únicas coisas que sobraram, não temos escolha, vamos nos virar com o que temos.

Meu pai e Kleber conferiram os tanques dos carros e os litros de combustíveis reservas para os molotov, continuamos com ¾ de tanque do gol rallye do meu pai e um tanque cheio do eco Sport de Kleber que praticamente não saiu da garagem, garrafas temos de sobra os vasilhames de cerveja e coca cola que tínhamos em casa viraram armas letais contra zumbis.

Eu e Edinho conferimos a caixa d'água e os outros recipientes que ainda estão cheios, mas a minha dor de dente voltou estou na cama agora, tomei mais analgésicos e a dor esvaiu-se novamente. Penso cada vez mais em arrancar logo este maldito dente.

17/08/2018

Hoje eu finalmente arranquei o maldito dente que estava me matando, pedi a ajuda da minha mãe e do meu tio e foi uma coisa bem antiquada. Bom como é de se pensar não tínhamos os materiais necessários para fazer a extração, mas nada que o improviso não resolva.

Passei dois dias sem tomar analgésicos e aí que a dor piorou, mas tinha que fazer isto para evitar possíveis complicações. Usamos nada mais nada menos que um alicate para extrair meu dente, o fato de que usávamos o alicate antes para as situações corriqueiras do dia a dia era no mínimo peculiar, minha mãe esterilizou o alicate enquanto eu me embriagava com um litro de uísque 12 anos que meu pai ganhou no réveillon. Depois de ½ litro de uísque eu não lembrava nem do meu nome, não senti dor alguma, pelo menos não que eu me lembre. Disseram-me ainda pouco quando acordei que eu chorava como um bebe, da pra imaginar? Eu chorando? É ainda bem que não me lembro disso.

O dente se foi e a dor foi embora junto com ele, enquanto eu estava desacordado depois da mini operação, o grupo estava decidindo a data da próxima incursão, os alvos ainda não foram decididos, estamos em dúvidas sobre alguns pontos, já faz quase cinco meses do começo de tudo isso, vai ser difícil encontrar algum local onde ainda haja comida.

23/08/2018

Hoje decidimos a data da nossa próxima incursão, agendamos para o dia 09 de setembro que é daqui a mais ou menos duas semanas, temos os alvos preparados, vamos a três mercadinhos de bairro e espero achar algo aproveitável por lá. Estamos planejando ir também a duas lojas de materiais de construção no mesmo bairro, precisamos de mais ferro e madeira para confecção de novas lanças, na volta passaremos no supermercado onde está o segundo grupo e procuraremos possíveis sobreviventes no caminho de volta, mas sem sair da nossa rota.

Passamos um radio para eles, meu pai e Kleber conversaram com Wendell e Carlos. Avisaram da nossa visita, não queremos aparecer lá de surpresa como na primeira vez, eles ficaram felizes e estão na expectativa e ainda nos ofereceram alguns suprimentos caso não consigamos encontrar o necessário nos mercadinhos.

Esperamos sair daqui às 7h30m e chegar por volta das 10h, espero que tudo de certo como nas outras vezes, essa patrulha também vai servir para ficarmos a parte da situação, conferir o número de zumbis na redondeza, isso é bom e necessário. Os zumbis do centro podem começar a se afastar de lá e se aproximar de nós.


Diário de Um SobreviventeWhere stories live. Discover now