12/12/2018

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Levantamos acampamento hoje bem cedo e acabamos decidindo por seguir na direção da estrada onde eu e Alessandra encontramos o posto militar abandonado. Podemos seguir caminho novamente até o posto avançado e buscar um veicula, a questão será apenas fazê-lo funcionar.

Não contei aos outros sobre os mordedores que nos atacaram lá, mas não acho que isso será um problema. Eles se dispersaram quando vieram a atrás de nós e já devem ter se espalhado ainda mais e seguido pra longe a essa altura.

Paramos pra descansar e agora deve ser por volta de meio dia ou uma da tarde. Meu irmão e Castilho saíram pra tentar caçar alguma coisa já que os nossos alimentos estão pertos de acabar. Igor ainda está machucado mas é teimoso de mais pra ficar parado.

No caminho que estávamos seguindo eu não acho que encontraríamos muitos mordedores, mas já que eles vão caçar devem se afastar bastante da trilha que eu havia traçado e agora fico com receio do que eles podem encontrar. Mesmo indecisa em falar ou não sobre os mordedores do posto militar eu tinha que dar algum aviso a eles, então convenci meu irmão a levar mais de uma arma com a prerrogativa de que eles podiam acabar cruzando com algo mais que uma caça.

.Ele me olhou um pouco desconfiado e acho que passou por sua cabeça que as coisas comigo e Alessandra não tinham sido tão tranqüilas quanto falei, porém não disse nada, apenas aceitou o aviso. Ele está levando a G36 e uma pistola, já Castilho vai com meu arco para praticar mais a pontaria com um alvo rápido como uma presa.

Faz cerca de duas horas mais ou menos que eles saíram e acho que já devem estar voltando. Não esperava que fossemos ficar tanto tempo parados aqui então pelo jeito vamos ter que vasculhar as coisas a noite ou esperar pra amanhã de manhã.

Enquanto eu estava escrevendo uma frase dita por Rodrigo chamou minha atenção:

- O que é aquilo? – Disse apontando para algo vindo ao longe. - Droga eu não consigo ver.

Enquanto todos tentavam enxergar, sem êxito, o que aquilo era, eu busquei o rifle do meu irmão na mochila e olhei pela luneta.

- Deixem comigo. – Pus o rifle no meu ombro e mirei na direção do desconhecido. – É um... Carro?! – Disse insegura não por dificuldade em reconhecer o que era mas pela surpresa em ver aquilo.

- Um carro? – Alessandra repetiu e as vozes dos outros pareciam um eco repetindo a mesma pergunta.

- Tem certeza? – Disse Rodrigo.

- Eu sei o que eu to vendo. – De volta a mirar com o rifle. – É um carro. É a droga de um carro!

- Será que são eles que encontraram um carro e estão voltando? – Dayse disse em referência a meu irmão e Castilho.

- Você consegue enxergar quem tá dirigindo? – Leonardo falou.

- Espera. Deixa eu tentar.

Quando estava prestes a mirar novamente ouvi barulhos de arbustos se movendo, armas e uma voz masculina grossa em tom alto vindo pelas minhas costas dizer:

- LARGUEM AS ARMAS NO CHÃO E NÃO SE MEXAM!

Antes que eu tivesse tempo de me virar e me dar conta do que estava acontecendo estávamos todos cercados e com armas apontadas para nós.

- Eu disse pra largar as armas! – O homem que entoou a primeira frase falou novamente arrancando o rifle das minhas mãos.

Em menos de quinze segundos estávamos todos acuados, uns de costas para os outros no meio do acampamento enquanto cinco ou seis homens nos apontavam armas.

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