01/10/2018

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Ontem à noite eu e Edinho fomos ao escritório do supermercado a pedidos de Wendell, nós discutimos sobre o que vamos fazer de hoje em diante, temos um bom estoque de comida, mas não vai durar para sempre, nós mesmos vimos como as ruas começaram a se entupir de zumbis, não temos carros para o transporte de todos e a possibilidade de desentendimentos só tendem a aumentar agora. Temos que fazer algo e já tenho algo em mente.

Ficar aqui parados é a mesma coisa que esperar pela morte, precisamos correr atrás da nossa segurança, nos afastar em direção ao interior é a melhor opção, são menos habitantes que as cidades de lá possuem e isto significa menos zumbis, limpar, dominar e se fixar em uma cidade pequena é muito mais fácil e podemos até achar alguma resistência ao norte, lá é bem menos povoado e possa ser que tenham conseguido acabar com os focos de infecção por lá.ficar aqui é uma sentença de morte, temos que bolar algum plano para sairmos o mais rápido o possível daqui.

Eu conversei com Edinho e meu pai sobre meu plano. Podemos fazer isso, tem uma empresa de transporte publico em um bairro próximo a este e podemos ir com o carro até lá, com certeza terão alguns microônibus lá e também gasolina. Não será fácil, mas é a nossa luz no fim do túnel.

Passamos o dia hoje quase que apenas conhecendo nossos anfitriões, as pessoas parecem ser legais tirando um cara de uns 27 anos que não abriu a boca em momento algum, fica sempre isolado e não quis nos conhecer. Jéssica me disse que ele ficou assim depois que se deu conta da situação, tomou vários comprimidos uma vez a fim de se matar, mas não obteve êxito, então um dia ele simplesmente parou de falar e se mantêm assim até hoje.

Parece que não teremos tantos problemas com convívio, mas isto não acaba com nossos problemas. Edinho conversou com Carlos sobre meu plano e ele ficou de pensar sobre isto. É bom que ele pense bem, mas não demore muito.

02/10/2018

Hoje assim que acordei fui chamado novamente pelo Wendell para mais uma conversa, ele disse que Carlos tinha falado sobre meu plano a ele e ele disse que é possível. Será perigoso, mas necessário, podemos nos livrar de vários problemas com a viagem, porém teremos vários outros com ela. Temos que por os prós e contras numa balança e vê qual pesará mais.

É uma decisão grande e que envolve todos, temos que contar a eles tudo e deixar que eles decidam, precisamos convencer a todos, mas isso não será um trabalho fácil.

Temos uma boa quantidade de comida, mas sofremos um problema com a água, existe uma caixa d'água no supermercado, mas ela não vai durar muito já faz mais de um mês que não chove e o racionamento de água já começou. Assim que começar as restrições veremos se as pessoas são tão legais quanto aparentam.

Eu perguntei a Wendell sobre o carro dele, me lembro bem que ele disse que pretendia fugir da cidade com Carlos, mas como fariam isso sem um carro?

Ele me disse que duas semanas depois da nossa primeira visita, dois caras que faziam parte do grupo roubaram o carro. Ele disse que nesse dia a tarde vários zumbis se amontoaram na frente da loja. Eram dezenas e dezenas deles, o clima ficou tenso no grupo, as pessoas tinham medo de que os zumbis conseguissem entrar no supermercado, esses dois caras aproveitaram o momento de distração de todos e roubaram o carro dele para tentar fugir, só que a rua lateral também estava cheia de zumbis, então eles decidiram passar pela frente do supermercado para ir em direção a BR, mas não conseguiram ir muito longe, passaram por cimas de vários zumbis e os outros correram atrás do carro, de cima do supermercado deu para ver até onde eles conseguiram ir. Fugiram por cerca de dois quarteirões mas acabaram batendo em uns carro que estavam abandonados e terminaram batendo o carro em um poste, desceram do carro e continuaram a pé e os zumbis que estavam na frente do supermercado correram todos atrás deles e assim ele perdeu o carro mas se livrou de uma baita dor de cabeça.

É parece que aquele velho ditado tem um fundo de verdade "a males que vem para o bem".


Diário de Um SobreviventeWhere stories live. Discover now