12/11/2018

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Mais que droga foi essa que aconteceu.

Estávamos seguindo normalmente pela a estrada até escurecer quando nos deparamos com uma manada de zumbis em nosso caminho. Meu pai estava no primeiro carro do comboio e foi o primeiro a notar os zumbis. Imediatamente ele parou o carro e desligou o motor. Edinho que vinha dirigindo o eco Sport atrás dele fez a mesma coisa e Carlos também parou o ônibus.

Igor que vinha mais atrás não percebeu o que estava acontecendo e ultrapassou o comboio e como brincadeira ficou buzinando pros outros e gritando pra andarem mais rápido. Continuamos por mais alguns metros até perceber o que estava acontecendo.

Quando notamos o perigo da situação já estávamos cercados por zumbis que tentavam de todo jeito entrar no carro. Subimos rapidamente os vidros, mas as janelas não haviam sido reforçadas como a dos outros carros e apenas uma fina camada de vidro nos separava daquelas criaturas.

Engatilhei minha arma, mas não adiantaria de nada, quando abaixássemos os vidros para atirar os zumbis poderiam nos alcançar e se atirássemos sem abrir as janelas os vidros seriam quebrados e daria na mesma.

Estávamos perdidos, cercados por um bando de zumbis famintos e sem nada que pudéssemos fazer, as garotas estavam desesperadas e chorando, eu e Igor estávamos sem reação e eu pensei que aquele carro seria meu tumulo.

Meu pai então ligou os faróis do carro e saiu pelo teto solar da Captiva e começou a atirar nos zumbis que estavam ao redor do carro, Carlos, Wendell e Mauricio fizeram o mesmo do ônibus e isso foi limpando os zumbis mais próximos do nosso carro, mas começou a atrair os outros que estavam mais distantes.

Alguns tiros acertaram nosso carro e quebraram o vidro traseiro, eu e as meninas nos jogamos no chão do carro e então Igor ligou o motor e saiu em arrancada e os outros fizeram o mesmo em seguida.

Saímos atropelando os zumbis que apareciam no caminho e seguimos na direção que estávamos por sorte não havia muitos carros na estrada e muitos zumbis estavam ao lado da rodovia e não atrapalharam ainda mais a nossa fuga.

Após alguns minutos conseguimos sair e deixar aquele inferno pra trás e por sorte ninguém saiu ferido, apenas assustados e os carros com vários arranhões, mas nada comparado ao que podia ter acontecido .Seguimos por mais alguns quilômetros e estacionamos os carros próximo a uma loja ao lado da rodovia e estamos aqui até agora.

São 08h20m e com certeza a noite ontem foi bem tensa e estressou bastante todos nós. Nunca havíamos encontrado um bando tão grande de zumbis seguindo a mesma direção, parecia que estavam perseguindo algo, mas o quê eu não sei.

Passamos um tempo conferindo os carros e as pessoas e aproveitamos pra dar uma checada na lojinha, mas não tinha nada de mais. Alguns zumbis apareceram, mas os matamos sem muitas dificuldades. Agora vamos sair daqui e seguir em frente.

São 11h30m e estamos nos arredores de uma pequena cidade ,assim como na última eu não sei o nome dessa ,mas isto não tem muita importância agora. Estacionamos os carros, montamos as barracas e erguemos acampamento, pelo jeito passaremos a noite aqui hoje.

Algumas pessoas estão um pouco preocupadas e receosas, mas aquele bando pelo qual passamos estava seguindo na direção oposta a nossa e não acho que vamos acabar nos encontrando com eles de novo.

São 15h e as coisas esquentaram hoje. Fui conversar um pouco com Débora e ela disse que Ana estava estranha e não queria conversa com ela, estava andando sempre de cabeça baixa e parecia distante dela e do restante do grupo e então me pediu para conversa um pouco com sua filha.

Mesmo um pouco relutante fui procurar saber o que estava acontecendo por que além desse pedido de Débora eu havia prometido a Kleber que cuidaria da sua família e isso é uma das coisas que não vinha fazendo com o empenho necessário.

Cheguei perto da Ana sem ela perceber e ela não teve como desconversar e sair andando como estava fazendo com Débora. Eu fui direto e perguntei o que estava acontecendo e disse que a sua mãe estava preocupada e ela sempre com a cabeça baixa respondia que não era nada e mesmo não estando muito convencido acabei relevando.

Mas antes de ir embora eu tirei os cabelos da frente do seu rosto para ver seus olhos e vi uma mancha roxa em seu olho esquerdo, ela tentou virar o rosto pra esconder, mas não adiantou de muita coisa.

Perguntei o que tinha acontecido e quem fez isso a ela e mesmo sem querer ela disse que foi o Tiago. Eu imediatamente me levantei e segui em direção ao centro do acampamento a procura do infeliz.

Não demorei muito e o vi próximo ao ônibus, acelerei o passo e gritei seu nome um pouco antes de acertá-lo com um soco, com o impacto ele foi pra trás e bateu as costas na lateral do ônibus e em seguida também me acertou com um soco.

Afastei-me um pouco e continuamos a brigar, ele tentou me acertar com um chute nas costelas, eu então segurei sua perna e o derrubei no chão e desferi mais dois socos em direção ao seu rosto, acertando um na sua boca e o outro no chão.

Edinho viu o tumulto e mesmo sem entender o porquê da briga veio nos separar, Wendell e Mauricio o acompanharam e ajudaram segurando o Tiago enquanto Edinho me tirava de cima dele.

O restante do grupo olhava atônito a confusão enquanto isso Ana gritava e chorava pedindo para que parássemos, Izabel estava um pouco distante dali brincando com as meninas e também viu o tumulto, mas antes de ir até lá foi deixar as garotas com Thamara.

Ainda no calor do momento enquanto Edinho me tirava do meio da briga eu me debati até conseguir me soltar e derrubá-lo no chão. Furioso seguir em direção a Tiago que também conseguiu se livrar e vinha em meu encontro, um pouco antes de nos esbarrarmos de novo projetei meu corpo pro lado me curvando para esquerda e acertando um cruzado de direita em seu rosto.

Ele caiu inconsciente no chão e antes que eu pudesse me virar para continuar batendo nele Edinho veio correndo e me empurrou. Cai no chão e logo em seguida ele me levantou e me empurrou até o carro.

Já no carro Edinho começou a discutir comigo mesmo antes de saber o motivo da briga. Pouco tempo depois o restante da minha família chegava primeiro meu pai, depois minha mãe e avó, até Izabel Thamara e as meninas chegaram um pouco depois.

Expliquei o porquê do motivo e mesmo assim não me livrei das criticas e broncas que me acertavam de todos os lados. Minha mãe ajudou a limpar os ferimentos no meu rosto e mãos, Izabel saiu de perto de mim com raiva e meu pai e Edinho foram falar com Wendell e os outros sobre o acontecido.

Tiago se levantou pouco instantes depois do último soco e foi levado pro ônibus onde Alessandra e Ana cuidaram dele. Maldita, fiz isso por ela e ainda assim ela defende o cara errado.

Na verdade pras pessoas eu era o mais errado na situação e tudo acabou caindo em cima de mim. Arrumei desavenças com pessoas do grupo, perdi a confiança de muitos, acabei discutindo com Izabel e ainda me machuquei. Tudo isso por conta de uma pessoa que nem ao menos olha mais na minha cara.

Meu pai e Edinho depois de falarem com Wendell vieram pra mais uma sessão de broncas e sermões, mas eu mal dei atenção ao que eles falaram. Tudo passava como um turbilhão pela minha cabeça e eu não conseguia me concentrar em uma única palavra dita por eles.

Depois desse dia cheio a única coisa que quero é dormir já chega de problemas por hoje.

Diário de Um SobreviventeWhere stories live. Discover now