5 - Convites

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- Mallya on-

- Alícia! - Chamei preocupada me aproximando dela e do rapaz de cabelo azul que havia a segurado e percebi que ela estava vermelha que nem um tomate.
- M-me solta. - Disse ela colocando as palmas das mãos no peito dele na tentativa de se soltar e ele a ajudou a se recompor e então se afastou.
- Desculpa eu não devia ter te segurado desse jeito é que você caiu e eu não queria que se machucasse. - Disse ele embasbacado e meio nervoso e a Alícia se afastou recuando pra perto de mim, eu já havia entendido porque ela estava fazendo isso, o vestido. Ela o considerava curto demais, e depois que o menino a tocou ela devia estar com a cabeça quente de vergonha.
- Eu que peço desculpa. Brigada por ter me ajudado. - Respondeu ela tentando disfarçadamente puxar o tecido da barra do vestido mais pra baixo para cobrir as pernas e eu me segurei pra não rir. Se eu risse ela ia ficar brava comigo por umas boas horas.
O rapaz era uma gracinha, tinha um olhar gentil e seus cabelos coloridos o deixavam rebelde de certa forma. Parecia apenas um jovem normal de jeans e uma blusa de listras cinza e preta.
- Me desculpa mais uma vez. - Pediu ele e olhou pra mim, agora reparando que a Alícia estava acompanhada. E algo em seu olhar me chamou a atenção, eu não soube identificar o que era, mas da mesma forma que deixou a Alícia com vergonha eu também me senti. Mas não ia demonstrar claro. Tinha algo de errado com esse menino, ele parecia... Humano demais eu acho. Acho que bem no fim não era algo de errado, era que eu e a Alícia estávamos acostumadas demais a lidar com seres sobrenaturais e encarar humanos era um tanto, raro.
- Você está bem? - Perguntei passando meu braço ao redor do ombro da Alícia para tentar acalma-la e ela me ohou e engoliu em seco.

— Nem me pergunte como, porque eu não faço ideia de como isso aconteceu.


- Estou, foi só um susto. - Esclareceu e o rapaz assentiu.
- Então tá. Eu vou indo então. - Ele disse e acenou com a cabeça, e assim que começou a se retirar a Alícia respirou fundo, se livrando da tensão.
- Esse garoto. O que será que tem de errado nele? - Perguntou ela mais pra mim do que pra si mesma, e eu senti que ela estava me encarando, mas eu respondi ainda olhando enquanto o rapaz saia dos corredores de roupas.
- Ele é apenas humano. - Afirmei e então cruzei os braços - Você viu ele se aproximar? Eu estava atenta a tudo, mas ele chegou de repente... - Comentei e a Alícia negou.
- Esse daí passou até pelo meu radar. Nem eu vi. - Desabafou ela e então foi pro espelho e eu cruzei os braços ainda encarando o corredor por onde o rapaz havia saído.
- Cadê a sua arma? - Perguntei, só por precaução já que eu sabia que desde a morte da mãe da Alícia ela sempre carregava o revólver consigo e eu me virei para ela.
- Deixei no carro, o detector na porta do shopping ia me barrar se eu entrasse com ela. - Respondeu a Alícia e eu descruzei os braços.
- Okay então. Isso foi definitivamente estranho. - Afirmei murmurando, e então fui pra poltrona tirar os saltos. Agora que já tínhamos escolhido tudo, era só pagar e ir embora.

- Alícia on-

Peguei minhas sacolas e a Mallya pegou as dela, já terminado tudo estávamos indo embora, e assim que saímos da loja demos de cara com vários balões de coração e uma banca cheia de coisas decorativas do dia dos namorados. Eu até tinha me esquecido que hoje era véspera do dia dos namorados. Se bem que tem muitas datas que eu esqueço além dessa.
- Você se lembrava disso? - Perguntou a Mallya cutucando um balão e eu neguei com a cabeça, foi então que enquanto ela mechia no balão alguém saiu de trás de banca e veio nos atender. Quando dei de cara com ele senti um alívio correr nas minhas veias por estar de calça e tênis dessa vez que até agradeci a todos os deuses. Era o menino da loja, que impediu que eu me esburrachasse no chão. Era bonitinho até. Porém me pegou numa situação desfavorável demais naquela hora e isso ativou meus instintos de auto proteção.
- Vocês de novo. - Notou ele com um sorriso simpático no rosto e a Mallya sorriu de volta, eu sorri por educação, querendo correr e enfiar a cabeça num buraco. Ainda estava com vergonha por ele ter me visto com aquele vestido tão curto. Jinsus amado, se eu tivesse caído naquela hora... A situação ia estar pior ainda.
- Pois é. - Disse a Mallya quando eu fiquei quieta, e ele alargou mais seu sorriso.
- Acho que deveria me apresentar. - Disse ele - Sou Jongup, e vocês duas...?
- Eu sou Alícia. - Falei e a Mallya enlaçou seu braço no meu para me fazer ser menos vergonhosa.
- Eu sou a Mallya. - Respondeu ela, e ele juntou as duas mãos animado.
- Fico feliz por vê-las de novo, e numa situação menos embaraçosa. - Comentou ele - Notei que estavam escolhendo vestidos, e queria convida-las para a festa do dia dos namorados que vai ter amanhã no museu. É uma balada noturna de adolescentes. Vocês devem saber como é. - Falou e então foi pegar algumas coisas em sua banca. Quando se voltou novamente para nós estava segurando bombons e dois convites - Levem quem vocês quiserem, eu ficaria feliz de vê-las por lá. - Disse ele nos entregando-os e então sorriu.
- Vamos sim, pode deixar. - Concordou a Alícia.

PRISON IIWhere stories live. Discover now