19 - Gargalhada do Diabo

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Rapidamente segurei a arma e destravei, me virando calmamente na direção de onde ele vinha. De onde os passos pareciam caminhar, com o máximo possível de cuidado. Como se ele soubesse que eu estava ali, e queria me abordar de surpresa. Mal sabia ele que meus planos pra sua cabeça envolviam vários tiros, e quem sabe pendurar o que restasse numa estaca no meio da praça central. Expondo pra todo mundo o que acontece quando mexem com um de nós.
Meu coração começou a disparar de ansiedade, eu queria vê-lo cara a cara, estava ouvindo seus passos, tinha plena noção de que direção ele estava vindo, mas precisava que estivesse diante de mim, pra ver quem o matou, olhar pro meu rosto enquanto morre, e perde seu bem mais precioso, a vida.
Quando vi a sombra dele se formar no chão perfeitamente concretado a menos de um metro a minha frente um relâmpago cortou o céu com um raio e meu sangue pareceu gelar nas veias. Automaticamente prendi a respiração para não assustar, e com êxito meu corpo permaneceu imóvel enquanto meu coração acelerava mais, parecia que minha caixa torácica estava se tornando pequena pra ele.
Pisquei os olhos freneticamente, ansiando que ele saísse de uma vez de trás daquela parede, era só dar mais um passo e estaria na minha mira, então por que ele estava adiando tanto? O que estava acontecendo?
Como se tivesse escutado meus pensamentos, ele recuou mais um passo para trás e eu pude ouvir um coração, pude praticamente sentir batimentos tão fortes quanto os meus, não eram exatamente os meus, pareciam ser de outra pessoa.
Com um aperto no peito eu soltei a respiração presa me lembrando de Mark, a decepção de estar errada me assolou como um frio aterrador formando um nó na minha garganta, e logo em seguida de Taehyung, me odiando mentalmente por ter esquecido que eu tinha uma arma poderosa nas mãos e não usei. Não o meu revólver, mas o Tae. Ele sente a energia do Gap Dong, e eu e a Mallya poderíamos ter ido com ele atrás do serial killer se a correria e o desespero não tivessem falado mais alto.
Angustiada e frustrada eu abaixei a arma, perdendo as esperanças, quem estava ali não era o assassino, só o meu namo... Ex-namorado.
- Mark sai logo daí! Sou eu. - Falei irritada e escutei passos vindo da direção oposta a que eu estava, passos apressados. Eram dois, e um deles era o Mark. Eu estava sentindo os batimentos antes, então quer dizer que o que está na minha frente é o Mark, então o que está vindo pelas minhas costas só pode ser o... Uma gargalhada alta ecoou pelas paredes do labirinto me fazendo estremecer por completo.
Me virei rapidamente e mirei a arma, esperando calmamente, assim que vi sua sombra eu me prontifiquei, preparada para atirar, com o dedo no gatilho. E assim que ele saiu de trás da parede, aflito eu disparei, e logo em seguida senti a lâmina da faca atravessando a minha pele, por trás e entrando na carne até chegar nas minhas costelas.
Mark estava perplexo, eu quase tinha atirado nele, por causa do golpe repentino que me atingiu por trás minha mão falhou e o tiro acertou a parede, mas o serial killer não tinha errado. Ao me destrair ele conseguiu a deixa perfeita para me esfaquear por trás, literalmente.
Uma ardência muito grande atravessou o meu corpo e eu senti meus joelhos falharem assim que ele retirou a lâmina de dentro da minha pele, instintivamente eu coloquei as mãos sobre o ferimento, manchando os dedos, e senti um líquido quente escorrendo pelo meu nariz enquanto mais sangue subia pela minha garganta, e começava a sair pela minha boca.
Tentei falar, mas os gritos de dor e agonia se perderam em meio ao sangue que estava emergindo aos montes enquanto eu precionava minhas mãos na barriga, no rombo feito pela faca.
Só deu pra escutar a lâmina da foice de Mark raspar no chão, e então eu cai.

- Jung Kook on-

- Tem algum bilhete dessa vez? - Perguntei preocupado enquanto olhava para o corpo da menina no chão, morta. E meu superior, também conhecido como o delegado da cidade e pai da Alícia me encarou com uma expressão carregada de preocupação.
- Estava enrolado na mão dela, - Contou ele com os olhos cansados, mudando seu foco para a entrada do labirinto, ansioso pelo retorno de sua filha, estava escurecendo e as buscas dos policiais que estavam a horas trabalhando não encontravam nenhum dos quatro, e nem mesmo o Gap Dong. Ainda desperso ele acrescentou - Avisava que ele só está começando, e vai deixar uma surpresa antes de fugir novamente para o seu esconderijo. - Com as palavras dele um calafrio desceu pela minha espinha.
- Que tipo de surpresa? - Perguntei preocupado e ele olhou pra mim.
- O tipo que vamos nos arrepender de não ter contato pras meninas o que está acontecendo, pelo menos assim elas não teriam se arriscado a entrar lá. - Disse ele e então pegou lanterna nas mãos.
- Posso me juntar ao grupo de buscas Senhor? - Pedi pela terceira vez desde que tudo havia se iniciado e ele desviou os olhos de mim para a entrada do labirinto novamente.
- Você sabe que não pode entrar lá, debaixo de todo o concreto que cobre o chão tem quilos e quilos de prata, qualquer um que é atingido pela prata não pode entrar, ou então morre.
- Mas e as meninas?
- Elas, são as únicas seres sobrenaturais que tem chance de sair vivas.

PRISON IIWhere stories live. Discover now