101 - Um Pequeno Erro

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- Alícia on-

  - Tem que estar aqui aqueles relatórios! - Praguejei irritada enquanto derrubava e abria e fechada gavetas e mais gavetas naquela escrivaninha tão grande que meu pai mantinha no escritório. Até me deparar com um gaveta maior, parecia estar bem lacrada por quê além de trancada, quando fui espiar pra ver se enxergava algo, nem consegui avistar nada.
  Quando coloquei a mão na madeira senti que estava bem gelada, o que era estranho. O que meu pai esconderia numa gaveta para mantê-la fria daquele jeito.
  Por um instante me afastei, pensando imediatamente que talvez meu pai poderia ser o Gap Dong e escondeu um corpo naquela gaveta trancada, e que ela estava tão fria para conservar o corpo.
  Voltei ao meu juízo antes que minha mente entrasse em colapso pra tentar criar teorias. Era improvável, e meu pai era mundano demais pra ser um psicopata frio e ameaçador.
  Se meu pai trancou a gaveta, provávelmente não deixou a chave, ele sabe que eu mexo em todas as coisas dele por causa do caso.
  Imediatamente coçei os olhos intrigada. Se ele trancou a gaveta foi pra esconder alguma coisa que não queria que vesse.  O que será que tem ali?
Semicerrei os olhos na direção da fechadura da gaveta e meus olhos escapuliram para o armário de tralhas do meu pai que ficava do outro lado da sala. Sem pensar duas vezes me direcionei pra lá.
  Em meio à bagunça achei um pé fe cabra, e não deu dois minutos eu já havia conseguido abrir a cabeça.
  Me deparando com três garrafas bem grandinhas. Uma de vodka, outra de vinho e uma de licor.
  Abraçei as duas primeiras e fechei a gaveta com o licor.
  O restante da noite eu já estava programando nos primeiros goles de vinho, aquela coisa descia de um jeito tão bom, era doce e descia mais fácil do que outras bebidas que já tomei.
  Com meia hora eu já havia me cansado de olhar aquele mural do caso, e resolvi pegar o telefone. Como um estalar de dedos já estava ligando pro Mark. Mais meia hora, em plena meia noite eu escutei baterem na porta do escritório.
  Não me lembrava de ter chamado Mark, só de ter chingado ele por telefone, e depois pedido desculpa. Mesmo assim, quando abri a porta dei de cara com ele.
  Estava tão bonito de cabelo preto. E também não parecia muito mais sóbrio do que eu, e muito menos zangado.
  - Alícia o que você está fazendo? - Mark espreitou pra dentro do escritório e eu joguei meus braços nos ombros dele e o puxei pra perto, o bastante pra ficar a centímetros de sua boca.
  - Me beija. - Pedi, mas ele apenas me segurou e botou pra dentro da sala. Vendo logo de cara o mural do crime, e uma garrafa cheia de vodka e a outra de vinho quase no fim.
  - Alícia o que você... - Ele começou a perguntar de costas pra mim, mas quando estava se virando eu o puxei pra perto e encontrei nossas bocas. Não importava mais o caso, não importava mais minha mãe, nem nada do que fosse acontecer, eu só queria sentir aquela eletricidade esmagadora me invadir e me saciar.
  Mark me segurou nos braços, aquele toque aveludado de sua língua se manifestou tão rápido que por um instante ele quase não conseguiu conter a ansiedade que tinha e todo aquele desejo reprimido por um beijo.
  Eu nem quis esconder, mostrei tudo que tinha pra mostrar, me sentia tão leve e tão livre, capaz de contar qualquer coisa a ele sem me arrepender. E naquele momento, tudo que fazia era me entrega mr, sem brigas e muito menos relutância. Era só isso que eu queria. Foi quando comecei a sentir as veias ficando negras e todo aquele calor incendiário me invadindo. Tão mordaz quanto a pressão que podia sentir apertando meu peito.
  Eu queria mais, queria mais daquela sensação perigosa que eu experimentava toda cez que nos beijavamos. Queria mais daqueles toque que ele me dava tão cheio de desejo. Eu só queria me arriscar pelo menos uma vez.

05:00 am

  Um barulho. Não apenas um barulho, mas sim aquele barulho insistente e irritante que tocava nos meus ouvidos com tanta estridência que parecia ser capaz de fazer minha cabeça explodir.
  Abri os olhos sentindo a maior dor de cabeça que já senti na vida, me lamentando por ter bebido tanto, e numa vaga tentativa eu estiquei meu braço e peguei o celular que brilhava aceso naquele escritório escuro. Eu estava tão confusa e com uma vontade avassaladora de vomitar.
  O pior é que nem lembrava o que havia comido pra querer vomitar.
  Mas uma coisa eu saquei quando identifiquei o nome da pessoa que me ligava no ecrã. Eu estava dormindo no colo de mark, que a propósito ainda estava desmaiado na cadeira enquanto eu atendia aquela droga de telefone.
  - O que você quer praga infeliz? - Indaguei constantando que eram cinco horas da manhã e escutei um risada de calçoa do outro lado da linha.
  - Tenho uma notícia que talvez você queria ouvir. - A voz de Jackson ressoou pelo celular e eu torci o nariz tentando engolir saliva, estava com uma sede do cão e com gosto de álcool e sabe se lá nais o que na boca.
  - Qual? -
  - Encontramos dna do assassino na cena do último crime do Gap Dong. - Ele enfim contou e eu quase engasguei com vontade de vomitar e tudo.
  - Você disse o que? - Repeti embasbacada e ele gargalhou mais uma vez no telefone.
  - As sete vai pro local do crime, vamos te mostrar como e onde achamos, e depois te mostrar os exames que fizeram com as duad amostras.
  - Duas? - Repeti outra vez e escutei ele de dar boa noite e tchau, sem prolongar mais o assunto. Quando o telefone desligou, eu notei duas coisas. O Gap Dong havia ficado descuidado, e eu estava só de calsinha e sutiã.

- Mallya on-

  - Mally... - Escutei um sussuro grave perto do meu pescoço, dava pra sentir lábios na pele, e se não tivesse aberto os olhos naquela hora, podia jurar que escutei um ruflar de asas.
  Quando meu campo de visão foi atingido pela claridade do sol que entrava pela janela e tocava até os pés da cama calorosamente, eu me deparei com o peito de Tae, eu estava deitada no seu peito, envolvida em seus braços, enquanto ele me olhava com um brilho tão puro nos olhos que me deixou tonta.
  - Tae... - Eu estava rouca e manhosa, e me lembrando por etapas do que aconteceu na noite anterior.
  - Bom dia. - Escutei a voz dele de novo, agora podia até sentir ele depositando um beijo no topo da minha cabeça.
  - Tae. - Repeti a mesma coisa de antes, mas agora com mais compreensão. E ele sorriu pra mim, um sorriso tão gostoso que me deixou em paz comigo mesma. Eu estava tão feliz. Havia sido, muito melhor do que eu imaginei.
  Tinha sido especial de verdade. Tae era especial.

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