115 - O Monstro se Revela

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- Taehyung on-

  - Seu desgraçado! - Esbravejei entre dentes e segurei ele pelos colarinhos, o ódio que se manifestava em mim parecia me corroer pelas minhas veias, o sangue titubeava nas minhas orelhas num nível tão discrente que eu quase podia sentir elas pegando fogo. Junto com as dores das duas costelas quebradas no lado direito do corpo. As asas também havia sangrado, mas haviam se curado mais rápido do que eu.
  - Não sei do que está falando. - Mark se fez de desententido, enquanto pegava a faca de prata que havia enfiado naquela pobre mulher e jogava no mar.
  - Você sabe o que fez, e sabe muito bem a as consequências! - Rugi, mas ele pareceu inabalado com minhas palavras, apenas se desvencilhou dos meus punhos e começou a andar pela ponte, como se estivesse caminhando sozinho.
  - MARK! - Urrei quase engasgado de tanta fúria - Você não vai conseguir se safar dessa! - Gritei com ele, mas não consegui para-lo.
  - Aé, e o que você vai fazer pra me impedir? - Ele indagou ainda de costas com tamanha caçoa e eu cerrei os dentes.
  - Vou pegar aquela faca que você jogou e deixar de presente na delegacia. - Ameacei e ele continuou andando.
  - Naquela arma branca não vai encontrar provas contra mim, não deixei digitais, já você... Sem contar que eu sempre tenho um álibi, e não vejo de que forma vai explicar pra Mallya ou pra qualquer um que pergunte, o que aconteceu para estar todo ferido. Isso vai demorar pra se curar Tae, e você, mais do que ninguém sabe que está comprometido até a cabeça dentro da delegacia. - Mark ponderou com diversão e eu gelei me recordando de que era eu quem havia retirado a faca do peito da mulher. Na hora do nervoso nem havia pensado mas consequências. De qualquer forma não dei muita sorte, fui visto pela testemunha que estava no carro, esse provavelmente me viu e o que aconteceu com a mulher... Eu era o principal suspeito, se entregasse a arma do crime, estaria me entregando junto sem querer.
  - E o que você vai fazer?! - Indaguei desgastado e ele suspirou como se já estivesse se cansando das minhas perguntas.
  - Se você pudesse se lembrar... - Ele arqueou os ombros, mas continuou andando - Eu não pretendo matar muitas mais, só tem mais algumas mulheres, um número bem pequeno, e então acaba, e se olhasse na ficha delas, não teriam tanta consideração se vivem ou morrem. - Ele esclareceu, e isso só esquentou o sangue nas minhas veias.
  - Vai continuar? - Indaguei perplexo e ele deu de ombros - Mark! Você está achando que é algum tipo de Salvador ou o quê??! Por que não é, ainda não sei como você teve coragem de matar a mãe da Alícia! Como pôde? Você sabe muito bem que depois do que aconteceu ela jamais vai te perdoar! - Berrei irritado, frustrado e cheio de angústia, não conseguia entender o que se passava na cabeça dele, como podia ser tão frio e tão calmo nessa situação, como se não ligasse.
  - Isso nunca era pra ter acontecido. - Fiz Mark parar de andar, e pela sua resposta, lá no fundo notei um pouco de sinceridade em toda a conversa que tivemos na última hora em que eu o insultava e ele permanecia intocável.
  - Então admite... - Senti lágrimas nos meus olhos, era insano demais pra digerir uma coisa daquelas. Que monstro seria capaz de matar a própria mãe da namorada, por esporte, simplesmente por prazer! Isso passava de todos os limites, se é que um dia eles existiram.
  - Vai pro inferno Mark. - Cuspi as palavras e me joguei da ponte, direto na água gelada.

- Mallya on-

  Acordei num sobressalto com o coração bombeando desesperadamente dentro do peito, o celular ficava vibrando na minha mão e isso parecia incomodar bastante Huoyan, pois só não derrubou o telefone no chão porque peguei antes.
  - Alô? - Atendi esfregando os olhos com bastante sono, me sentia pregada e bastante dolorida, o corpo cansado estava brigando para voltar a deitar.
  - Mallya desce aqui embaixo na cozinha, sozinha. Por favor é muito urgente! - Tae falou do outro lado da linha com bastante agitação e eu pulei na cama num instante.
  Algo tinha acontecido, ele parecia estar bastante encrecado ou então precisando de ajuda. Preocupada demais pra pensar em vestir pelo menos um roupão, desci as pressas pela escada com shorts e top, mal deu tempo de pisar nos degrais do andar debaixo e tropecei, ainda estava ensonada, e descer no escuro tinha sido má ideia. Meu pé começou a doer bastante e só então que me toquei que estava desarmada. Estava exposta num andar debaixo, totalmente desprotegida.
  Continuei descendo, mesmo mancando, e quando finalmente consegui me direcionar pra cozinha escutei passos, parecia de algo molhado, dava pra sentir cheiro de água salgada infestando a casa inteira. O que havia acontecido e cadê o Tae?
  Olhei ao redor, estava tudo vazio, silencioso até demais, muito quieto, como se eu estivesse até sendo observada...
  Foi questão de segundos pra ser agarrada e taparem minha boca. Um grito assustado irrompeu da minha boca no mesmo instante. E começaram a me arrastar pra trás. Com pressa e bastante força, bem mais do que eu tinha. Foi me arrastando pelo corredor, e depois para o hall. Não demorou para raciocinar que estava me tirando da casa. O problema agora era saber quem e porquê.
  Comecei a me debater, chutando e mordendo, tudo que eu podia pra me livrar, e mal consegui soltar a boca e um braço, e meus pés foram tirados do chão.
  Era o Tae. O corpo inteiro relaxou.

PRISON IIWhere stories live. Discover now