107 - Talvez Assassino

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  - Mallya. - Alguém chamou meu nome e logo em seguida levei um trombo bem dado com Mark, quase caindo.
  - Você não olha por onde anda não! - Me irritei e ele me fitou com desleixo.
  - Não seja tão criança, foi um acidente. - Tentou remediar e eu fui pra geladeira buscar água bufando.
  - Por que está aqui? Achei que a Alícia tinha te mandado passear e não voltar mais.
  - Primeiro, não sou um cachorro pra ser levado pra passear. Segundo, independente dessa sua irritação toda, fico feliz que tenha voltado. A Alícia não era a mesma sem você na cidade.
  - Como assim? - Indaguei confusa enquanto abria a garrafinha de água e ele parou na porta para me fitar com mais calma.
  - Ela sente sua falta Mallya. - Ele contou enquanto eu bebia um pouco de água.
  - Achei que ela estava feliz demais com a última novidade do caso para se distrair com sentimentos tão humanos. - Me remoi um pouco, e fitei a água na garrafa para tentar disfarçar o quanto aquilo me afetava.
  - Que descoberta? - Indagou Mark, tinha se perdido demais para voltar ao clima de amizade de antes, agora estava curioso pelo caso. Por que será que a Alícia não contou a ele primeiro?
  - Ela conseguiu uma amostra de DNA do Gap Dong original.
  Notei calmamente ele engolir em seco uma única vez, mas que foi válida por cinco. O rosto impassível não demonstrou nenhuma expressão, mas eu notei, lá no fundo, numa parte muito obscura que ele tentava fingir que não existia para o pessoal do grupo, se retorcer e se agoniar por completo.
  - Já analisaram a possibilidade de ter sido implantado? - Indagou ele com desprezo, ou talvez até um misto de curiosidade forçado demais para ser real.
  - É real, e sabemos que é de um ser sobrenatural bastante poderoso. - Blefei, não era tudo que sabíamos, mas já valia pra assusta-lo. E por algum motivo eu estava desesperada pra ver até onde ele iria.
  - Conseguiram ir tão longe assim por um pouco de pele, ou saliva? - Indagou ele descrente, e eu semicerrei os olhos em sua direção.
  - Não era uma coisa tão banal assim, era um fio de cabelo preto, e foi o bastante pra identificar que era de um homem de aparência jovem, mas que tinha anos demais para estar vivo ainda caso fosse humano, o que também foi constado no exame já que estamos suspeitando que possam haver mais cavaleiros do apocalipse em Helltown.
  - O que?! - Mark maneou a cabeça com cuidado me analisando, ele não tinha como ler meus pensamentos para saber que eu estava blefando tanto. Mas eu gostaria muito de saber usar os poderes de ninfa pra poder ler a mente dele.
  - Aquele DNA não era de qualquer ser sobrenatural Mark, era de uma divindade, então tinha que ser um dos quatro, e vamos investigar até o final pra saber quem foi. Principalmente porquê as provas circunstanciais estão apontando diretamente pra você Mark. - Talvez eu tivesse passado dos limites, mas ver ele pegar fogo por
o dentro tinha começado a ficar divertido.
  O que será que ele faria agora? Iria me pegar pelo pescoço e ameaçar me matar caso eu contasse pra mais alguém minhas deduções? Ia manipular um plano pra me tornar a próxima vítima, assim se livraria de mim, ou ia fingir que não entendia a onde eu queria chegar e se fazer de inocente.
  Até eu ficaria com dúvidas se ele fizesse isso.
  - O que está insinuando com isso Mallya?? - Indagou ele se fazendo de confuso e eu larguei a garrafinha de água no balcão, não queria deixar ele me iludir tão fácil. Eu semprei tive algumas dúvidas, mas agora eu tinha quase certezas que era ele. E só tinha uma maneira de provar, arranjando uma cena pra força-lo a fazer o teste de DNA.
  Eu podia estar errada, mas se teve uma coisa que eu tinha certeza que o Gap Dong 2 faria era desmascarar seu ídolo, seu original iria cair primeiro que ele. Era tudo arquitetado demais por duas mentes tão insanas, mas só um deles tinha a capacidade de vencer, e pra isso tinha que ter um pouco de emoção. Afinal, mesmo que os números não mentem, chega uma hora que a matemática falha. E eu tinha certeza absoluta que foi o Jong Up quem plantou aquela amostra de DNA na cena do crime, antes mesmo que qualquer um soubesse. Principalmente o próprio assassino original que pelo visto foi o último a saber.
  - Confessa Mark. - O forçei com raiva, precisava coloca-lo contra parede, e se tem uma coisa que nunca falha com um psicopata são provocações, eles se sentem espertos e se divertem demais com as emoções humanas pra notar que estão se incriminando sozinhos.
  - Confessar o que Mallya? Está ficando louca?! - Ele recuou um passo pra trás, parecia estar começando a se assustar com a minha atitude.
  - Confessa que é você! - Cuspi as palavras com ódio. - Só tem dois homens cavaleiros do apocalipse nessa cidade e sabemos muito bem que o Jackson não pode mudar a cor do cabelinho dele pra preto.
  - Para de gritar Mallya, não tem nenhum assassino aqui. - Mark me alertou, estava ficando nervoso ao invés de dar risada feito um lunático. Será que eu estava tão errada assim sobre ele ser o Gap Dong, ou ainda tudo não passava de um teatro dele?
  - Confessa seu canalha!! - Berrei, e agora tinha certeza que tinha chamado a atenção das pessoas na sala. Agora que o verdadeiro show ia começar.
  - Para Mallya!
  - Confessa seu desgraçado! - Berrei mais - Confessa que você matou tanta gente inocente, confessa que tem um coração podre e qye jamais ppderia amar por que é um psicopata frio e cruel demais para isso, confessa que você matou a mãe da mulher que você diz que ama! - Esbravejei e ele se aproximou de mim calmamente, meu sangue estava fervendo e tilintando nos ouvidos, e mesmo assim, ele chegou perto o bastante para sussurrar algo que só eu comseguiria ouvir.
  - Quero ver você provar. - O sussurro tão pesado pareceu ter carregado uma baforada violenta da morte junto consigo para dentro da minha cabeça.
  Minha mão estalou na face dele tão rápido que só fui notar que a cozinha estava cheia de gente quando ele começou a rir.

PRISON IIWo Geschichten leben. Entdecke jetzt