15 - Sem Limites

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  Duas horas da tarde, finalmente paramos para almoçar, contra vontade já que as opções de brinquedos não tinham limites, eram vários e cada vez que escolhiamos um e os quatro iam, acontecia de tudo, de risadas escandalosas e sem freio à enjoos fortes e tontura, rimos, caímos, levantamos e caímos de novo. E só demos uma pausa pra encher o estômago. O que era meio arriscado já que sabíamos que assim que voltassemos para os brinquedos vomitariamos tudo.
  Mesmo assim fomos almoçar, aceitando todos os riscos, afinal não dava pra ficar com o estômago vazio.
  Compramos quatro lanches, refrigerante e sobremesas diferentes, pra Mallya e o Tae foi sorvete e pra mim e o Mark chocolate. Ao invés de fazer como na lanchonete, dessa vez eu e Mark já estávamos mais próximos então sentamos um ao lado do outro, assim como o Tae e a Mallya.
  Comemos e bebemos sem pressa, animados com o passeio, e eu e a Mallya começamos a pensar um pouco no caso, criando algumas teorias para tentar desvendar o motivo do Gap Dong ter finalmente entrado em contato, e se realmente era ele. Chegamos a conclusão que tínhamos uma ausência muito grande de informações para simplesmente formular teorias, por isso paramos e demos liberdade a outro assunto. Começando a falar sobre tudo que estava acontecendo e as loucuras que surgiram nas últimas semanas, mais rápido do que podíamos acompanhar. Não tocamos no assunto da minha mãe, estávamos tentando evitar o Gap Dong, pelo menos um pouco já que ele nos assolava a cada pensamento, mas acabamos citando a mãe de Mark, e a tentativa dela de me matar.
  - Foi insano! - Afirmou a Mallya abaixando seu sorvete para oferece-lo a Huoyan que havia acordado e que agora se aproveitava da oferta de comida para sair da bolsa dela. Eu assenti quebrando mais um pedaço da minha barra e levando o pequeno tablete a boca, pensativa, me lembrando a força que eu manifestei naquele dia. Aquilo foi assustador, pensar que ia morrer, e de repente ter força, mesmo com tanta dor...
  - É, foi insano. - Confirmei quebrando mais um tablete de chocolate pra comer e senti Mark apertar o abraço que seus braços mantinham ao redor da minha cintura.
  - Mas agora está tudo bem Jagi. Você está bem. - Me confortou Mark carinhosamente e a Mallya sorriu, envolta nos braços de Tae, eu conhecia aquele sorriso doce, ela estava feliz de nos ver bem, e de me ver bem. Mesmo que ainda estivesse com um pé atrás com Mark. Eu também estaria se estivesse em seu lugar, foram momentos muito difíceis pelos quais passamos, e por mais que agora eu esteja bem com Mark, não quer dizer que eu não esqueci o que ele fez no shopping, tentando me arrastar pro carro como se fosse um doente pocessivo. Tudo bem que ele era por causa do transtorno de psicopatia, mas não precisava agir como um. Assim como eu também não devia.
  - Bem uma coisa é certeza, - Começou a Mallya pegando seu sorvete de volta, Huoyan estava com sono demais pra querer sair da bolsa, então ela o guardou novamente, Tae estava atento, quieto enquanto recostava sua cabeça no ombro dela - Eu nunca mais quero ver uma daquelas bonecas demoníacas de novo! - Afirmou convicta e eu dei risada.
  - Tomara. - Concordei e então comi mais um pouco de chocolate, estava um dia quente, depois que a chuva se ausentou o sol estava raiando incansavelmente, e o calor se fazia presente a cada instante. Nem o ar condicionado do restaurante parecia suficiente para aplacar a temperatura.
  Fiz Mark me soltar e tirei o casaco, amarrando ele na cintura. Depois voltamos a comer.
  Durante todo o tempo em que passamos ali, conversamos sinceramente, ou pelo menos foi o que eu pensei até citarmos a mãe de Mark novamente e eu perceber que tinha algo de errado nas palavras dele. Resolvi não comentar, e então assim que terminamos pagamos e saímos do local.
  Já que queríamos fazer coisas diferentes nos separamos, eu e Mark fomos pro túnel do mistério e a Mallya e o Tae foram pra montanha russa, combinando que mais tarde nos reencontrariamos na frente do carrossel.
  Pagamos na entrada e pegamos um barco, e eu e Mark dividimos a função dos remos, ele queria remar e me poupar o trabalho, mas eu fiquei brava por ele me tratar como se eu fosse uma garota frágil e então tomei um dos remos de sua mão e fomos pro túnel. Quando chegamos na metade eu parei de remar, e saí. Vários pensamentos assolavam minha mente, principalmente da segunda morte que o Gap Dong havia realizado aqui, mas o que mais me deixou inqueita foi que eu estava sentindo que Mark estava me escondendo alguma coisa.
  Assim que pisei em terra firme cruzei os braços e me virei pra ele.
  - Desenbucha. - Foi tudo que eu disse e ele se fez de desentendido - Mark! - Protestei e ele franziu o cenho.
  - Não estou entendo Jagi. - Repetiu e eu arqueei uma sobrancelha em sua direção.
  - Você mentiu. - Acusei - No restaurante, quando falamos da sua mãe, sobre ela ter sumido. Você ficou emocionado e pareceu se importar. Confesse, eu sei que você não derramaria lágrimas por ela, aquilo foi teatro, é nítido que está me escondendo algo! - Reforçei e Mark se fechou, deixando a seriedade tomar conta de sua feição.
  - O que quer que eu fale? - Indagou Mark impaciente e eu abri um sorriso debochado.
  - Vamos começar pela localização da sua mãe.

PRISON IIWhere stories live. Discover now