52 - Apagão

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- Mallya on-

  - Vocês tem noção do perigo que as duas estavam correndo? - Tae indagou irritado e eu peguei linha toalha, irritada de volta.
  - Estávamos preparadas pro que viesse Tae, ninguém ia se machucar. - Rebati e ele veio até mim segurando meu braço. Isso instintivamente me fez lembrar do que houve na boate, do Jong Up vindo na minha direção, olhando diretamente pra mim, e então o Tae me puxou pelo braço, todo alarmado porque o Mark e o Jung Kook haviam perdido a cabeça por causa da Alícia.
  - Alguém sempre se machuca Mally, toda cez alguém sempre se machuca, e esse alguém sempre é a Alícia! Parece até que ela atraí machucados. - Ele insistiu, tentando me conscientizar dos meus atos, e eu soltei meu braço da sua mão e fui na direção do banheiro. Precisava de um banho.
  - Ninguém se machucou Tae, estamos todos de volta em casa, e está tudo bem. - Apresentei os fatos reais e ele me barrou na porta do banheiro.
  - Mallya, eu sei que vocês estavam com receio de negarmos o plano, mas não deveriam ter escondido isso. - Insistiu e eu me aproximei dele, encostando minha testa na sua.
  - Eu sei que foi insensato, não vamos mais fazer coisas sem avisar, foi realmente perigoso. - Concordei para tomar as preocupações dele e enfim ele me deixou passar.
  Sem mais perguntas ou sermões, eu fui tomar meu banho.

- Alícia on-

  Sentei na cama e comecei a tirar os saltos, Mark ainda estava bravo, nem olhava pra mim como se eu tivesse cometido um crime horrível. Nem é pra tanto. Eu precisava fazer o que fiz, não tinha escolha.
  Assim que Suguinha surgiu de debaixo da manta para pedir carinho eu, mesmo com o frio na barriga pela insegurança, tomei coragem para falar com Mark, que estava do outro lado da cama tirando a camisa.
  - Eu precisava fazer aquilo. - Foi tudo que saiu da minha boca, mesmo que eu estivesse segurando o impulso de pedir desculpas. E Mark continuou quieto, e aquilo estava me deixando agoniada - Você pode não entender, - Continuei antes que o silêncio tomasse o quarto - Mas eu não vou parar por nada enquanto não puser as mãos no assassino da minha mãe.
  - Cala a boca. - Mark sussurrou, mais num pedido do que numa ordem, e mesmo assim o impacto me fez sentir uma idiota, me afetou o fato dele estar tão irritado a ponto de não querer ouvir minha voz, não compreender minha decisão, mesmo eu tendo passado dos limites. Independente do que ele pensava, ele não era eu pra passar por tudo que eu passo, ou então me entender, da mesma forma que eu não sou ele.
  - Vai ser assim? - Indaguei ríspida, me esforçando sem sucesso para esconder a mágoa na voz e ele enfiou a cabeça nas mãos.
  - O que você quer que eu faça? - Indagou com a voz abafada. Eu levantei da cama, olhando pro gato enquanto o silêncio caia no quarto novamente. Meu peito pareceu se rasgar de leve, como se estivesse desfazendo algo por dentro, e eu senti vontade de chorar. Chorar porque estava com medo, chorar porque o plano tinha dado errado, e principalmente porque eu só queria um abraço, para me encolher e chorar, mas Mark estava furioso demais para perceber isso.
  - Morra talvez. - Falei sem pensar e Mark levantou a cabeça das mãos, mas não parecia impressionado, e eu não fui sincera, na verdade só queria pedir desculpas, e o que saia da minha boca ia contra qualquer sentimento que passasse por minha cabeça naquele momento.
  - Se um morrer, os dois morrem juntos, mas você como "dama da morte" ainda não compreendeu isso ainda não é? - Indagou Mark ríspido e eu cerrei os dentes, aquele nome inventado com tanto carinho agora não parecia mais divertido, e sim uma forma de caçoa. Me senti envergonhada.
  - Quem sabe assim essa palhaçada acaba. - Falei mais uma vez o que me deu na cabeça e tirei a saia e a camiseta sem me importar com a presença de Mark. Indo até o armário onde minhas roupas estavam para me trocar.
  Mark nem olhou pra mim, desde o momento que eu me troquei, pondo uma jeans e uma regata branca, até eu sair pela porta do quarto pra fora, com Suguinha atrás de mim.
  Assim que coloquei os pés no corredor avistei Jung Kook subindo a escada, estava mais calmo, pelo visto Jimin realmente entendia desse negócio de chá calmante. Acho até que ando precisando de um.
  Quando me aproximei, Jung Kook que antes parecia estar perdido em pensamentos levantou seu olhar pro meu rosto. E pude ver que ele havia se machucado um pouco, havia um pequeno corte no canto esquerdo de seu olho e sua mão, a que ele usou pra surrar o playboy na boate, estava enfaixada.
  - Você está bem? - Ele Perguntou, fazendo menção de se aproximar, mas continuou parado, segurando o corrimão da escada com a mão boa.
  - Você não me parece tanto. - Respondi levando a mão até seu rosto, passando o indicador delicadamente por seu machucado. Ainda sangrava.
  - Vai cicatrizar. - Disse, encolhendo os ombros e eu abaixei a mão.
  - Obrigada, foi muito gentil de sua parte me defender daquele jeit... - Quando estava terminando de agradecer, com o olhar inqueito de Jung Kook sobre mim a luz do corredor se apagou.

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