86 - Fim da Brincadeira

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- Dark on-

  - Ora ora se não é aquela jovem do restaurante com a bela tatuagem... - Uma voz familiar sussurrou em meus ouvidos, e aquele doce cheiro másculo invadiu minhas narinas com maestria.
  - Não achei que um homem tão culto se prendia a orgias onde chacinas rolam soltas... - Devolvi cruzando as pernas debaixo do balcão e ele levantou o dedo pedindo duas bebidas, mesmo notando que eu já estava com a minha.
  - Sinto que diria o mesmo. - Ele me lançou um sorriso ladeado e eu arqueei uma sobrancelha, analisando bem seus trajes comportado e desgarrados ao mesmo tempo, e aquele cabelo negro que parecia azul de tão intenso.
  - Creio que você não sente muito. - Retruquei e com uma última olhadela virei o copo de uísque direto na boca. Isso alargou mais o sorriso dele, porém eu já estava com aquela sensação gelada no peito, e resolvi sair para pista de dança com pressa.
  - Não vai nem se despedir? - Ele segurou minha mão gentilmente e uma corrente de sensações ruins atravessou o meu braço com tanta violência que eu fiquei tonta.
  - Sai de perto de mim. - Alertei de cabeça erguida e quando me soltei de seu toque percebi que quando seu olhar passeou pela pista de dança, especificamente na portaria ele se fechou, parecia ter deixado uns instante de raiva passar por seus olhos, mas desapareceu tão rápido quanto surgiu, e logo o sorriso inocente já estava de novo em seus lábios. Parecia um boneco fazendo teatro.
  - Nos vemos por aí, - Ele se levantou acenando com charme, e então sorriu mais abertamente - Dark. - Gelei quando notei que ele sabia meu nome. Quem era ele?
  - Espera! - Era tarde, ele já havia saído do balcão e se misturado na multidão de corpos dançantes.

- Alícia on-

  Assim que pisamos na entrada a Mallya fechou a cara, já parecia irritada no carro, agora havia ficado ainda mais enfurecida. Eu tinha certeza que se rolasse uma briga o bixo ia pegar. E pra colaborar, Suguinha e Huoyan estavam no carro, se eles não fizessem complô pra destruir o banco de trás, com certeza dariam as caras caso estourasse uma briga.
  - Se misturar? - Ela me lançou um olhar irritado junto com a pergunta e eu neguei com a cabeça. Separar seria má ideia. Se Jong Up nos pegasse de surpresa poderíamos nos ferir.
  - Melhor não. - Respondi e ela me pegou pelo pulso revirando os olhos.
  - Então vamos pro bar porquê eu preciso beber! - Rebateu e eu fui atrás, sendo levemente arrastada pela Mallya. Até que ela não estava tão agressiva.
  Chegando no balcão a Mallya se apoderou de várias latinhas de coca cola, e eu comecei a ficar tensa de verdade, ela só toma coca quando está muito brava mesmo. E eu tinha mais medo da Mallya tomando coca, do que de dois seriais killers na mesma festa com a intenção de me matar.
  Sem prestar atenção na minha possível morte resolvi olhar em volta, analisar o perímetro era uma boa ideia. Pelo menos foi assim que eu avistei Mark se esgueirando entre a multidão e parecia estar vindo na minha direção zangado. Não me lembro tanto do que houve, mas se o que Suguinha fez comigo foi certo, Mark está encrencado até a pontas dos fios vermelhos de seus cabelos.
  - Acho que é melhor a gente se separar agora. - Comentei acompanhando Mark com o olhar, ele estava cruzando o salão com tanta determinação que as pessoas abriam espaço com medo dele derrubar todo mundo como se fosse um carro desgovernado atropelando tudo, em resposta, Mallya apenas me deu um aceno de cabeça, quase como um xingamento. Virei meu copo de vodka que estava por perto no balcão mandando goela abaixo de uma vez e então me enfiei na multidão atrás de Mark enquanto o líquido queimava por dentro até o estômago.

- Jong Up on-

  - Se tem tudo, por que vai demorar tanto para matá-las? - Indagou o rapaz ao meu lado.
  Com uma última olhadela de desprezo na figura ao lado eu voltei meu olhar lá pra baixo, para meus brinquedos que estavam bebendo, ou então transitando pela pista de dança. Quase todos estão aqui, as meninas, o cavaleiro da guerra e da morte, e a máfia oposta, só falta o anjo que eu sei que assim que receber a mensagem do parceiro de gangue, Jeon, vai vir correndo pra proteger a amada.
  - O que eu tenho que fazer para dar um fim nessa brincadeira de uma vez por todas?! - Ele indagou impaciente e eu olhei de volta para o meu livro enquanto tateava o cano frio do revólver no cinto.
  - A brincadeira não pode acabar. - Levantei a arma e sem esperar suas últimas palavras, a bala silenciosa atravessou a cabeça dele permitindo enfim um sorriso no meu rosto.
  - Nada pode acabar, afinal, eu só estou começando...

  - Nada pode acabar, afinal, eu só estou começando

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