32 - Ascendentes de Raízes

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- Alícia on-

  Quando fui entender que não estava mais nos braços de Mark, e que o namorado da minha melhor amiga tinha me feito voar, logo eu que morro de medo de altura, para me entregar pro meu, "conselheiro" porque meu estado era grave, eu já estava sendo posta numa maca.
  Atordoada e me retorcendo o mínimo possível de dor, meu campo de visão foi invadido por Wonho, que estava com um kit médico, se inclinando sobre mim para terminar de rasgar o que restou da minha camiseta e tentar estancar o sangramento, enquanto Jung Kook que surgiu de repente ao meu lado entragava uma, das duas seringas com líquidos esquisitos e amarelos para ele. Sem contar o meu pai e BamBam que estavam sendo segurados por Jimin e Jaebum pra não piorarem mais a situação com seu pânico e desespero, levando em conta que já estavam abalados por essa ser a segunda vez que eu me metia numa encrenca de risco de vida.
  Eu conseguia assimilar bem o que estava acontecendo, a dor parecia tilintar nos meus ouvidos a cada palavra arrastada que eu tentava dizer. Implorando, quase suplicando que tirassem as agulhas de perto de mim, já que eu odiava e tinha medo delas desde os sete quando fiquei doente e tive que tomar uma injeção por dia, por uma semana inteira, até melhorar.
  - Segura ela. - Escutei Wonho pedir compadecido de dó mas, sem perder sua habilidade com as mãos, era um membro da polícia muito bem treinado e estudado para lidar com todos os tipos de situações e não seria num momento tão delicado em que o amigo contava com ele para cuidar de sua filha que perderia a cabeça e começaria a hesitar a fazer o que era necessário.
  - Não... Por favor... - Falei mesmo sabendo que era inútil, e minha voz quase não saiu, enquanto a agulha da seringa nas mãos firmes de Wonho se aproximava do meu braço - Eu não quero isso... - Me esforçei para dizer e senti as mãos de Jung Kook, tão mornas, segurando meus pulsos, nos meus pés avistei o pai da Mallya também ajudando a segurar, e só fui entender porque eles me seguravam sendo que eu estava naquele estado tão debilitado, quando a agulha entrou na minha pele, beliscando devagar e me agoniando, e então eu surtei.
  O grito não parecia ter sido tão meu e tão enfurecido em toda a minha vida como foi naquele momento. Meus olhos que mal abriam-se a segundos atrás, agora me davam visão de tudo ao meu redor, ampliado e melhorado de uma forma desumana, principalmente do chão quebrando. Eu não sabia como estava fazendo aquilo, mas de alguma forma todo o meu corpo pareceu ter reascendido assim que o líquido invadiu as minhas veias, varrendo minhas veias numa corrente elétrica escaldante até meus neurônios, parecia que ia me matar. E parecia que eu tinha força o suficiente para destruir o que estivesse ao meu redor. Principalmente a roda gigante, que a poucos metros de nós estava entortando, como se fosse um brinquedo mole sendo manipulado.
  - Me dá a outra antialérgica! - Wonho ralhou apressado quando tirou a primeira agulha do meu braço e GDragon que até então não havia se mexido, perplexo com tudo ao seu redor, rapidamente alcançou a injeção para Wonho e lhe entregou.

- Mallya on-

  Sem esperar que eu pudesse fazer algo a menina atrás de mim, provávelmente de uma idade próxima à minha me agarrou pelo pescoço e tentou me enforcar. Cambaleei pra trás com o ataque repentino e comecei a impulsionar meu corpo na tentativa de derrubar nós duas, o importante era me soltar dela.
  Enquanto eu entrava em ação de uma maneira, Mark já se antecipava de outra, vindo na minha direção pra ajudar o manto que o cobria esvoaçando na brisa noturna. Estava transformado em cavaleiro da morte e sua presença me abalou por dentro. Algo no meu subconsciente me fez apreciar suas íris negras e negar algo dentro de mim. Que uma parte da minha mente latejava em não ignorar. Talvez o que ainda restasse do meu juízo, se é que eu o tinha ainda, clamava que eu não me entregasse à violência de uma vez. Parei de relutar contra a menina com o choque.
  Antes que Mark ou eu pudessemos fazer mais alguma coisa, uma onda veio junto com um grito estridente carregado pelo vento, fazendo a fantasma me soltar, ao mesmo tempo que atordoando e queimando-me por dentro. Mark pareceu ter sido atingido por algo muito forte, pois suas feições voltaram a ser humanas, e ele cerrou os olhos, franzindo o cenho de dor e caiu no chão.
  Como se meu coração dentro do peito estivesse inflamado, eu gritei também, alto e com estridência, logo em seguida caindo de joelhos, sentindo como se meus ossos estivessem se desintegrando dentro da minha pele, era insuportável. E me fez perceber que meus braços estavam vermelhos, era alergia. E eu conhecia do que, só não achei que poderia me afetar aqui. Eu nem fazia ideia de que havia prata por aqui.
  - Mallya você está bem? - Mark, se recuperando, veio ao meu encontro proecupado, mas quando tentou me tocar Huoyan saiu da bolsa, rasgando o material dela e saindo à todo vapor pra cima de Mark. Pra me defender. Mas eu não sabia do que já que ele só queria me ajudar.
  Zonza eu abraçei minha própria cintura, incapaz de segurar Huoyan por causa da náusea que percorria meu estômago, e Mark que quase havia caído outra vez com a surpresa do ataque de Huoyan, o segurou, impedindo-o de fazer seja lá o que queria. E foi então que eu entendi do que era que Huoyan queria me proteger.
  - Huoyan. - Chamei seu nome e ele se desvencilhou das mãos de Mark e pulou em seu ombro. Empoleirado e atento como uma águia apta para pegar a presa - Bultaureone. - E ele cuspiu fogo no rosto da jovem, que estava chegando pela surdina para atacar Mark por trás.

PRISON IIWhere stories live. Discover now