114 - Pura Verdade

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- Mallya on-

  - Espero que tenha valido a pena. - Suspirou Alícia entrando no quarto com um ar de compadecimento no rosto. Ela, mesmo tendo corrido perigo compreendia por que adiei tanto o sacrificio das três loucas. O importante era que agora tinha mais informações sobre o meu passado, mas principalmente tinha mais pistas pra procurar. Isso já valia muito.
  - O que elas realmente quiseram dizer com tufo aquilo? - Continuou ela e eu debruçei na cama, tinha certeza que estava com um cara extremamente confusa, e levemente intrigada.
  - Eu não sei. São teorias demais na minha cabeça pra conseguir digerir uma definição. - Respondi inqueita e ela debruçou na cabeceira de baixo da beliche. Fitando minha expressão com tantas dúvidas quanto eu, mas lá no fundo parecia preocupada. O bastante pra me angustiar.
  - O que já de errado? - Agora foi minha vez de perguntar, e ela respirou com pesar.
  - Acho que deixamis escapar alguma coisa.
  - Com relação a qual problema? - Indaguei e ela veio pra cama se sentar, compartilhando o sorvete que tinha nas mãos comigo.
  - Foi muito fácil saber sobre o livro e como pegá, e estou com a impressão que vai ser fácil também sair da Floresta. Tem alguma armação ai. E tenho certeza que tem alguém por trás do Jackson.
  - Alguém que quer esse livro tanto quanto qualquer um. Isso só comprova nossas teorias de que o Gap Dong está aprontando muito mais do que pensamos.
  - Com certeza, só não sabemos o quê... - Ela esxasperou e eu relutei.

- Annia on-

  Virei a primeira esquina pra não chamar tanta atenção, estava andando sozinha no meio da noite, e sabia que era perigoso demais. Porém precisava ir visitar meu filho.
  Ele precisava do sangue se não ia morrer antes do sol nascer. Foi o primeiro que deu certo, não posso deixá-lo morrer assim.
  Meus passos estavam ficando mais apressados, eu sabia que a ansiedade estava tomando conta de mim, mas precisava chegar lá, mesmo com aquela tendência predominante de morte que sobrecaia na cidade.
  Era ruim, muito ruim estar tendo que sair no meio da noite para caçar uma coisa dessas, mas era necessário demais aquele sangue. Eu precisava dele pra salvar o meu filh... Escutei passos na rua.
  Alguém estava andando depressa logo atrás de mim, me virei para olhar pra trás, estava me aproximando de um beco, não tinha parado de andar, e também não tinha visto ninguém. mas conseguia sentir que estava sendo vigiada.
  Meu coração disparou quando o som de uma lâmina sendo raspada no chão foi auditivel, o sangue parou nas veias. Foi quando voltei a olhar pra frente, dando de cara com olhos tão fundo que eram incapazes de ter pupilas. Só pude sentir a prata atravessar meu peito através de uma faca afiada e empunhada de forma precisa demais para ser de um humano.
  Meu peito se rasgou em dor. Cambaleei pela calçada e o frasco de vidro que tinha nas mãos se chocou com o chão. Levei as mãos ao peito, a arma branca havia sido retirada, mas o sangue pungente estava encharcando as minhas mãos.
A umidade espessa que predominou entre os meus dedos tirou meu foco por tanto tempo, que agoniada com a a falta de ar nem notei que estava no meio da rua.
  Ainda cambaleava, dava pra sentir os pés ficando frouxos em cima dos saltos, pelo menos até escutar a buzina alta, nem deu tempo de olhar pro lado, só de ver as asas negras se abrindo sobre mim enquanto o farol cegava meus olhos, e quando não pude mais ver, nem as asas, nem a luz, o carro me arrebatou sem piedade.

PRISON IIOnde histórias criam vida. Descubra agora