102 - Provas

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A água desceu diretamente em contato com meus rosto, os pingos gelados refrescaram todo o meu corpo e foi me libertando lentamente daquela sensação palpável de que minha cabeça ia explodir.
Aos poucos toda aquela pressão de ter bebido e talvez até transado com Mark se esvaiam da minha mente. Mesmo que eu achasse que não tínhamos feito nada depois de toda aquela bebida. Afinal não transamos, se não eu teria me lembrado, mesmo que fosse por partes.
Molhei o cabelo e me enfiei debaixo da água de uma vez.
Um banho era tudo que eu precisava pra por as ideias no lugar e começar a trabalhar, estava ansiosa pra pegar os resultados das amostras de DNA. Quem sabe dessa vez daríamos a sorte de por as mãos no cretino do Gap Dong.

- Eu trouxe alguns doces da padaria. - Mark tentou chamar minha atenção quando tentei passar reto pela porta da cozinha, estava quase no hall de entrada quando resolvi voltar pra trás.
- Achei que você tinha ido... - Senti meu coração perdendo o rumo e ficando sem ritmo, quando fui procura-lo depois do banho ele havia sumido do escritório. Por um instante pensei que havia se arrependido da noite anterior, e que na verdade nossos rompimento ainda estava valendo, mas ao vê-lo ali. Parado de pé ao lado do balcão enquanto colocava o café na mesa e algumas panquecas douradas perto de barras de chocolate, rocambole e outras guloseimas a mais, eu não resisti.
Eu sei que poderia ter me contido e ficado a uma distância segura para não demonstrar o quanto tinha ficado feliz por ele não ter partido, mas na verdade nem mesmo hesitei e fui correndo para os braços dele.
E ele me recebeu tão acolhedor que não quis mais solta-lo.
Mark me envolveu nos braços e tirou meus pés do chão, me girando com doçura, para depois me colocar de volta no chão bem acompanhada de um beijo na testa.
- Bom dia meu amor. - Ele sorria de forma singela, me encantando com aquela aparência tão doce.
- Mark... - Comecei, erguendo a cabeça para encara-lo e ele tocou os lábios na minha boca.
- Shii. O café vai esfriar se não tomá-lo. - E então ele me virou pro balcão, e depois que se sentou no banco, me puxou pro seu colo. Não conseguia resistir aos sorrisos que me tomavam. Eu havia sentido tanta falta dele.
O cheiro do café pela cozinha se misturava com o aroma masculino e acolhedor que ele emanava, e aquilo foi suficiente pra deixar o começo da minha manhã muito melhor.

Apressada nos saltos médios eu ia em direção a delegacia com um copo de café expresso bem quente. Não estava frio hoje, e eu já havia tomado café, mas quando Mark me ofereceu o copo todo decorado eu não resisti a oferta.
Agora estava quase atrasada, o carro de Mark já estava partindo e eu não conseguia mais aguentar de tanta curiosidade sobre os teste com a amostra de DNA.
Quando finalmente invadi a sala do meu pai dei de cara com Jackson que estava saindo e quase me derrubou com café quente e tudo, foi por bem pouco que não molhei aquele belo conjunto branco e o sobretudo preto que estava vestindo. Quando o escolhi de manhã parecia uma opção tão boa, agora na correria estava começando a me inquietar com as roupas. Pelo menos estava bonita, Mark ressaltou bastante isso no carro durante o caminho pra cá.
- Desculpa Alícia, nem te vi. - Jackson foi educado e escutei passos atrás de mim enquanto via meu pai se levantando de sua cadeira atrás da enorme mesa e vindo ao meu encontro.
Dei uma olhada de soslaio para ver quem se aproximava por trás, e quando constatei que era apenas Jeon, me voltei enfim para o meu pai. Ignorando a presença de Jackson claro.
- E então o que conseguimos? E como não encontraram antes a amostra do DNA? - Meus olhos estavam caçando cada centímetro do rosto do meu pai em busca de respostas, e ele colocou uma mão no meu ombro.
- Creio que já processou a informação, não é? - Indagou, e senti a presença de Kook bem perto de mim, mas o mesmo não se manifestou, estava aguardando o mesmo que eu aguardava de meu pai, respostas.
- O que temos pai?? - Reforçei a pergunta, e ele me abriu um meio sorriso.
- A amostra de DNA não é de nenhum animal, e também não é da vítima, e de nenhum dos residentes da casa onde ocorreu o assassinato, então chegamos a conclusão que pode ser do Gap Dong. - Foi tudo que disse, e eu abri um sorriso largo e malvado. Só podia ser dele, mas agora eu precisava entender como eu havia deixado escapar algo tão importante como aquilo. E como ele falhou dessa vez? Ele nunca falhou, por que se entregaria por tão pouco em pleno auge de seus joguinhos? Tinha até um imitador, então por que faria isso?
- Creio que tem muitas perguntas, - Meu pai já se adiantou antes que eu dissesse alguma coisa - O oficial Jeon vai te acompanhar até a cena do crime novamente e te explicar como e onde encontraram o DNA. Quero o seu melhor filha, eu sinto que estamos perto de pegar ele, mas eu preciso de toda ajuda possível.
- Pode contar comigo pai! - Afirmei assentindo e ele acenou pra mim, e depois fechou a porta, se trancando no escritório.

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