119 - O Livro Maldito/Parte II

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- Mallya on-

  - Sério, eu to bem curiosa, o que você fez pra tirar o Gdragon e nossos irmãos do caminho? - Perguntou a Alícia com um sorriso travesso e eu dei risada ao recordar.
  - Deixei eles cuidando do Huoyan e do Suguinha. - Cai na risada e ela começou a rir comigo.
  - Ah então foi com eles que você deixou meu gato! - Deu mais risada ainda - Coitados, vão ficar em dúvida se correm do fogo do Dragão ou as garras do Gato.
  - Você acha que eles veriam o Suguinha se transformar? - Dei mais risada e ela assentiu segurando o riso e se apoiando num galho seco onde haviam algumas cordas penduradas. Pareciam até lugar de enforcamento. Eu me lembrava dessa floresta, as árvores que não balançava com o vento, a mata que não obtinha nenhum sinal de cobras ou insetos, parecia que o lugar estava morto.
  - Provavelmente sim, eles são lobos e um vampiro, do jeito que Suguinha é desaforado com certeza não vai esperar eles o morderem primeiro. - Ela riu, mas ficou quieta depois de me ultrapassar.
  Aqui era tão esquisito, quase como um cemitério... Trombei na Alícia e quando levantei a cabeça e vi uma fileira de corpos espalhadas pelas próximas árvores, cheios de cadáveres que se enforcaram eu assimilei onde estávamos. Um cemitério de suicidas.
  A velha e assombrosa floresta do Japão onde todos vão pra se matar. Por isso aqui é tão esquisito.
  - Puta merda! Me diz que a gente não tá em Aokigahara... - Ela praguejou, e eu engoli em seco.
  - Seja bem vinda a Floresta das Almas... Almas dos suicidas... - Falei com desconforto. E então continuamos pela trilha, dominadas pela sensação de que estávamos sendo observadas desde que chegamos.

  - O que acha que tem lá dentro pra proteger o livro? - Perguntei coçando a nuca, e a Alícia coçou os olhos num impulso nervoso, e depois engoliu em seco.
  - Não tenho certeza... Se aquela era a cabana onde sua mãe morreu pra guardar o livro, deve ter alguma coisa bem forte e destrutiva que vai ser capaz de nos matar pra impedir que o levem.
  - Eai? Quer voltar? - Caçoei e ela riu da minha cara, sacando o revolver.
  - Só depois de pegar o livro.
  Andamos com cautela até a casa, instigadas com o silêncio matador que se alastrava por cada recanto de madeira, e então eu empurrei a porta, tirando a katana da bainha e quando nos viramos de costas para ser reta-guarda uma da outra, entramos.
  E não havia nada lá, apenas folhas e um chão imaculado, o lugar estava vazio, e o que restava dos móveis estava coberto de poeira e cupins.
  - O que acha que devíamos fazer? - Indaguei e senti a Alícia se virar.
  - Investigar, - Começou, e então fez uma pausa para andar até o outro lado daquela vasta sala empoeirada, por um momento pareceu entretida com outra coisa - Tem alguma coisa aqui, ou melhor, tinha. - Comentou ela apontando para uma silhueta esparramada no chão.
  - É impressão minha ou essa parece demais a silhueta ideal do corpo de uma mulher? - Indaguei e maneou a cabeça para olhar melhor, foi quando senti uma gota quente de suor escorrer p-ela minha testa, eu estava soando por que?
  - Ela parece bem fresca na verdade, quase sem nenhuma poeira... - A Alícia continuou curiosa e foi então o momento que eu engasguei.
  Haviam dois olhos amarelos escondidos nas sombras de um corredor que era continuidade da casa, que eu só avistei quando senti a baforada violenta balançando nossos cabelos assim que nos aproximamos do local. O primeiro baque nos fez cair no chão de susto com medo da fera mortal. Já o segundo foi da rabada que ele se prontificou em disparar sobre nossos corpos.
  Fui pra parede, o corpo todo ardeu por dentro com dor e eu acertei a cabeça com força, e pior que aquela agonia latejante foi recurar o ar depois de ter levado um golpe que parecia mil vezes pior que um soco no estômago.
  - Mallya! - Escutei a Alícia gritar e então senti aquela baforada de novo, estava ficando quente, muito, muito quente.
  O gigante dragão laranjado que se levantou diante dos meus olhos abriu as asas, a garganta flamejante já estava dançando labaredas na frente dos meus olhos incrédulos. Era... Não pode ser real... Era o dragão dela... O dragão da minha mãe...
  E ele estava prestes a me incendiar quando foi surpreendido pela Alícia com quatro tiros certeiro de prata na cabeça. Não fez nem cocegas.
  Pelo menos o barulho foi suficiente pra me despertar e fazer rolar pra longe do alcance das chamas.
  - Alícia! - Chamei ela que estava do outro lado da sala com o braço molhado de sangue acompanhando os movimentos do dragão com a arma, ele não estava gostando muito enquanto grasnava olhando feio pra ela.
  - Alícia para de atirar, eu acho que posso convencer ele! - Pedi exasperada e ela me olhou como se eu tivesse ficado maluca.
  - Você tá maluca?!! - Quase ri por ter adivinhado o que ela estava pensando, mas me contive quando percebi que era sério.
  - Eu sei o que fazer! - Rebati esperançosa - Ele é o Dragão da minha mãe... - Revelei e vi a evidência da surpresa no rosto dela.
  - Ele vai te incinerar Mally! - Ela ficou apreensiva, mas eu me aproximei do Dragão incandescente com os olhos e a boca dominados por um sorriso doentil, dava pra sentir como ele era forte direto na pele.
  - Ele não pode me queimar. Nada pode me queimar... - Sorri maliciosa e o Dragão se ergueu diante de mim. Dominado por olhos sanguinários e um fulgor predominante demais para ser somente dele. E diaparou com ódio suas chamas mais cruéis pra cima do meu corpo.
  Nem mesmo minha própria roupa foi tocada.
  A cabeça erguida o encarava no meio das chamas. E eu ainda consegui ouvir a Alícia gritar apavorada. Preocupada demais.
  Quando acabou e eu permaneci intacta, a angústia que tomou o rosto dela se esvaiu tão rápido que a deixou perplexa.
  - Eu sou filha dela. - Falei para a fera de cabeça erguida, o belo Dragão condescendência me encarou estagnado e então eu ordenei -  Ajoelhe-se!
  Assim foi feito.
  - Você precisa me ensinar a fazer isso! - Alícia balbuciou correndo pros meus braços e eu gargalhei a acolhendo.
  - Vamos, temos que achar aquele livro, e algo me diz que está no corredor que o Dragão protegia.
  Sem perder mais tempo fomos correndo pro local, onde nos deparamos com dois livros, idênticos.
  - Por que tem dois? - Indaguei irritadiça e ela coçou os olhos pensativa.
  - Acho que um deles é falso.
  Me aproximei deles, cautelosa com possíveis armadilhas, e ameacei por a mão em um dos livros, distribuídos sobre a mesa à tempo demais para estarem totalmente empoeirados.
  - Você lembra o que o Jung Kook, ou o Jimin disseram sobre o livro das Ninfas? - Indaguei e escutei a Alícia dar um pulo.
  - Que ele pode reconhecer uma Ninfa e se revelar pra ela transformando a língua em que está escrito, em qualquer língua que você quiser lê-lo.
  - E pode ser coreano? - Eu indaguei sorrindo quando coloquei a mão na capa do da direita, e ela sorriu pra mim.
  - Achamos ele.

PRISON IITempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang