63 - Telefonema

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- Mark on-

O ar estava carregado por um aroma de verão, o calor parecia preencher todos os arredores com um toque a mais de suor, e por incrível que pareça, debaixo daquele ventilador, enquanto esperava pacientemente pelo atendimento do pai da Alícia, eu ainda estava febril. Meu corpo todo tremia e o suor escorria pela minha testa e pescoço como se eu tivesse entrado numa piscina e saído, mesmo não o tendo feito.
- Mark Tuan. - Chamou uma moça com um jaleco branco, que sem precisar ler o crachá já notei que era a psiquiatra que a Alícia não gosta. A mesma que tentou roubar o caso dela. A bela moça, não muito jovem, mas dotada de esperteza saiu da sala do delegado e apontou para dentro.
Era minha deixa.
Levantei, indo ao seu encontro, e assim que agradeci passei pela porta.
O pai da Alícia estava me esperando em pé, trajado em roupas de um oficial respeitado, assim que seus olhos cansados recairam sobre mim ele me estendeu a mão.
- E então? - Prático ele perguntou quando correspondi o gesto de educação e então nos sentamos, ainda com o assunto preso em minha garganta enquanto buscava a maneira mais apropriada de anunciar o que poderia ser a destruição do que ainda restava da ex-pacata cidade de Helltown - Que ventos trouxeram o namorado da minha filha até aqui? - Indagou, reforçando a pergunta e quando notou que algo parecia entalado na minha garganta, sua expressão foi tomada por seriedade.
- Não foi por causa da Alícia que eu vim até aqui, foi por causa da cidade. - Respondi, e fiz uma pausa para ver se a expressão dele ficaria mais tensa do que já estava, e me repreendi pela falta de compaixão por alguém tão próximo. A Alícia gostava dele, então era errado me divertir com o medo dele, eu havia vindo para dar um recado, então era isso que faria. Sem mais enrolação, enquanto o pai da Alícia me encarava com expectativa e preocupação do outro lado da mesa, eu falei - Noir, Seven Heaper e Wings estão de volta.
- Máfias?! Aqui em Helltown?!! - Ele se levantou da cadeira alarmado e eu fitei sua expressão de pavor, dava pra enxergar o desespero escorrendo por suas linhas de expressões junto com o suor de seu rosto cansado. Me contive para não sorrir, era errado, sim eu sabia, mas o prazer de ver todo aquele estado de nervos alarmante que o tomava me deixou extasiado.
- Sim. - Respondi satisfeito, acho que deveria dar notícias ruins mais vezes pras pessoas - E eles querem sangue.

- Alícia on-

- Estão vendo? - Jackson apontou para as marcas e os sublinhados de marca textos amarelo vermelho e azul que se espalhavam pelas papeladas das análises - No que está de azul os peritos comprovaram que são duas pessoas diferentes, são dois Gap Dong's. - Contou e eu e a Mallya tomamos os papéis das mãos dele com impaciência.
- Não começa! A gente sabe do esquema das cores numa investigação, e além disso, já sabemos que tem dois assasinos. - Mallya disse sem rodeios e então começamos a folhear os dados, as autópsias, e todos os documentos.
- Ainda não tem pistas. - Constatei folheando uma folha marcada de vermelho em diversos lugares, situações inexplicáveis - Os dois são meticulosos demais! - Protestei irritada e joguei a folha da cor vermelha em cima da mesa, agora folheando os dados da amarela.
- O segundo Gap é mais violento, - A Mallya proferiu olhando demoradamente em mais papéis de cores distintas - O primeiro parecia focado num... Num padrão com um programa pra matar, já o segundo parece descontrolado, impulsivo demais, nem mesmo patece ter um padrão para as vítimas, tem várias idades aqui, não batem com os assassinatos do original. - Ela contou e eu levantei o olhar para ela, que ao mesmo tempo o fez, como se pudéssemos ler a mente uma da outra nos entreolhamos e em seguida fitamos Jackson.
- Cadê as análises da psiquiatra?? - Perguntamos ao mesmo tempo e notei que Jeon havia pego as folhas marcadas de vermelho para olhar, enquanto Jimin e Tae permaneciam focados em beber refrigerante e conversar baixinho sobre o que faríamos hoje a noite.
- Estão na delegacia. Por que vocês querem? - Indagou Jackson curioso sobre nosso raciocínio, e a Mallya se prontificou em responder, agora desfocando a visão dele para os papéis que segurava.
- Olha aqui. - Ela colocou a papelada na mesa e eu entendi o que estava acontecendo, haviam marcas em cada uma das fotos de vítimas anteriores, tanto do Gap original quanto do Gap Falso. E ainda por cima resultados dessas marcas. Algumas mulheres estavam machucadas demais ao mesmo tempo que outras, as do primeiro Gap, tinha cortes específicos, mesmo ensanguentadas. E as do original não foram estupradas, enquanto as do segundo Gap foram até mais que isso.
- Tem algo no comportamento deles, que os difere. - Notei pegando uma foto de vítima de cada serial killer, olhando os detalhes.
De repente, quando fui pegar mais uma foto pra analisar, Tae derrubou seu copo de refrigerante e o líquido começou a se espalhar pela mesa.
- Droga. - Perguejou Tae e depressa eu e a Mallya começamos a recolher as papeladas até que uma foto caiu da minha mão em cima do refrigerante. Era da minha mãe.
- Eu não sabia que essa também estava... - Comecei a dizer, olhando para o corpo nu e ensanguentado da mulher tão afetiva na foto, numa situação tão deplorável, a ponto de ser indigna. Todo mundo se calou, algo pesado havia tomado o ar, e apenas Jackson parecia estar entretido, enquanto todo mundo parecia embaraçado. Eu engoli em seco e estendi a mão pra pega-la, mas antes que pudesse tocar um som cortou o silêncio, tão repentino que disparou o coração no meu peito. O som insistente de uma ligação estava fazendo um celular vibrar em cima da mesa. Vibrar desesperado.

Bem gente, eu sei q n postei ontem, realmente n deu tempo, eu to fazendo uns trezentos cursos e ainda to sobrevivendo na escola, trabalhando e estudando pro vestibular e enem enquanto trabalho em mais Prison, ou seja, to numa loucura, mas ta acabando já. Não se preocupem que farei meu melhor pra conseguir postar certinho com o cronograma, sem mais furar. Por isso, para compensar vcs, hj tem dois caps!😄

PRISON IIWhere stories live. Discover now