11 - Café e Sorvete

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- Alícia on-

- Jagi por favor larga isso. - Pediu Mark pela quinta vez, mas eu nem ligava mais, estava perturbada enquanto segurava aquele bilhete amassado entre meus dedos trêmulos. Eu ainda estava tremendo.
Antes não tinha plena consciência do efeito que o Gap Dong tinha sobre mim desde a morte da minha mãe, mas agora eu sei o quanto ele embaraçou a minha mente e me deixou atribulada. O nome dele era meu temor, a causa do meu ódio e dos meus problemas, eu queria sua cabeça, e parecia tão difícil consegui-la.
- Mark já falei para parar com isso. - Recapitulei levantando meus olhos, com frieza e calma o suficiente para que ele compreendesse que eu não ia avisar de novo. Mark apenas cruzou os braços e se afastou, recostando as costas no assento, me encarando indignado do outro lado da mesa.
  Aquele pequeno café pareceu um lugar tão apropriado para parar e refrescar a cabeça, Mark só pensou em se abrigar da chuva, mas eu estava perturbada demais pra entrar no carro e voltar pro shopping, eu precisava de café, e de algum doce suficientemente agradável pra poder engolir toda àquela informação. Eu precisava saber quem era ele. Já estava passando dos limites toda essa espera, eu precisava encontrar o Gap Dong, ficar cara a cara com o assassino da minha mãe, queria ter o prazer de torturar o canalha e depois fazê-lo sofrer até o momento de o matar. Eu precisava disso, de ter o gosto de... Parei assim que Mark interrompeu meus pensamentos, me tirando do mar de problemas em que eu havia me fechado outra vez.
  - Você sabe que se afastar de mim não vai melhorar as coisas. - Observou Mark, e então uma garçonete veio até a mesa com uma bandeja, trazendo os pedidos. Meu café, alguns cupcakes e um suco pra Mark, e assim que ela pois o suco na mesa eu percebi que piscou pra ele.
  - Aqui estão os pedidos. - Ela falou amigavelmente enquanto devorava Mark com os olhos, ele realmente estava lindo com o cabelo, agora com um tom castanho, todo molhado. Porém, Mark não correspondeu ela, estava vidrado em mim, olhando pra ver se eu ia reagir de alguma maneira. É claro que eu ia, mas não agora. Gosto de fazer as coisas de forma calculada, e eu não calculei agora, não vou agir sem me preparar, mas isso não quer dizer que vou esquecer. Tenho uma bela memória pra inimigos. E o Gap Dong está no topo da lista dos quais vou me vingar.
  - Obrigada. - Agradeci pelo trabalho e ela tirou os olhos do Mark e olhou pra mim escondendo seu cinismo - Agora pode se tirar. - Ordenei e ela assentiu.
  - De nada, se precisar é só chamar. - Ela ainda disse antes de sair, fazendo questão de dar uma última olhada em Mark, pra depois se virar e sair rebolando. Mark continuou me encarando enquanto eu pegava meus cupcakes e trazia pra perto de mim, junto com o café. E ele continuaria por mais tempo, como se pudesse me forçar a tomar alguma atitude, mas a Mallya e o Tae chegaram e nos interromperam.
  - O que aconteceu? - Perguntou a Mallya se sentando ao meu lado enquanto Tae se sentava ao lado de Mark, estava marcado em algumas regiões do pescoço, e a Mallya parecia ter sido atacada por um furacão que a deixou levemente corada no meio do caminho, mas eu resolvi não comentar. Não estava com cabeça pra mais nada além do serial killer.
  - Isso aconteceu. - Falei entregando o bilhete pra Mallya, e então peguei o café, me ocupando em bebe-lo pra cafeína invadir minhas veias durante o tempo que ela lia.
  - Minha nossa Sehuna! - Mallya soltou e então se virou pra mim, eu sabia que ela estava me encarando daquele jeito pra analisar se eu precisava de um abraço, de talvez um conforto, mas eu me mantive atenta com a garçonete, que ia de mesa em mesa, mas volta e meia arranjava algum momento para apreciar a beleza de Mark. Coitadinha... Quando eu puser as minhas mãos nela ela vai aprender que o lugar do Mark é comigo, apenas comigo.
  - Infelizmente não tem câmeras nas redondezas, quem esteve lá, esteve recentemente e premeditou que eu fosse sair do shopping e que eu passaria exatamente por aquele beco, acho que o Gap Dong está mais perto do que a gente imagina.
  - Acha que foi o Jongup? - Observou a Mallya e a garçonete apareceu na nossa mesa outra vez, agora para atender os pedidos do Tae e da Mallya, mas ela continuava cismada no Mark. Quando os pedidos terminaram e eu já estava comendo um dos cupcakes eu neguei com a cabeça.
  - Está muito cedo pra tirar conclusões, e ele não me conhece para poder deduzir tanta coisa assim. Precisamos saber mais sobre ele, e acho que ter que ir a balada será uma ótima ideia afinal. Estaremos disfarçando uma nova investigação que pode estar ligada ao caso do Gap Dong. É o disfarçe perfeito para não quebrar o contrato que assinamos antes de entrar de férias. - Ponderei e a Mallya assentiu, olhando pro bilhete.
  - O que vocês estão armando? - Perguntou Mark ficando preocupado e a Mallya abriu um sorriso ao ver a garçonete vindo pra mesa com dois sorvetes enquanto eu respondi a pergunta, deixando até o Tae intrigado.
  - Vocês não perdem por esperar.

PRISON IIWhere stories live. Discover now