108 - Teste de DNA

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  Ria com desprezo, eufórico de adrenalina, ver o sorriso de Mark tão insano e seus olhos insensíveis daquele jeito me deixou inquieta e até mesmo perturbada.
  - Como teve tanta cara de pau pra namorar a filha da mulher que matou, e ainda parecer que tem orgulho disso? - Cuspi enjoada e ele sorriu largo na minha direção, os cabelos eriçados se convertendo rapidamente para preto. Era evidente que estava se deleitando com o problema.
  - Está delirando Mallya, suas deduções ultrapassaram todos os limites que eu achei que poderia chegar, e quer uma prova disso... - Ele apontou para o rosto vermelho - Eu apenas estava te provocando, não é porque reajo de forma amigável as vezes que sou bonzinho Mallya.
  - Você é doente, isso sim!
  - O que está acontecendo aqui?! - A Alícia quem tomou a frente, invadindo a cozinha e se colocando no meio de Mark e eu. Ela havia sentido, a excitação tão profunda que emanava de Mark chegava a doer nas entranhas dela e eu conseguia sentir tudo isso vendo os dois lado a lado.
  - Pergunta pro assassino da sua mãe! - Rebati pra ela e vi a Alícia arregalar um pouco os olhos. Talvez tivesse sido brita demais, mas era tarde pra retroceder.
  - Como é? - Ela parecia ter confundido demais as minhas palavras, porém mesmo assim se virou pra Mark um pouco atordoada.
  - Não é o que você está pensando meu anjo. - Mark disse calmo, os cabelos estavam ficando mais loiros ainda, bem claro. Era de enlouquecer a maneira que ele podia se acalmar numa situação dessas. Tão tranquilo no meio de uma acusação.
  - Então o que é? Hein Mark?? - Indagou ela de frente pra ele e recebeu um olhar esquisito de volta. Mark ainda parecia estar se divertindo, mas a Alícia já tinha se incomodado.
  - Sua amiguinha metida a detetive estava tentando me incriminar. Ela acha que eu sou o Gap Dong original. - Mark se explicou e depois de uma breve pausa para brincar com uma mecha do cabelo da Alícia, acrescentou - Eu só dei risada e provoquei ela de volta, acho que isso a fez levar a sério demais o que eu falei. Era só uma brincadeirinha Mallya. - Mark se direcionou pra mim, e eu fulminei ele, sabia o que estava fazendo.
  Foi quando Tae quem se aproximou, estava ficando irritado com as controvérsias.
  - Se é tão duvidoso assim, por que não faz um teste, se o que a Alícia me contou na sala agora é verdade. Se ele fizer o teste de DNA vamos saber se é o verdadeiro Gap Dong ou não. - Tae se adiantou, dando um plano, e eu passei meus olhos de Tae, para Mark. Era o que seria feito. Se tudo ocorresse bem, ele mesmo se entregaria sem nem saber se a amostra era de verdade.
  - Eu topo. Vamos pra delegacia. - Mark se voluntariou parecendo incomodado e eu me segurei para não sorrir. Ele mal fazia ideia do que estava prestes a fazer. Ainda hoje seria algemado se depender de mim.
  Se bem que... E se for tudo uma armação dele? E se na verdade ele só fez isso pra tirar o nome dele da lista de quem era o assassino? E se que nem no começo o Tae acabasse sendo incriminado no lugar dele? Dessa vez não teria como queimar provas, estava nos jogando no fogo, eu teria que arriscar.
  - Vamos Mally, faço questão de provar que está me julgando tão errado quanto julgou a Alícia antes de ir embora daqui com seu dragãozinho. - Mark passou dos limites e eu voei pra cima dele, estava disposta a lhe dar outro tapa quando foi a Alícia quem segurou a minha mão.
  - Não é assim que nós fazemos justiça Mallya. - Ela se manifestou e seus olhos passearam pelo meu rosto, analisando todo o meu descontrole com tamanha frieza que chegou a vibrar meus nervos dentro da pele. Éramos tão diferentes e tão ligadas de certa forma. Eu sabia o que ela queria dizer, queria espaço. A ideia de aceitar um assassino que cometeu um crime tão grave andando ao seu lado era demais para ela simplesmente aceitar de primeira. Ela precisaria de tempo e de provas. Se não seria incapaz de deduzir por si própria que o cara que ela beijou era o seu serial killer tão procurado.

- Mark on-

  - Olha olha o que o mar trouxe... - Jackson estava na porta da cozinha da delehacia, olhando curiosamente pra mim enquanto devorava uma bela rosquinha.
  - O que quer agora Guerra? - Indaguei devolvendo o mesmo olhar sagaz pra ele. E recebi um sorriso sinico de volta. Tinha a impressão que ele tinha alguma coisa na manga. Estava claro que estava aqui em Helltown para causar discordia, só queria acreditar que não teria que sair do meu propósito para me destrair com um cavaleiro do apocalipse que está querendo roubar meu trono.
  - Nada. Ou tudo. Sua mãe deve saber melhor do que eu. - Ele começou a destilar veneno.
  - Do que está falando Jackson?? - Indaguei o fitando de cima à baixo. - Sabe algo que eu não sei?
  - Acho que você vai saber mais depois do resultado disso aí. - Ele apontou para a parte interior do meu braço esquerdo, onde eu segurava um algodão em cima do furo que a agulha de tirar sangue me fez.
  - E por que eu deveria?
  - Por quê meu velho amigo, - Jackson terminou a rosquinha, me olhando com aquele doce ar de catástrofe que podia ser sentido a quilômetros - Jong Up me contratou recentemente pra fazer um serviçinho. E acho q foi bom o bastante para não deixar rastros nenhum além dos seus.
  Na mesma hora meu sangue ferveu, tinha algo de errado. Por um instante aquele breve corredor pareceu pequeno demais e claustrofóbico.
  - O que Jong Up tem haver com isso Jackson?! - Me levantei da cadeira indo confronta-lo na soleira da porta, mas ele se pois a minha frente mais rápido, fitando com prazer meu descontentamento.
  - O que tem Morte... É que nessa cidade só pode haver um Gap Dong, e quando parece faltar espaço... O discípulo traí seu mestre... Admito que deu trabalho desmascarar você, mas pelo menos a Mallya não foi tão cega ora acreditar nessa sua cara lavada. Agora vamos esperar atentamente pelos resultados.
  - Impossível. - Ri com deboche, - Eu jamais deixo rastros. - Retruquei e Jackson me chicoteou de volta.
  - Mas o Jong Up deixou por você.

PRISON IIWhere stories live. Discover now