103 - Perseguição

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- Mallya on-

  De volta as ruas conseguia sentir um pouco mais de disposição do que ontem.
  Estava rastreando Daehyun a quatro horas, e depois de parar numa lanchonete no meio do subúrbio da cidade das Rosas, nós finalmente estávamos bem perto de encontrar nosso meliante. Ele era esperto para esconder seus rastro, mas não o suficiente para alguém como eu que fui criada por tantos anos no mato. Posso encontrar qualquer coisa no raio de quilômetros apenas pela forma que o vento mudou a direção. Estava nos meus instintos.
  - O que pretende fazer com ele? - Perguntou Tae curioso dando uma mordida generosa em seu lanche e eu mordi o meu, esperando até engolir para responder a sua pergunta.
  - Interrogar. - Respondi, sorrindo pra ele, não conseguia parar de fazer isso a manhã inteira. Ainda conseguia me lembrar como se fosse há algumas horas, da sensação maravilhosa da boca dele na minha pele, e dele dentro de mim. Não me saia da cabeça como foi bom, e principalmente o quanto eu sentia necessidade de ficar perto dele, e mantê-lo por perto.
  Nos relacionar me deixou muito mais apegada a Tae, de uma maneira tão pura e necessidade que eu tinha medo que algo de ruim acontecesse a nós e o tirassem de mim. Tudo que eu mais queria era voltar para aquele quarto no hotel e ficar paparicando ele e sendo paparicada, até o pôr do sok, e até que nos cansassemos de ficar juntos, mesmo que isso me parecesse improvável nas últimas horas que estávamos praticamente grudados.
  - Que horas mesmo que você disse que ele sairia do bar? - Tae me cobrou e eu pesquei o celular no bolso para constatar que já estava na hora.
  - Em dois minutos. - Falei dando a última mordida no meu lanche e mandando todo o refrigerante pra dentro. Logo Tae que já havia acabado se juntou a mim, largando o valor da nossa refeição na mesa enquanto nos retiramos do local e fomos para a esquina, próxima a um bar. Onde eu sabia que não estávamos tão escondidos.
  E essa era a ideia.
  Um minuto.
  Assim que Daehyun nos visse ia iniciar sua fuga, mas eu havia me precavido, e nos próximos dois quilômetros as ruas e os quarteirões estão bem ocupados com construções e becos fechados para não dar chances para o meu meliante. Eu o pegaria hoje, e dessa vez sem escapatória.
  Trinta segundos.
  - Tem certeza que ele não vai escapar Mally? - Tae indagou receoso e eu abri um sorriso travesso.
  - Aposta pra ver.
  Dez segundos.
  - Então tabom. - Tae levantou as mãos em rendição e eu me preparei para correr. Os pés a postos.
  ... 3 ... 2 ... 1 ...
  Avistei o bené preto antes que ele nos avistasse naquela esquina pouco movimentada, e como planejado, assim que ele nos viu, saiu correndo pro primeiro beco, que o levava diretamente para a minha armadilha.
  Eu e Tae disparamos atrás dele, como já estava combinado, Tae foi por cima pra pegar ele do outro lado, e eu fui pelos becos, já havia mapeado toda região pra saber onde podia ou não entrar, e quais caminhos seriam mais vantajosos para alcançar meu meliante.
  Ele não perdia por esperar.
  Lá de cima Tae fez sinal pra mim, apontando a direção em que o rapaz estava, e eu não esperei por nada. Fui ao seu encontro à todo vapor. Cortando por algumas partes em construção e por pouco alcançando ele.
  Bem no momento exato em que ele mesmo se encurralou de cara com um beco sem saída, as construções para os lado não pareciam uma opção já que quando apareci na frente dele ele não correu.
  - Ok, o que você quer? - Ele indagou se virando pra mim ofegante e eu me aproximei mais, sabia que ele podia estar portando alguma coisa, e pelo histórico poderiam ser armas terríveis, mesmo assim me arrisquei.
  - Apenas algumas perguntas. - Respondi também ofegante, e logo fiquei na mira de uma 38. Me deixou decepcionada, pensei que ele tentaria ser mais audacioso.
  O peito dele subia e descia de um jeito tão persistente, que por um instante achei que estivesse com medo. Sei que era só uma impressão, mas ele não me parecia ser ruim, alguém ruim.
  Só parecia ser um rapaz que se meteu em muitas frias. E numa máfia.
  - Não estou afim de perguntas gatinha. - Daehyun falou sem rodeios e eu tirei a katana do cinto onde estava guardada.
  - Muito menos eu. - Respondi com o mesmo sorriso travesso de quando começamos a perseguição, e parti o revólver no meio sem nem piscar, quando Daehyung apertou o gatilho a arma desmanchou em suas mãos. Literalmente partida e então as balas e o que restará do 38 caiu no chão.
  - Mas o que..!? - Ele deu um passo pra trás e eu apontei a lâmina para a garganta dele.
  - Vamos para o café que tem na próxima esquina e lá a gente conversa. - Falei sorrindo e ele me olhou indignado.
  - Vai me prender pirralha?! - Indagou irritadiço e eu o fuzilei.
  - Vou apenas fazer perguntas, - Retruquei e apontei a direção para sairmos do beco - Agora anda logo que meu namorado tá esperando!
  - Posso pelo menos saber sobre o que serão essas perguntas? - Indagou ele se direcionando para sair do beco, com cuidado por causa da katana perto da garganta, e eu arqueei uma sobrancelha na direção dele.
  - Sobre um serial killer muito audacioso que está fazendo o caos na minha cidade.
  - Não sei nada sobre isso gatinha.
  - Sim você sabe, você conheceu ele. - E aquilo foi suficiente para cala-lo e deixar pensativo o bastante para obedecer.

PRISON IIWhere stories live. Discover now