85 - Escolha de Lados

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- Mallya on-

  - Mark sabe o que vamos fazer, ele... Eu acho que ele se vingou dos palhaços que estavam no bar.
  - Como assim se vingou? - Perguntei tensa, esperando pela sua resposta e a porta do quarto foi aberta de repente.
  - Vocês tem que ver o que está passando na TV! - Jung Kook parecia alarmado, pela maneira que ofegava deduzi que havia subido a escada correndo, parecia que algo realmente importante estava passando na manchete pra ele ter se prestado até aqui em cima.
  - Vai indo ver e eu vou me vestir rápido e já encontro vocês na sala. - Comentou a Alícia e eu olhei pra ela receosa.
  - Tem certeza que quer ficar sozinha?  - Indaguei pra ter certeza, e ela assentiu, mas eu sai daquele quarto com o coração na mão.

  - O que é tão importante que você está desesperado pra mostrar? - Indaguei enquanto desciamos a escada correndo e ele apontou pra televisão que mais parecia um cinema naquela sala, Jeon estava cansado, e eu comecei a fadigar, mas quando meus ohos bateram na matéria eu engoli em seco.
  A repórter da nossa cidade estava num beco mal iluminado e bem sujo, apontando e gesticulando sobre uma cena de um crime onde havia acontecido uma chacina. Uma chacina com 10 palhaços que estavam sem cabeça, pendurados tanto os corpos quanto as cabeças pelo decorrer do beco.
  Ninguém sabia quem era o feitor da brincadeira de mal gosto, mas estava claro que havia sido vingança.
  - Aumenta o volume! - Pedi pra Tae que estava no sofá e ele começou a erguer apontando o controle pra televisão.
  " - A cena é chocante, os moradores da região estão assustados com tamanha atrocidade, e já há famílias surgindo no começo do beco para reclamar seus entes queridos que foram vítimas dessa tão espantosa brutalidade. - Ela fez uma pausa dramática para olhar em volta e segurar uma expressão de nojo no rosto, o rosto jovial estava sen cor de tanto desconforto, porém, mesmo assim ela continuou - Há rumores correndo pela cidade que talvez possa ser uma briga de máfias, e que os autores da cena sejam os inimigos dessas pessoas que foram vítimas essa noite, mas a Polícia nega dizendo que ainda está em busca de novas fontes de informação. Levando em consideração o fracasso de nossas forças policiais em pegar os serial killers da cidade, estamos aguardando respostas. Clark, é com você. - E a repórter passou pro jornalista da base."
  Enquanto ele se voltava para a câmera eu engoli em seco, deduzindo que tudo que a Alícia falou tinha, de alguma forma que eu não compreendia, razão. Mark estava com culpa no cartório. E pelo visto era grave.
  - O que eu perdi? - A Alícia estava descendo as escadas toda arrumada com um belo vestido preto. E como detalhe, os brincos. Aqueles mesmos brincos que eu estava usando, os brincos na qual o Gap Dong II nos deu para estrear em sua festa, onde provávelmente esta noite, seria o palco de mais uma chacina.
  - Nada. - Fui rápida em responder antes que os meninos se prontificassem e senti o peso do olhar do Tae queimando nas minhas costas com muita dúvida - A repórter só estava falando mal da delegacia. - Contei, omitindo as outras coisas e ela coçou os olhos, estava ficando impaciente.
  - Então não temos mais o que fazer aqui. - Comentou ela pra tentar finalizar a conversa enquanto descia os últimos degraus e eu peguei em seu pulso. Eu já estava arrumada também, mas meu coração estava desesperado pra impedir que nós duas fossemos naquela festa.
  - Tem certeza que quer ir? - Indaguei preocupada, na tentativa falha de impedir mais uma tragédia e ela me fitou confusa.
  - Nós não temos escolha Mallya. - Ela sussurrou perto de mim, para que apenas nós duas pudéssemos ouvir.
  - Se eu alertar a Polícia vamos ter. - Comentei e ela quem pegou no meu pulso, sutil o bastante para não chamar a atenção dos meninos que estavam vidrados em outro canal da TV.
  - Não faz isso. - Pediu - É a nossa chance, e eu não posso desperdiçar. - Afirmou ela determinada e nas suas palavras eu pude sentir o peso dela. Ela por si só. Não havia nós, era só ela e seu objetivo.
  - Não vai se arrepender depois Alícia? - Indaguei, num último fio de esperança, eu jamais fazia isso, mas uma parte de mim, mesmo que desgastada pelo cansaço por causa dessa guerra que nunca acaba pra pegar o Gap Dong, acreditava que existia uma faisca de esperança lá dentro, no fundo de seu coração nossa amizade ainda existia pra ela além daquela vingança que estava a corroendo.
  - Não. Agora vamos. - Disse com aquele ar meigo que ela só usava quando queria convencer alguém e eu cerrei os dentes.
  - Vai na frente. - Estendi a mão e ela passou, e enquanto o perfume se espalhava pela sala eu inalei um nó na garganta, e o engoli sem piedade. Era tarde demais.

PRISON IIWhere stories live. Discover now