20 - Alucinação Real

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- Mark on-

  - Mãe... - Sussurrou Alícia ofegante, implorando mais uma vez por sua mãe, e meu coração se apertou mais ao sentir todo medo que ela estava sentindo me atingir em torrentes. Eu precisava fazer alguma coisa antes que toda a fase de delírio passasse e ela desmaiasse de vez, libertar a regeneração dela, mas nada estava funcionando e ela estava perdendo muito sangue. Eu também estava, mas não tinha como me regenerar. Eu precisava me alimentar, e até sabia quem poderia ser o alimento da vez, o único problema era que ela estava muito longe do meu alcançe, e eu teria que aguentar firme e levar a Alícia de volta pra cena do crime, antes que nós dois perdessemos as forças e ficassemos presos dentro desse labirinto.
  - Aguente firme Jagi, vai ficar tudo bem. - Tentei reconforta-la, aproximando meu rosto do seu e dandi um beijo em sua testa, queria poder tirar sua dor, mas era tão difícil fazer isso sem ter problemas. Com cuidado, passei meus braços ao redor de seu tronco e debaixo dos joelhos, a pegando nos braços, e então levantei do chão, deixando uma mancha vermelha no acimentado, do sangue meu e da Alícia.
  Quando consegui arruma-la pra ficar segura e não cair do colo, uma pontada forte atravessou meu corte e eu quase gritei com a dor cambaleando um passo pra trás para apoiar as costas na parede, era forte demais, e a Alícia também sentiu, ao mesmo que eu quis gritar ela gemeu e agarrou o tecido da minha camiseta, apertando o tecido com força até os nós dos dedos ficarem brancos, e então ela soltou, puxando ar pra dentro dos pulmões com dificuldade.
  Assim que me preparei para começar a andar e sair desse lugar tive a impressão de ouvir alguém chamar o meu nome, o que gelou a minha espinha. Quem estava chamando o meu nome, se não tem ninguém aqui além de nós dois?

- Mallya on-

  Quando coloquei as mãos no bilhete, automaticamente comecei a procurar em volta, se havia alguém por perto, se ele havia jogado aquele bilhete, tinha que ter saído de algum lugar pra isso, isso quer dizer que ele estava por perto, mais perto do que eu imaginava.
  Tirando o celular do bolso acendi a lanterna, a noite estava caindo e eu precisava ler o conteúdo daquele bilhete, com a ansiedade me tomando eu o abri e começei a ler:

" Eu sou como você, me importo demais com o porquê e por isso faço o que tenho que fazer pra me saciar."

  Não sei porque estremeci ao ler, intrigada e com receio das palavras no papel, que estavam escritas numa calegrafia diferente do bilhete que a Alícia tinha me mostrado. Essa era mais desleixada como se a pessoa que tivesse escrito estivesse tremendo bastante enquanto tentava passar as palavras pro papel. Quase como um impulso eu olhei pra tela do celular, buscando ver se tinha área pra ligar pra Alícia, eu tinha uma ideia sobre isso e queria compartilhar pra saber se ela pensava o mesmo com relação ao bilhete. Não me preocupei muito com isso quando o som de passos rasgou o silêncio e me deu um sobressalto. Rapidamente empunhei minha faca e me virei na direção, guardando o celular com movimentos ágeis e precisos enquanto focava na espera, de saber de quem estava se aproximando e de onde viria.
  Meu coração começou a disparar, eu sabia que havia a probabilidade de ser o Gap Dong, ele viria mais cedo ou mais tarde, tudo indicava que sim levando em consideração suas armações até agora. Eu só precisava saber o que ele estava armando pro nosso encontro. Provávelmente era alguma coisa que só favorecia a ele.
  - Aparece covarde! - Gritei para as paredes irritada depois de um longo tempo de espera e escutei uma gargalhada, que ao me surpreender me fez automaticamente levantar a cabeça para ver de onde ele vinha.
  Ele ainda com a máscara no rosto, não estava no chão, estava em cima de uma das paredes, brincando de andar na corda bamba. O próprio Gap Dong, diante de mim.
  Segurei o cabo da faca com mais precisão e abri um sorriso de lado, não pretendia matá-lo, isso eu deixaria pra Alícia já que esse cretino matou a mãe dela, mas que ele vai levar uma bela surra... Ah se vai, e como vai!

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