54 - Sangue e Punhos

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  Com o peito inflamado de raiva, fui pra cima dele, que estava tão distraído aparentemente que só me notou quando eu derrubei o celular e já estava em cima do pescoço dele, o pegando pela jaqueta preta e o enchendo de socos, com toda força que tinha.
  Mal tive tempo de reparar no estado da Mallya, enquanto se levantava na cama, e fui recebida por socos, no mesmo instante que uma chama incandescente cortou a escuridão e jorrou fogo pra cima do cara.
  Bati com mais força nele, aproveitando a ajuda de Huoyan que havia aparecido para proteger a Mallya, porém, quando o homem viu o Dragão ele se apavorou e recuou pra trás, indo pro chão quando ele tropeçou em uma garrafa quebrada e agarrou meu corpo para tentar me conter. Caímos os dois e ele me empurrou.
  Cai de costas, batendo as omoplatas em cacos que por sorte não me machucaram, e o homem já estava subindo em cima de mim na tentativa de me esganar. Não teve tanto sucesso. Eu desviei a rota de suas mãos que estavam indo pra minha garganta pegando os pulsos dele e forçando pra cima e nos virei.
  Quando ele se soltou e começou a socar minhas costelas pra me fazer parar, eu enlaçei as pernas em sua cintura e lhe dei uma cabeça forte.
  Atordoado ele levantou, me arrastando junto com ele, desviando ou então segurando minhas investidas violentas de socos e tentando me devolver golpes com força o bastante pra me desacordar. As luzes acenderam.
  Metade do caminho estava pronto, eu estava segurando ele, o destraindo e a Mallya estava vindo por trás, mantendo Huoyan seguro enquanto, com a faca erguida ela estava preparada para atravessar a coluna do cara.
  Foi quando, de repente ele conseguiu se soltar de mim, com a maior facilidade do mundo, como se estivesse apenas esperando o momento certo para isso.
  Eu cai no chão antes de receber uma cotovelada no rosto, de costas outra vez e ele desarmou a Mallya.
  Não perdi tempo e dei uma rasteira nele e a Mallya já havia o pego pra um mata-leão, que ele facilmente se livrou me deixando perplexa, afinal ninguém conseguia escapar do mata-leão da Mallya, era praticamente impossível, de todos os golpes ensinados por Wonho, aquele era o melhor dela.
  O homem, que continuava tentando se livrar da Mallya, enquanto eu me levantava, não perdeu muito tempo com a situação e deu um soco no rosto da Mallya, com força o suficiente para fazer a Mallya cambalear pra trás e quando me aproximei, o mais rápido possível ele simplesmente me desviou e saiu correndo. Direto pra janela.
  A falta de tempo me invadiu, queria ajudar a Mallya, mas precisava pegar o cretino, mas precisaria escolher o que fazer primeiro.
  - Vai! Vai! - Gritou a Mallya me despertando da minha dúvida e ela correu até a janela, mas ele já havia saído e pulado na rua.
  - Arma! Arma! Arma! - Gritei correndo quarto a fora, entrei no corredor esbarrando em Mark que estava prestes a sair e me desvencilhei de suas mãos preocupadas, correndo até o armário onde estavam minhas roupas. Peguei a arma rapidamente e destravei, correndo novamente para o quarto da Mallya, ignorando qualquer apelo ou indagação preocupada de Mark. Eu só conseguia ter meu alvo em mente.
  Quando entrei no quarto novamente o Tae e o Jimin estavam lá acudindo a Mallya, que estava com o nariz cheio de sangue. Não parei, e quando alcançei a janela, ainda vendo a silhueta do cretino correndo na direção de um beco, Jung Kook surgiu na porta do quarto. Disparei três vezes, a arma deu um soco tão forte no último tiro que pude sentir meu pulso ficar dormente.
  - O que está acontecendo??! - Perguntou BamBam entrando no quarto quase empurrando Jung Kook e eu olhei pra ele, meu coração estava quase saindo pela garganta de tanta adrenalina.
  - Gap Dong! - Fui tudo que eu disse antes de pular a janela, sem nem me importar com os dois andares ou com a possibilidade de quebrar ou torcer algum membro e antes de alcançar o chão, alguém havia me impedido. Segurando a gola da regata com tanta força que eu pensei que o tecido ia rasgar e eu poderia cair e quebrar o pé na queda.
  Não!
  Não!
  Não!
  Não!
  - Me solta! - Bradei entre dentes enquanto Mark me puxava de volta pra dentro do quarto, e eu relutava.
  - Para! - Pediu Mark alarmado e eu o empurrei, me soltando de seus braços.
  - Ele estava aqui! - Eu devia ter ido atrás! Por que você me impediu?!! - Rugi e Mark me pegou pelo queixo, levantando minha cabeça para olhar em meus olhos. Ninguém ousava falar, todos pareciam assustados.
  - Você bebeu demais. - Mark constatou e eu me soltei dele outra vez, irada e bufando.
  - Vocês viram ele, já repararam no estado da Mallya, então por que apenas eu estou me importando? - Indaguei com um tom acusador e todos olharam pra mim, e a Mallya, que agora estava com um hobby veio até mim, com um pano que Tae tinha lhe dado, apoiado no nariz por causa do sangramento.
  - Alícia ele fugiu. O que podemos fazer é chamar o seu pai pra ter viaturas rondando a casa, e já tem algumas e mesmo assim ele invadiu. - Ela me disse - Não temos o que fazer agora, precisamos de... Descanso e mais informações. - Ela suspirou exausta e eu percebi que realmente estava cansada. Não tinha mais o que fazer, não podíamos chamar nossos pais, isso complicaria ainda mais a investigação, sabíamos os riscos que estávamos correndo, e se quiséssemos evitar ser tiradas do caso novamente, o melhor que podíamos fazer era pensar e investigar.
  - Tabom. - Concordei baixinho guardando a arma na cintura. Toda adrenalina estava se dissipando, como se fosse uma segunda camada de pele que estava caindo dos meus ombros pro chão. Indo embora pela janela.

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