27 - Ossos e Sangue

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  Quando recuperei meu controle sobre meu corpo, eu estava no meio do corredor, o celular de repente havia parado de piscar, me deixando no escuro e eu estava sozinha no silêncio.
  Com medo, sentindo uma rajada de vento atravessar as minhas roupas e arrepiar toda a minha pele, eu engoli em seco, na falha tentativa de acalmar as batidas descontroladas do meu coração com a mão no peito.
  - Alguém...? - Sussurrei quase sem tr pronunciado a palavra pelo medo, e o celular piscou, fazendo um clarão ao meu redor, que me fez perceber que a cada lado do meu corpo no corredor, havia portas entreabertas, uma atrás de mim, uma do meu lado esquerdo e outra do direito.
  Segurei o impulso de fechar as portas quando o celular se apagou de novo, e no silêncio eu escutei uma das portas rangendo, como se tivessem sendo abertas. Meu coração disparou, martelando insistentemente no peito e eu fechei os dedos envolta do celular.
  - Eu realmente não gosto dese tipo de brincadeira, então se tiver alguém ai... Por favor aparece! - Exigi temerosa, me arrependendo do que falei e escutei a respiração de alguém atrás de mim, o hálito no meu pescoço. Rapidamente eu me virei na direção quase cambaleando enquanto tateava no escuro, mas não encontrei ninguém.
  O celular acendeu de novo e eu escutei outra porta ranger, e desta vez eu vi ela se abrindo sozinha, enquanto a outra ficava entreaberta, parada.
  - Jinsus amado... - Escapou da minha boca e o celular apagou de novo. Eu estava ficando nervosa com essa porcaria, tentei acende-lo novamente, mas ele não obedecia, ficava apagado.
  - Alícia... - Escutei me chamarem de novo e coçei os olhos num impulso nervoso. Eu conseguia sentir o pavor me dominando, e não sabia mais se meus batimentos descontrolados estavam sendo apenas sentidos, ou se eu realmente podia ouvi-los agora.
  Lentamente eu podia sentir o pânico se alastrando pelo meu corpo, fazendo-me estremecer desde os pés até a nuca, arrepiando cada fio de cabelo no meu corpo.
  - Aparece. - Ordenei, temerosa e irritada e escutei a última porta ranger, se abrindo bem devagar. Quando pensei em tatear no escuro para conferir, o celular acendeu de novo, vibrando desesperadamente enquanto uma mulher olhava pra mim. Ela estava parada na minha frente. Os cabelos sujos de terra, e saíam vermes de sua boca, enquanto sangue sujo escorria de seu peito. Toda nua. Ela era a minha mãe.
  Todo o meu corpo se contorceu de pavor. E eu gritei. Um som alto e estridente que ecoou pelo corredor e fez eco.
  - Alícia... - Ela me chamou e eu tentei dar um passo pra trás, o coração já estava na garganta e eu estava sentindo uma vontade enorme de vomitar por causa do cheiro de sangue que entrava pelo meu nariz. Porém, assim que tentei me afastar algo agarrou meu pé e me fez cambalear pra trás. Eu caí. As costas bateram no chão gelado que não parecia mais chão, e minhas pernas se encolheram.
  - Alícia o que você fez comigo? - Minha mãe perguntou e arquejei assim que senti mãos esqueléticas me tocando, puxando meu cabelo, segurando meu pescoço, meus tornozelos e pernas, eram várias mãos, de vários esqueletos.
  - M-mã-mãe... - Gaguejei com lágrimas nos olhos enquanto olhava assustada para seu corpo em decomposição e os cadáveres me agarravam e tentavam me puxar pra baixo do chão.
  - Você me deixou morrer... - Ela acusou entristecida e eu senti o nó na garganta começar a me sufocar.
  - Mãe... Eu sinto muito... - Sussurrei angustiada e ela olhou pra mim, com sangue sujo escorrendo pelo buraco em seu peito, e larvas e vermes saindo de seus olhos e boca enquanto ela falava.
  - Não sente. Você é incapaz de sentir qualquer coisa sua psicopata. E agora você vai pagar, por mque você é igual a ele. Igual ao Gap Dong! - Acusou minha mãe e os esqueleros começaram a me puxar com mais força pra baixo, me machucando, e eu sentia uma vão enquanto eles me puxavam, como se eu não fosse mais nada além de um esqueleto também, que lentamente sentia os ossos em meus rosto se rachando, e se separando e dividindo, com dor e lágrimas enquanto os esqueletos me puxavam mais pra baixo.
  - Não... Por favor...Não! Eu não quero morrer! Mãe não deixa eles me matarem! - Comecei a gritar desesperada, em prantos enquanto eles continuavam a me puxar, e minha mãe...apenas assistia.

  - Mãe! - Gritei aos prantos e senti a pontada forte na barriga ao me mexer, que me fez encolher e apertar o ombro de alguém. Foi quando percebi que Mark estava me carregando e teve que parar de andar ao sentir a minha dor.
  - Jagi o que foi? - Perguntou atencioso encostando sua testa na minha pra tentar se recompor por causa da dor, e eu comecei a chorar, a angustia subindo pelo peito.
  - Tá doendo muito... - Soluçei - E-e eu a-acho que a minha m-mãe vai me levar pro inferno se eu morrer.

- Taehyung on-

  - Ela nunca te amou meu anjinho, assim como eu... Você não passa de um brinquedo, e quando ela se cansar da brincadeira vai te jogar na primeira sarjeta que houver na rua mais escura e fria... - Ela continuou e eu comecei a negar com a cabeça, sentindo um aperto começar a subir no peito, enquanto me perturbava com as palavras, os olhos dela lentamente mudaram de cor, tomando um tom mais claro e intenso, iguais os olhos da Mallya. Como se tivesse se irritado com minha reação ela agarrou meu queixo, segurando-o na mão com as unhas encravando na pele das minhas bochechas.
  - Mesmo que a Mallya ajude a justa polícia dessa cidadezinha amaldiçoada, - Ela começou a falar outra vez, apertando meu máxilar já rígido com as unhas e os dedos finos -  Ela nunca se importou com você, e nunca vai se importar, o corpo dela clama, e todo o sangue aue corre nas veias daquela menina imploram pela maldade... Por alguém que saiba o que é isso... Ela quer um dominador e não um boneco... E você meu anjinho... - Ela passou a sussurrar, olhando fixamente dentro dos meus olhos - Vai ser esquecido outra vez... Pra sempre...!

Bem gente eu sei q ficou grande, foi mal, eu tentei encurtar porém, mesmo assim acabou saindo maior do que eu pensava😅vou tentar n escrever tão grandes nos próximos. Bom votem e comentem, e bjs.
Ah e antes que eu me esqueça, o grupo no Whatsapp ainda está de pé, local onde eu volta e meia dou vários spoilers e sempre aviso quando vou postar, os interessados em participar me passem os números de telefone com o ddd, e eu adiciono.😄
Até o próximo cap!

PRISON IIWhere stories live. Discover now