120 - O Livro Maldito/Parte III

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- Alícia on-

  - Vocês conseguiram? - Indagou Jackson com expectativa assim que o espelho atrás de nós se desmanchou na parede. Para minha primeira vez num portal até que tinha me saído bem.
  A Mallya estava com o livro na bolsa, mas não se moveu a pergunta dele, eu quem lhe mostrei o que estava comigo.
  Havíamos trazido os dois. Havia uma coisa importante a se fazer com eles, inclusive pra desmascarar alguém...
  Depois de tudo que a Mallya me contou, a prova de que era verdade seria hoje a noite, de alguma forma o Gap Dong fez tudo o que fez desde o início apenas para ter acesso a esse livro, e agora que estávamos com ele, o próprio assassino viria buscar, só precisaríamos que o informante dele passasse o que havia acontecido.
  E se a Mallya tem tanta certeza como me disse, matamos dois coelhos numa cajadada só. Jackson estava trabalhando pra Mark, agora o porquê eu não sabia...
  Mas logo isso iria terminar... Bem rápido aliás.
  - Ótimo. - Jackson suspirou aliviado e sorrimos, como se a missão estivesse cumprida. - Eu trouxe os relatórios da última pesquisa, e acho que você vai se interessar muito pelos dados Mallya, seu pai está até agora se recuperando. - Ele disse.
  - Como assim? - Ela tomou os relatórios da mão dele pra analisar o que havia, quando chegou nas fotos da última vítima do serial killer até eu me surpreendi. Havia um rosto muito familiar naquela foto, principalmente para a Mallya. Era a mãe dela.
  - Onde meu pai está agora?! - Indagou ela pra Jackson começando a ficar exasperada e eu segurei os relatórios já imaginando que ela os jogaria no chão assim que conseguisse a resposta.
  - Foi levado para casa a mais de uma hora. - Respondeu ele, e a Mallya disparou que nem um foguete pela igreja, massacrando o chão com os saltos apressados.
  - Não quer que eu vá?? - Indaguei indo atrás dela.
  - Não, você sabe o que tem que fazer. - Ela gritou de volta, me fazendo parar no meio da igreja. Ela tinha razão, lá no fundo ela tinha razão, mesmo que precisasse sacrificar um momento como aquele em que precisava de apoio.

- Mallya on-

  O coração estava pulando no peito quando deslizei pelo piso e arrombei a porta do escritório de supetão, Jaebum estava olhando incrédulo pro nosso pai, com tanta descrença que eu tive que respirar muito pra assimilar o que o mais velho estava dizendo com aquela garrafa de rum na mão.
  - Pai... - Suspirei na porta, o rosto pálido de Jaebum arrebatado por olheiras agora parecia mais sombrio com a tristeza do que com a gripe forte que o atacava esses últimos dias. Havia sido uma péssima ideia ele se envolver com aqueles vampiros, eles o envenenaram com substâncias quase fatais para a espécie. Quase não resistiu, era quase um milagre que de ontem pra hoje já estava melhorando. E ainda me doía lembrar que eu poupei a Alícia disso. Queria suprimir as dores das quais ela poderia passar daqui pra frente. Mesmo que não acreditasse que seria capaz.
  - Você também! Vão embora! - Ele, meu pai, berrou alto o bastante para me tirar do meu devaneio.
  - Pai por que está assim? - Indaguei espantada, e Jaebum se encolheu quando o pai levantou. Foi questão de segundos pra assimilar o que houve. O álcool já havia estourados os limites racionais dele o bastante pra ficar agressivo.
  - Pai... Acho que precisa se acalmar... - Comentei passando pela porta, e a garrafa na mão dele voou, acertou a porta antes de ticar em mim, Jaebum já havia se prontificado a me defender.
  - Você quer saber o que houve sua bastardinha?! - Indagou o mais velho com ira nos olhos, e eu deslizei os dedos pra faca escondida na cintura com cautela. - Aquela vagabunda que vocês chamam de mãe, que devia estar morta depois de tudo que fez voltou aqui pra salvar a merda do filhinho dela que estava morrendo. Aquela erca já estava em toda a circulação dele, já era até pra ter morrido, mas sua mãe interviu, não é? Como se pudesse sentir algo de errado com as crias bastardas...
  - Do que ele está falando? - Indaguei ora Jaebum, uma sensação estranha de nojo e ódio estavam se misturando tão rápido quanto o tapete e o rum no chão. O álcool infestando a sala já havia me enjoado.
  - Ele não é nosso pai. Ele é só um marido ciumento e pocessivo que mandou matar a própria mulher grávida pra garantir que ela nunca mais o traísse.
  Meu corpo inteiro gelou, arrepiando cada fio de cabelo que existia na minha pele.
  Minha mãe... Minha mãe... E tudo que ele dizia dela... E o que os parentes falavam que eu havia a matado... E o que ele me acusava... Eu nunca tuve culpa... Eu sabia disso, mas aquela confirmação parecia uma anestesia direto no meu cérebro.
  Não havia percebido que tinha prendido a respiração até ver que estava andando até o fim do escritório com a faca de prata na mão.
  - O que você vai fazer bastardinha? Hum? Vai matar seu padrasto? Hein sua merdinha? É isso que você vai fazer sua vadia desgraçada?!! - Ele blasfemava, gritando na minha direção, mas o ódio que eu estava sentindo era indescritível, aa força magnética que matinha minha mão selada na faca parecia me dominar mais do que toda aquela raiva, ele tinha que morrer.
  - Mallya o que você? - A porta bateu forte assim que ouvi a voz de Jaebum, era impressionante o que eu podia fazer só com o desejo da mente, sem falar, e muito menos estalar dedos. Era só desejar.
  - Peça perdão pra minha mãe. - Ordenei fulminando ele e o mesmo riu, estagnado de caçoa.
  - Vá se fod... - Antes que pudesse terminar sua língua se separou da boca e eu vi o sangue começar a se alastrar pelo chão. Nem precisei usar a faca, foi só pensar que aconteceu. Tão fácil quanto eu pensei.
  Soltei a arma sobre a mesa e olhei pra ele maneando a cabeça levemente.
  - Peça perdão. - Ordenei novamente e vi o os olhos dele ficarem vermelhos e muito perturbados. A língua já estava quase terminando de se regenerar.  - Vampiro de merda, está ficando surdo? - Indaguei arregalando os olhos, e com apenas o desejo vi suas orelhas caírem no chão, ceifadas pelo ar como se fosse uma maça.
  Ele se levantou com sua força e assim que tentou tocar meu pescoço eu levantei a cabeça, oferecendo a garganta ppro enforcamento, mas só com meu desejo as suas mãos foram decepadas antes de relar no meu cabelo.
  - Diz pra mim papai, fala pra mim que você quer o perdão da mamãe. Fala pra mim papai! - Berrei com ódio e ele caiu no chão se arrastando para trás com os cotovelos mergulhados em seu próprio sangue no chão. As roupas sociais estava completamente inundadas de sangue.
  - Você não vai pedir perdão a ela papai?? - Indaguei e com o desejo vi seus pés começando a pegar fogo.
  - Mallya para! Para pelo amor de Deus! - Jaebum berrou desesperado do lado de fora e eu não consegui segurar a risada.
  - Ah papai, você é tão rancoroso, acho que ser queimado vivo vai te deixar mais carinhoso, quem sabe queimando você tenha mais compaixão... - Comentei abrindo um sorriso largo, meu próprio desejo estava fazendo subir fogo pelo corpo dele, chamas tão ardendes que eu podia sentir o calor em mim, ele começou a berrar, berrar alto agonizando, a pele queimando já estava fazendo subir o cheiro, era mais que belo, era perfeito, magnífico. Por que me segurei tanto? Podia ter feito isso com minhas tias, e com todos aqueles imbecis que entraram no meu caminho... Teria sido tão magnífico... Parecia tão engraçado o jeito que ele se contorcia, aquele sim era um castigo digno, os pais dele deviam te-lo ensinado a respeitar os outros, assim eu não precisaria ter feito isso. Por mais que tenha sido bom demais.
  - Eu te perdoo por tudo que fez papai, tenha uma boa vida... no inferno. - Sorri mais e então me direcionei para fora da sala, e assim que abri a porta vi Jaebum entrar aterrorizado com o que viu do lado de dentro.
  - Ele nunca mais vai levantar a mão pra você irmão. - O aninhei no meu peito percebendo o quanto de sangue havia espirrado em mim e vi Jaebum se soltar, o coração estava parecendo uma bomba relógio prestes a explodir. Só percebi que era o meu quando me afastei.

PRISON IIWhere stories live. Discover now