91 - Espelho da Alma

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Uma torção no pulso e a faca foi pro chão. Quando meu corpo colidiu com o piso eu também notei que havia caído, Jong Up era bastante rápido eu tinha que admitir, mas admito que só conseguiu me jogar no chão porque eu não esperava, agora eu sei que tipo de golpes ele quer usar, então vai ser bem fácil acabar com ele. Quero ver o sangue dele escorrendo nas minhas mãos... E não vou parar enquanto não conseguir descobrir quem é o verdadeiro Gap Dong. Já até imagino como vai ser delicioso atravessar minha katana na garganta de Jong Up quando nossa luta acabar... Vai ser... Épico.
Comecei a me excitar com a imaginação, eu queria sentir, queria poder sentir tudo aquilo, meu corpo estava ardendo por dentro como se fosse uma bomba inflando antes de explodir enquanto eu me levantava e pegava outras duas facas dos esconderijos no corpo.
- Você gosta de sorrir, não é? - Fixei meus olhos na boca debochada dele - Quando acabarmos aqui, eu vou rasgar um sorriso na sua boca, cortar a pele até te deixar sorrindo pra sempre. Sinceramente, espero que seu caixão seja aberto pra todo mundo ver a minha mais bela obra de arte. - Eu quem alarguei um sorriso agora.

- Alícia on-

- Sangue... Sangue... Sangue..! Sangue..! Sangue! Sangue! Sangue!! - Comecei a salivar enquanto fitava o meu alvo se levantando do chão, eu ia destruí-lo sem piedade, só estava esperando ele se levantar pra começar com o show, hoje eu faria o sangue dele banhar o chão o bastante para compensar as vítimas e a minha mãe que ele matou. Seria mais do que suficiente fazer ele morrer bem lentamente...
Peguei a faca caida no chão e olhei na direção dele, analisando bem devagar enquanto ele me fitava através daquela máscara fechada de palhaço. Seria só o começo... Depois que visse seu rosto... Eu o faria morrer bem devagar.
- É hoje que eu mato você. - Rosnei e ele gargalhou.
- É bom que seja verdade mesmo, caso contrário eu vou te matar... Garantindo que seja uma morte lenta e desagradável... Igualzinha a da vadia da sua mãe. - Ele caçoou com crueldade e eu senti meus lábios desfazendo a linha fina que se mantinham para puxar um meio sorriso, discreto demais para que ele pudesse perceber. Veremos quem vai matar quem.
Não foi questão de avisar, quando ele levantou uma mão pra me esfaqiear por cima, eu automaticamenre assimilei que não devia me distrair com a mão em ação e focar na parada, pois esta seria a minha futura traidora.
Dito e feito, eu consegui deter dois golpes segurando as mangas da blusa do homem e o fazendo perder a força do ataque quando torci seus dois pulsos agora. Poderia ter me espantado por ter reconhecido tão rápido seus movimentos, mas apenas me lembrei da Mallya, pois aprendi muito vendo ela treinar, e então continuei focada com a atenção no Gap Dong.
Ele foi mais rápido do que eu esperava, e enquanto uma faca ia pro chão, ele torcia de volta os meus pulsos e me jogava no chão. Eu o arrastei junto e ele caiu em cima de mim, com a faca a menos de três centímetros a cima da minha garganta. Estava disposto a rasgar meu pescoço sem pensar duas vezes. Eu podia sentir o sorriso dele tão largo, desesperado para ver eu me afogar no próprio sangue. Parecia mais um sociopata do que um psicopata realmente.
Começei a chutar, precisava tirar o foco dele da faca pra conseguir escapar do perigo, eu não podia com a força dele, ele parecia extremamente mais forte até mesmo que a minha força de licantrope com ninfa. Era forte demais e estava baixando a faca, a lâmina cintilando estava a dois centímetros da minha garganta, me mexi tentando chutar e consegui achar a arma, estava no chão, tão perto de mim que se fosse uma cobra teria me mordido sem que eu pudesse perceber.
Estiquei o braço e estava quase tocando no cano quando a porta foi arrombada com força e Huoyan e Suguinha invadiram furiosos, estavam bastante agitados.
Suguinha estava transformado naquela onça negra, alta e forte, como um felino selvagem e cruel, enquanto Huoyan, grasnava na direção que eu e o Gap Dong estávamos. Pro Dragão estar aqui, provavelmente a Mallya estava chegando.
Aquela cena foi distração suficiente pra mim jogar a faca pro lado e a lâmina atravessar o chão e ainda cortar uma mecha do meu cabelo, mas não foi em vão. Eu alcançei a arma e disparei na perna e no braço dele.
Os animais ficaram mais alvoroçados, Suguinha estava arranhando o chão e se segurando pra não avançar enquanto Huoyan fez questão de grasnar alto e atear fogo nas cortinas, o fogo vermelho subiu até o teto, e se alastrou tão rápido que não demorou muito pra rodear a sala inteira, como se estivéssemos dentro de um círculo de chamas.
Não teve como controlar meu choque, eu ia morrer se não saísse logo dali.
Foi quando vacilei. A faca veio tão repentina que Suguinha gritou no meu lugar enquanto eu caia no chão lamentando a ardência e o sangue manchava minha calça. Pelo visto ele era bom de tiro ao alvo. Não estava tão perto, e tinha atravessado minha perna. Peguei no cabo da faca e soltei um grito de dor quando tentei tirar.
- É guerra que você quer! É o que vai ter! - Esbravejei e peguei no cabo outra cez, só que arranquei com tudo a lâmina pra fora, sentindo a dor de tendões e nervos se distircendo e cedendo à dor. Era insuportável.
Mal levantei já comecei atirando, e recebi mais duas facas, na outra perna e no braço esquerdo, não parei mesmo assim, continuei atirando, balas e mais balas, o de quer que pegasse, e enquanto manchas surgiam na roupa dos dois eu senti .a minha visão embaçar e começar a se embaralhar. Era cedo demais pra faltar sangue, mas mesmo assim parecia que eu ia desmaiar. Quando forçei os olhos a se abrirem novamente, o que meus olhos contemplaram me deixaram em horror. Ela também parecia estar no mesmo estado de choque que eu. Aquele sorriso largo de sociopata foi se desmanchando, e a dureza no meu rosto frio e calculista de psicopata desapareceu com o medo.
Havia sido tudo uma silada. Não havia Gap Dongs, eram eu e a Mallya brigando até a morte.

PRISON IIWhere stories live. Discover now