118 - O Livro Maldito/Parte I

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-Alícia on-

  - Alícia você tá bem?? - Mallya perguntou pegando nas minhas mãos e eu as puxei de volta pra mim rapidamente, havia tomado um susto, estava em estado de alerta a mais de quatro horas. Não conseguia parar de pensar no que aconteceu naquele pesadelo.
  - E-eu to... - Respirei fundo e tomei um gole apressado do meu café, estava fugindo do sono apavorada que nem diabo foge da cruz. Estava temendo sonhar as mesmas coisas de antes. E não identificar se o que havia sonhado era algo significativo, ou só mais um pesadelo.
  Foi tão insano, tão real que eu ainda consigo sentir o medo que eu sentia, consigo escutar as vozes repetindo aquele nome... É como se a qualquer momento cabeças fossem sair da parede e começar a gritar...
  - Gap Dong!
  Dei um pulo na cadeira e o copo virou, esparramando espuma e cafeína pra cima da mesa. Era só o jornal falando do serial Killers da cidade. E mesmo assim ainda me aterrorizou.
  - Não você não tá bem, - Ela suspirou, o semblante preocupado predominava muito mais que  o instigado. Ela queria saber o que eu sonhei desde que eu acordei, mas eu não conseguia falar, e não parava de pensar. Mesmo depois de ter sido arrastada até o outro lado da cidade por ela pra tentar me distrair, eu não conseguia me acalmar, não conseguia sossegar o desespero na minha mente. Eu precisava descobrir quem era o Gap Dong, e precisava me encontrar com o Mark, temos muito pra conversar. O problema vai ser só achá-lo. - Alícia eu acho melhor eu te levar pra casa.
  - Não! - Falei alarmada, tirando papéis da caixa de guardanapos para secar a bagunça na mesa. - Eu só estou meio sobrecarregada ainda, mas vai passar, o ideal é nós irmos em frente com os nossos planos, estamos muito perto de pegar aquele cretino, e eu preciso olhar na cara dele.
  - Está bem, - Ela me deu olhada fria, carregada com um peso enorme de preocupação - Mas se você não estiver bem, nós nem vamos passar pelo portal, você não pisa naquela floresta se não estiver bem! - Alertou a Mallya, e eu respirei fundo e abri um sorriso pra ela, aqueles sorriso convincente de quem podia manipular e enganar qualquer um, o verdadeiro sorriso de um psicopata. Pelo menos lá no fundo era um pouco sincero, afinal me sentia tão bem quando ela se preocupava comigo, me fazia esquecer quando brigamos e ela foi embora. Agora, o que mais precisávamos era ficar unidas.
  - As 14horas com o Jackson no porão da antiga casa da fantasma.
  - Bem, se a casa velha não cair na nossa cabeça, o que nos garante que o GDragon não vai sentir que a dona dele está correndo perigo e vir nos atrapalhar.
  - Não vai, - Ela sorriu - Eu e o Jaebum nos programamos perfeitamente para distraí-lo enquanto cuidamos dos nossos assuntos com bastante discrição.
  - Tá e o que você fez com os meninos? - Indaguei e ela sorriu mais ainda, como se estivesse prestes a gargalhar.
  - Eles vão ficar bem ocupados também até as cinco da tarde. - Afirmou e bastou uma troca de olhar pra mim entender que ela estava tramando algo, algo grande, mas que lá no fundo eu achava que não tinha nada haver com os meninos, mas sim com o próprio Gap Dong. Eu conhecia a Mallya bem demais pra saber que tinha sujeira debaixo desse tapete que ela tanto alegava que estava limpinho.
  - Vamos atrás daquele livro de uma vez por todas. - Concordei lançando um olhar pertinente e empolgado pra ela e então jogamos o dinheiro na mesa e saímos da lanchonete.

- Taehyung on-

  - Eu quero dar uma queixa. - Me aproximei fo balcão, aguardando a atendente pegar o telefone e avisar ao delegado que eu estava aqui, foi questão de segundos pra vê-lo abrir a porta.
  Senti um arrepio gelado no corpo quando me preparei para ir até ele. Não ia ser fácil encarar ele e dar a entender que eu era o assassino da mulher dele. Era capaz dele me surrar só pra poder sentir um pouco de vigança, bem, firmei a alça da mochila no ombro, aquela faca lá dentro parecia estar incendiando tudo, e eu não sabia se era só meu medo, mas eu realmente estava desconfortável com o que estava prestes a fazer, andei até ele.
  - Taehyung, o que o traz aqui? - Ele me indagou coçando a barba curioso, acho que lá no fundo os instintos dele negavam que eu podia ser o assassino, mas eram só suposições afinal.
  - Senhor, a arma do último assassinato do Gap Dong está na minha mochila, e tem DNA e digitais, mas eu juro que não sou eu, não fui eu quem matei ninguém, eu não fiz nada eu juro. - Levantei as mãos e senti aquele velho atoma de morte se aproximando. A Mallya estava certa, eu me entregar seria a distração perfeita pra evitar que Mark se envolvesse na missão das meninas.

PRISON IIWhere stories live. Discover now