22 - Mãos da Maldição

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- Taehyung on-

  - Taehyung... - A voz chamou meu nome outra vez, eu conhecia aquela voz, era dela... A mulher que me fez cair, a mulher que roubou a cor branca das minhas asas e as tornou negras com seu pecado. Era ela, eu conhecia como se fosse parte do meu corpo, e isso me dava medo, um temor incontrolável que deixava minha mente perturbada e carregada de pensamentos e dor. Só de me lembrar daquela noite, mesmo que estava bêbado quando aconteceu, a dor tinha sido tão intensa que não me permitia esquecer.
  Corri mais rápido, perdido entre as paredes do labirinto, tentando desesperadamente fugir dela, antes que me encontrasse. Eu não queria vê-la, mal me lembrava de seu rosto, e não queria mais detalhes da noite assombrosa que ela me fez passar à anos atrás.
  - FICA LONGE DE MIM! - Berrei atormentado enquanto continuava correndo, passando por entradas e corredores que se tornavam cada vez mais escuros, enquanto aquela vos parecia estar cada vez mais perto. Me tragando com a escuridão que intensificava a cada passo meu.
  - Taehyung... - Ela me chamou de novo, e a voz parecia estar a poucos metros de mim, olhei pra trás assustado, mas não parei de correr, não vi nada a não ser mais corredores e paredes frias de pedra sendo deixadas pra trás. E então apertei o passo, correndo mais rápido, parecia que eu estava correndo em areia movediça, como se o chão estivesse me engolindo. O aperto no peito ficava mais árduo, desesperado e fazia o pânico subir pelo meu peito, me dando uma vontade desesperada de gritar.
  - SAI DAQUI! - Gritei virando uma esquina e entrando em outro corredor que me levou diretamente a uma clareira, o chão não era mais de concreto onde eu estava pisando, e haviam várias folhas espalhadas pela terra molhada. Me sentindo ainda mais confuso e perdido do que estava antes, tive que parar, não tinha mais pra onde ir, a minha frente tinha um grande lago que se extendia até uma floresta, não tinha mais como fugir, a não ser que eu voltassem pro labirinto, ou então nadasse até as árvores e recomeçasse a corrida. O peito estava inflado, ardendo a cada lufada de ar que escapava dos meus pulmões, eu queria fugir, mas já dava pra sentir a dor nas costelas por ter corrido demais, e eu precisava de ar, estava com dificuldade para puxar o ar pra dentro de tanto ter me esforçado para fugir dela. E mesmo assim ainda não tinha sido o suficiente.
  - Taehyung... - Ela me chamou de novo e eu me virei pro labirinto alarmado, parecia ter vindo da saída, exatamente do local onde a poucos instantes eu havia atravessado.
  - ME DEIXA EM PAZ! - Um berro desesperado escapou da minha garganta, e eu senti o corpo estremecer quando uma rajada de vento frio atravessou o tecido das minhas roupas e se infiltrou na minha pele. O vento gelado era do lago, trazendo consigo um cheiro de água doce e perigosa.
  Incerto e com medo, eu me virei para o lago, cogitando a ideia de nadar até o outro lado, preferia encarar uma cobra ou algum bicho carnívoro que estivesse no lago do que aquela mulher. Ela me aterrorizava, e eu não sabia qual poderia ser minha reação se a encontrasse. Talvez ficasse com mais medo, ou pederia matá-la, se ela já não estivesse morta, eu não sabia mais.
  Ajoelhei diante do lago, olhando pra água, meu reflexo se formou na superfície e ao meu lado uma sombra, estava dnetro da água, parecia uma silhueta borrada, eu não conseguia decifrar o que era, então resolvi colocar a mão na água para ver o que era, e tomado pelo receio a ponta dos meus dedos tocaram na sombra, fazendo ela clarear na quase inexistente luminosidade que a noite poderia oferecer, e o rosto dela se formou, da mulher que havia me corrompido, que havia me feito cair do céu e que agora, nesse exato momento não estava dentro da água.
  - Taehyung... - Ela estava atrás de mim.

- Jimin on-

  - Eles vão morrer se não fizermos alguma coisa! - Protestei inquieto e o pai da Alícia me fitou preocupado.
  - Não fale uma coisa dessas menino! - Repreendeu ele e Jung Kook entrou no nosso meio intervindo.
  - Eles não vão morrer, só precisam de mais tempo. - Corrigiu ele e eu passei a mão no cabelo nervoso.
  - As meninas precisam de nós Jeon! - Tentei apelar pegando Jung Kook pelos ombros e ele me encarou desconsolado, não podíamos entrar, e ninguém podia fazer nada pra mudar isso, a prata nos consumiria em segundos, talvez menos. E apenas o olhar de Jung Kook me fez ficar quieto de novo. Amuado. Eram oito horas da noite, muito tempo havia passado, e eles ainda estava lá dentro, isso estava me corroendo por dentro, ninguém podia entrar a não ser os policiais especializados, ou seja, não afetados pela prata, e nós, os únicos que realmente tem habilidade para encontrar os quatro, não podemos nem se aproximar do labirinto sem risco de morte.
  Olhei para os irmãos das meninas e os amigos sentados no banco enquanto sustentavam os olhares em direção a entrada do labirinto, GDragon desolado e Tailer preocupado enquanto Jaebum e BamBam não paravam de se levantar para andar de um lado para o outro. Isso era mais que desesperador. A impotência ia nos corroer desse jeito.

PRISON IIWhere stories live. Discover now