90 - Somos Iguais

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  - Você não é tão inocente assim... - Ele falou como se estivesse me analisando de cima abaixo e eu arqueei uma sobrancelha, pensando em arrumar mais uma faca para cortar seu rosto, só que dessa vez direto na testa - Você não vai perder seu tempo se apaixonando e seguindo a sua amiguinha, não é? - Ele indagou, mas eu não respondi. - É sério Mallya, o seu anjo caído não está nem ai pra você, não adianta sonhar com essa história de amor, você sabe que lá no fundo depois que ele conseguir se apossar de seu corpo ele vai te largar sem nem olhar pra trás, ele só quer se divertir com você. E sua amiguinha que você tanto zela... Ela nunca te deu valor, então não vai ser agora que ela vai se desgarrar da vingança só porque você está cansada e desgastada demais pra continuar. Eles não se importam com você! - Ele foi rudi, mas eu me mantive firme. Mesmo sentindo que o que ele falava parecia ter algum significado. A Alícia sempre se preocupou com suas vinganças demais a ponto de sempre nos colocar em risco, mesmo quando eu tentava evitar. Eram sempre assim nossos casos, não passavam de um passa tempo até ela se envolver o bastante pra querer vingança, quase como uma fonte de vitaminas que ela não podia viver sem.
  - Você está errado, o Tae me ama, e a Alícia e eu somos praticamente irmãs! - Devolvi sentindo um nó na garganta e ele sorriu, eu estava vacilante, a mente divagando pra lembranças na tentativa de negar tudo que ele queria dizer. Por mais que fizesse sentido. Quase pude sentir o início de lágrimas querendo encher meus olhos.
  - Ah, vai chorar por que eu te magoei com a verdade? - Ele caçoou e eu senti meu corpo inteiro queimar por dentro. - Me diga Mallya, foi sempre você não foi?
  - Do que você está falando??! - Rosnei e ele travou a arma e abaixou a mão para me encarar melhor.
  - Foi sempre você que alimentou a obsessão da Alícia não foi? Sempre concordando e aceitando, indo junto e provocando cada vez mais o desejo insaciável dela por carnificina, até que ela não pudesse mais ser controlada por você... Ou vai me dizer que nunca percebeu? Nunca percebeu que seu apoio foi sempre fundamental pra fazer ela perder de vez qualquer indício de humanidade que ela tinha, e cada vez mais se afogar em obsessões, tudo por sangue e o prazer da caça. Você nunca percebeu que lentamente estava alimentando o desejo psicopata dela pela morte, mas não a própria morte, a morte de todos ao seu redor. E só agora que fiz você abrir os olhos que percebeu as consequências...
  Arregalei os olhos lentamente, fazia mais do que sentido. E o pior era que eu estava pagando as consequências, por ter incentivado um psicopata a alimentar seu vício por matança e crueldade.
  - Por que você não acaba com tudo logo? - Jong Up me tirou do meu devaneio me fazendo estremecer.
  - O que?
  - Se você acabar comigo, eu conto antes de morrer quem é o verdadeiro Gap Dong. Assim você mata os dois na mesma noite, porque afinal, os dois Gap Dong estão aqui esta noite. Basta você identifica-lo e matar. Ficaria mais do que surpresa em saber quem ele é... - Jong Up abriu um sorriso largo, excitado com a possível ameaçava de morte, parecia se divertir bastante com a ideia do desafio, e eu não tinha nada a perder, então por que iria recusar?
  Afinal era o que a Alícia queria, e era o que eu queria. Simplesmente acabar logo com tudo isso e poder eliminar o caso. Todos os meus problemas acabariam e eu poderia esquecer que tudo aconteceu e descansar. Eu tinha que fazer isso, era o certo, não era?
  - Ainda está pedindo permissão Mallya? - Jong Up caçoou, - Você sabe que dá única coisa que precisa é de se libertar... Para de fingir ser quem não é e se liberte... Mostra pra mim quem você é de verdade!!! - Ele berrou alterado e eu avancei um passo pra frente olhando fixamente pra ele, conseguia sentir o sangue pulsando nas minhas têmporas e a adrenalina voltando, me tragando junto com a raiva, estava quase lá, a loucura era tão como a gravidade... Eu só precisava de mais um empurrão pra tornar todos os meus desejos realidades... Só mais uma palavra...
  - Você sabe que nós dois somos iguais. - Foi a gota d'água. Não consegui conter a gargalhada, fluindo pelo meu peito tão naturalmente que a malícia na minha voz pareceu um orgasmo de tanta libertação.
  - Não, não somos. Eu sou muito melhor que você. - E com um sorriso no rosto eu começei a avançar... Pisando duro, olhando fixo nos olhos dele, podia sentir meu corpo queimando, lentamente me soltando de todas as amarras do meu controle emocional, eu não ligava mais pras regras, agora eu só queria brincar, e meu troféu seria a cabeça dos dois Gap Dongs empalados casa.

PRISON IIWhere stories live. Discover now