75 - Gap vs Dong

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  Minha intenção nunca foi machucar, e como sempre fui boa de mira, não hesitei ao disparar a arma.
  Com pressa o tiro foi pro peito do palhaço e ele cambaleou pra trás por três passos. Com o susto arma caiu da mão do menino, e a Mallya avançou pelo bar, indo em direção ao Jongup.
  Eu me escorei no balcão, agora sem o apoio da minha amiga pra me suportar e mirei de novo, só que agora na cabeça de um assaltante que ameaçou intervir na confusão.
  A Mallya partiu pra cima de Jongup, a faca empunhada quase rasgou a garganta dele que se esquivou rápido a tempo de manobrar os pulsos dela pra longe e tomar a faca, de relance pude vislumbrar uma arma na cintura dele, quase imperceptível, e quando notei que não havia nenhuna gota de sangue e que de certa forma o rapaz ainda não havia demonstrado nenhuma sequer fraqueza cheguei a conclusão que havíamos caído mais uma vez no jogo dele. E já era tarde demais pra voltar atrás.
  - Mallya! - Gritei, e ele rendeu a garota sem precisar de esforços e assim que colou o corpo dela de costas contra o seu peito, Jongup sem aviso prévio retirou sua arma reserva da cintura e encostou no quadril dela, destravei novamente a minha arma e senti a lâmina de uma faca na garganta, ameaçando cortar, alguém tinha me pego por trás do balcão, eu havia bobiado, e quem se aproveitou disso foi Jongup dando um tiro na Mallya.
  Cerrei os olhos como se pudesse sentir a dor e o grito dela irrompeu pelo bar. Um grito feminino carregado de agonia e surpresa.
  Quando meus olhos foram abertos novamente ele já havia soltado ela, e seu corpo machucado caiu no chão.
  - Ora ora se não tivemos a honra de receber um velho amigo... - Alguma coisa mudou no tom de voz de Jongup assim que os olhos dele bateram no cara que estava com a faca na minha garganta, era um cara, eu sabia por causa da maneira que segurava a arma branca.
  - Não vai querer conversar? - Jongup se pronunciou de novo, mas o cara atrás de mim não se manifestou. Alguma coisa na maneira firme e tensa que ele estava segurando a faca me deixou intrigada. Havia uma sensação de dejavu.
  - Você não sabe quem ele é não é Alícia? - Jongup continuou, e pela maneira que falava eu conseguia sentir o sorriso nas suas cordas vocais, quase como divertimento da parte dele.
  - Cala a boca seu imbecil! - A Mallya rolou no chão tentando se levantar irritada e Jongup virou o rosto para fita-lá. Olhou uma vez, depois outra, e logo em seguida deu um chute em seu estômago tão forte que a fez virar e perder o fôlego em meio a um gemido entrecortado.
  - Para! - Gritei e assim que destravei a arma para atirar nele, a lâmina da faca fez um corte na minha garganta me retendo na mesma hora.
  - Acho que, posso ser mais informativo antes de resolver ir embora... - Jongup abriu a boca de novo, meu sangue ardeu de ódio nas minhas veias e eu comecei a sentir que meu pescoço estava ficando molhado de sangue - Esse cara aí - Ele apontou e eu vi uma faísca nos seus olhos, estava prestes a dizer algo que me tiraria do sério com certeza, dava pra sentir a ruindade no seu futuro ato como se impregnasse seus movimentos astutos - É o seu verdadeiro Gap Dong, o primeiro e mais cruel. O psicopata frio que matou a sua mamãe. - Não precisei sentir o sorriso gélido de Jongup pra faca apertar mais na minha garganta - Ele não ficou satisfeito com uma simples mamãe, agora ele quer a filhinha pra completar a coleção dos assassinatos. - Jongup continuou, e meu coração terminou de destroçar, doendo como se uma ferida tivesse sido aberta sem piedade no meu peito. A dor da faca me cortando parecia vezes menor que a raiva que eu conseguia sentir me sufocando, queimando o sangue nas minhas veias com tanta crueldade e frieza que eu mal conseguia manter a mão que segurava a arma sem tremer.
  - Ele está de máscara... - A Mallya, agora tão incrédula quanto eu se pronunciou, não estava armada mais, e eu desejei com tantas forças que ela estivesse com a faca para lançar, quase como uma prece de desespero se estampando na minha face.
  Uma pancada rugiu na porta de ferro do bar, tinha alguém do lado de fora.
  - Levantem as mãos e saiam ou vamos penerar todo mundo nessa porra! - Era a voz do Tae, e pelo visto não estava sozinho, ele havia chegado, em dez minutos como Jongup preveu, quer dizer que a Polícia ia chegar em mais cinco minutos.
  - Vou ser legal com vocês dessa vez, mas não se esqueçam de usar os brincos, vocês sabem a onde terão que ir pra me encontrar. - Jongup finalizou, deixando seu recado, e o menino encolhido no chão nem recebeu aviso prévio foi pego pelo queixo, Jongup o ergueu e colocou o cano da arma em sua boca. Praticamente forçando o menino a isso.
  - Não faz isso...! - Tentei implorar, quase gritando, mas Jongup já estava com o dedo no gatilho. O tiro atravessou a cabeça do menino de uma vez e enquanto o corpo do pequeno desfalecia indo direto pro chão, Jongup mirou a arma na minha direção e disparou, mas a bala não me pegou, foi direto pro braço do cara que estava com a faca na minha garganta.

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