Capítulo 17

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— Como derrotou o monstro? — Perguntou-me pela décima vez com toda a paciência. Me recusei a abrir a boca mais uma vez para respondê-lo, mas parecia que ele estava disposto a passar o dia inteiro fazendo isso.

— Como derrotou o monstro? — Perguntou-me novamente por mais algumas vezes antes que a minha paciência chegasse no limite. Resolvi entrar no jogo dele e ver aonde ia dar.

— Arrancando a cabeça dele, oras. — Era uma pergunta óbvia demais, já que essa era a única forma de se matar um monstro sombrio. Ele sorriu ao perceber que tinha vencido a rodada e continuou.

— E como conseguiu fazer isso?

— Mordendo com força e puxando, óbvio! — Sorri com ironia para ele.

— Não estou com pressa. Vamos tentar mais uma vez, certo?

— É só questão de observação, planejamento e de se mover rapidamente no momento certo. — Expliquei antes que ele pudesse repetir a pergunta. — A luta não durou um minuto. A melhor forma de se lidar com vampiros raivosos ou qualquer outro monstro é ser rápido e não prolongar a luta. Não sou tão fraca quanto você pensa!

Monstros podiam ser muito mais fortes e o pior é que tinham alguma consciência visto que podiam aprender com nossos movimentos também.

— Te subestimei. — Ele sorriu pra mim de uma forma como nunca tinha feito antes.

— Estudo e treino para isso. — Respondi confiante.

— Mas ainda é uma criança. Você poderia ter morrido.

— E você teria se importado? — Perguntei um pouco mais séria. Até antes de tudo isso acontecer, ele me desprezava e humilhava a cada vez que nos víamos, então eu tinha todos os motivos para desconfiar.

— E eu tenho a opção de não me importar? — Eu e ele sabíamos que era impossível. Se eu o visse em perigo, tenho certeza que Lisa me obrigaria a salvá-lo.

— Tenho mais uma pergunta. Por que resolveu pedir ajuda justamente para mim? Não estávamos nos dando bem, então não entendo o motivo pelo qual você confiou em mim.

— Não tive muita escolha. Não queria preocupar a minha avó e o Nicolas não estava me atendendo.

— Quando falei para você se afastar dele eu estava falando sério. — O sorriso que havia em seu rosto se desfez completamente.

— Ele é meu amigo! Você também tem suas amigas, não é?

— Se você está se referindo àquele dia, saiba que se sai com Lorraine a culpa é sua.

— Minha? — Como era fácil entrar em discussão com ele!

— Sim! Lorraine estava frustrada e me pediu ajuda para se aproximar do companheiro dela, mas acontece que o companheiro dela está interessado em você!

— O quê? — Perguntei atordoada com a informação. Nicolas e Lorraine são companheiros predestinados? Nicolas nunca me falou sobre isso e eu até entendo o porquê. Eles não têm nada a ver um com o outro. — Mas Nicolas e eu somos só amigos. Nunca dei motivos para ele pensar em mim de outra forma.

— Uma vez vi você indo sozinha em direção a casa dele. — Rebateu. Quando que ele viu isso? Tentando puxar os fatos na minha cabeça, lembrei-me do carro preto que parara para eu passar no primeiro dia em que fui na casa de Nicolas. Era ele?

— A banda toda estava lá!

— Mas eles foram embora e você ficou sozinha com ele.

— Como sabe disso? — Perguntei perplexa. — Andou me espionando?

Destino: O herdeiro AlfaWhere stories live. Discover now