Capítulo 26

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Ele não disse nada durante o percurso de volta, tampouco mostrou sinais de arrependimento. Assim que paramos, saí do carro apressadamente sem olhar para trás. Não dava mais tempo de comer algo antes, invés disso, tive que correr até o ringue para chegar a tempo para o torneio.

"Tenho dó das suas adversárias de hoje!" — Disse minha loba em tom sério. Ela sabia bem que toda essa raiva dentro de mim seria descontada nas minhas adversárias.

Apertei meu kimono branco usando uma faixa cinza simples que tinha a disposição no vestuário. Ela não me correspondia, já que quando saí de Heington eu já era faixa roxa, mas eu não a trouxe quando me mudei. Arranquei meus sapatos jogando-os de qualquer maneira dentro do armário e comecei a me alongar. Assim que pisei no tatame, notei uma imensa plateia aos arredores de olho do duelo que já estava se encerrando.

— Eliza! — Chamou a professora assim que me viu. — Aonde estava? Achei que não chegaria a tempo. A próxima é você!

Assenti para ela e tomei posição. Minha primeira oponente vinha de um colégio de um vilarejo vizinho. Tinha um corpo robusto e musculoso e os cabelos castanho claros estavam cortados bem curtinhos. Usava uma faixa verde. Ela me encarou com um sorriso presunçoso enquanto eu ouvia uma conversa de dois rapazes não tão longe na primeira fileira da plateia.

— Tadinha, ela parece tão magrinha e delicada.

— Talvez fosse melhor ela desistir. Seria uma pena se nossa campeã estragasse seu rostinho lindo.

— Nossa, ela deu azar de pegar a mais forte logo de cara.

Azar? Bloqueei a super audição da minha loba percebendo que era melhor não saber o que o público dizia. Eu mostraria a eles pessoalmente quem é que tinha dado azar. Assim que a partida foi autorizada pelo árbitro, parti para cima da oponente e com um movimento rápido e preciso, derrubei-a no chão. Ela rapidamente se reergueu só para ser mandada para o chão mais uma vez. Rapidamente a imobilizei com tanta força que ele não teve escolha a não ser desistir antes que eu quebrasse o seu braço.

Assim que o árbitro declarou minha vitória levantei-me e observei novamente a reação do público. Em meio a uma multidão de rostos mudos, ouvi meus amigos gritando pelo meu nome no canto superior direito. Acenei para eles sorrindo. Realmente a banda inteira estava lá dessa vez. Quando percebi que além deles também haviam outras pessoas do colégio torcendo por mim, não acreditei. Dezenas de rostos desconhecidos me aplaudiam de pé e gritavam o meu nome.

"Essa era a candidata mais forte? As outras estão ferradas!" — Minha loba sorria comigo. De fato, o desenrolar das partidas foi tão fácil que não precisei me esforçar muito. Algumas claramente utilizavam de seus lobos também para força e agilidade, mas com a pouca técnica que tinham iam pro chão rapidamente.

Assim que finalizei com a última oponente, percebi que a plateia de torcedores só havia aumentado. Deixei o ringue ouvindo meu nome ser ecoado ao fundo, e senti a mesma sensação que tinha como Lisa de quando eu deixava o palco após os meus shows.

O vestiário estava cheio. Senti muitos olhares sobre mim, mas não me virei por nenhum instante, apenas concentrei-me em pegar minhas coisas e sair dali. Segui pelo corredor movimentado até encontrar uma brecha para fora do ringue, mas inusitadamente fui pega de surpresa em um abraço apertado.

— Amiga! Você é incrível! — Annie me pegara de jeito e não foi a única.

— Olha aí nossa musa! Caramba, você luta muito! — Disse Maxsuel colocando a mão no meu ombro direito.

— Caramba, a humilhação foi demais. Você é profissional em jiu-jitsu? — Perguntou Jonathan, que permaneceu a uns passos de distância numa atitude menos invasiva.

Destino: O herdeiro AlfaWhere stories live. Discover now