Capítulo 118

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Assim que Lohan pisou do lado de fora, começou a correr. Mesmo na forma humana, ele era surpreendentemente rápido. Segurei com força a caixa com medo de deixá-la cair. Fechei meus olhos por um momento enquanto deixava o calor do meu companheiro aquecer o meu corpo. As batidas do coração dele eram como música aos meus ouvidos.

O cheiro de umidade no ar momentos depois me fez abrir os olhos. Eu já conseguia ouvir o som das águas. Assim que nos aproximamos da margem de um córrego, meu companheiro me desceu até o chão. Olhei atentamente o rosto dele, que estava concentrado sussurrando palavras em uma língua desconhecida. A energia mágica que saia dele era esmagadora. Eu quase podia vê-la saindo de dentro dele e entrando na água. Era como um feixe de luz branca, embora misteriosa e poderosa, era surpreendentemente quente.

Algo estava se formando dentro da água e então ela se partiu ao meio revelando uma massa prateada no fundo. Lohan me empurrou suavemente em direção daquilo e senti meus pés afundando como se eu estivesse pisando em areia movediça. À medida que meu corpo descia, meu mundo se tornou um borrão diante dos meus olhos. Pisquei meus olhos algumas vezes buscando o foco, mas tudo ao redor era muito diferente. Olhei para baixo e tudo o que vi foi o meu próprio reflexo como se estivesse pisando em um espelho.

— Bem-vinda ao nosso lar! — Lohan falou suavemente passando os braços em torno de mim. Olhei ao redor tentando processar tudo aquilo como real. Parecia que eu estava dentro de uma história de fantasia. Eu e Lohan estávamos de pé em cima de um lago prateado. Eu podia ver alguns peixes luminescentes nadando através das águas prateadas e não entendia como conseguia ficar em pé por cima sem afundar. Um deles saltou na minha direção, mas a contato não veio. Ele atravessou minhas pernas e mergulhou novamente na água.

— Peixes fantasmas? Sério? — Me soltei de Lohan e corri empolgada por cima dessa água prateada acompanhando o cardume de peixes fantasmas. Comecei a rir quando vários peixes começaram a saltar contra mim. Eu não os sentia, mas era assustadoramente bizarro verem eles atravessando o meu corpo. — Isso é real ou ilusão?

— Real. — Disse Lohan com um sorriso brincalhão. Algo em seus olhos me prendeu a ele de uma forma muito mais mágica que esse cenário.

— Que legal! — Comecei a rodopiar enquanto admirava o ambiente à minha volta. Havia um azul infinito acima da minha cabeça e tudo brilhava como se fosse dia, mas eu não conseguia achar o sol.

— Depois eu te mostro tudo. Venha comigo! — Disse-me suavemente. Corri até o meu companheiro e peguei em sua mão. Ele me guiou em direção a uma construção arredondada que parecia estar no centro desse lago sem fim. Era bem simples, de coloração esbranquiçada e aspecto tão fofinho como uma nuvem.

— Onde está a porta? — Perguntei a ele vendo que ele não pretendia parar.

— Do lado de dentro. — Respondeu me puxando junto através da parede. Atravessei a parede como se realmente estivesse atravessado uma nuvem, mas o que havia dentro prendeu completamente a minha atenção. A julgar pela estrutura, parecia que estávamos dentro de um quarto. Toda a parede interna tinha um aspecto completamente diferente do que eu vi por fora. Eram como um grande espelho, mas elas não refletiam nada.

Não haviam janelas e o teto todo brilhava como se fosse uma grande lâmpada. No centro, havia uma espécie de cama redonda, bem mais baixa do que uma cama tradicional. Estava coberta por uma manta branca igual ao que Lohan me dera e haviam alguns travesseiros parecidos com pequenas nuvens espalhados acima dela. Aproximei-me deles só para tocá-los e sentir a textura. Eram tão macios!

— Lohan pegou a caixa da minha mão e a colocou em uma estante esmeralda perto do que parecia uma grande porta de madeira dupla. Supus que era realmente uma porta pois é a única coisa que me parecia realmente normal até agora.

Destino: O herdeiro AlfaWhere stories live. Discover now