Capítulo 29

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Um mural? Eu estou nesse mural? Fiquei me perguntando sobre isso enquanto adentrávamos a área gourmet da casa. O cheiro de comida caseira no ar me distraiu a ponto de deixar essa história para depois até porque não é como se eu pudesse averiguar esse tal mural no momento. Se na cidade o sinal de internet era ruim, aqui era ainda pior.

— Bem vindos! Sintam-se em casa. — Disse a mãe de Maxsuel cumprimentando-nos. Ela era notavelmente bonita, de estatura pequena, pele clara, cabelos castanhos compridos e ondulados, e olhos castanhos expressivos. Ao lado dela, duas crianças idênticas pareciam ansiosas para pegar a comida. Já com o prato na mão, um deles pegou uma batata no garfo. — Meninos, tenham educação! Cumprimentem nossas visitas primeiro!

— Oi, gente! — Disse um dos meninos.

— Olá! — Disse o segundo gêmeo. Ambos pareciam ter por volta de dez anos e estavam vestidos com roupas exatamente iguais.

— Me chamo Sophie. — Disse a mãe de Maxsuel diretamente para mim oferecendo um aperto de mão. — Você deve ser a Eliza. Meus dois caçulas se chamam David e Dante.

Ela apontou o indicador a cada menino enquanto falava o nome deles. Atentei-me ao máximo para não os confundir depois.

— Muito prazer em conhecê-los. — Disse-lhe retribuindo o aperto. — E muito obrigada por nos receber!

— Que isso, vocês já são de casa! Só faltava conhecer você. Fico feliz que tenham vindo!

— Eliza, a musa do grupo, a garota bonita. — Disse Dante se aproximando de mim. — Meu irmão estava certo, você é bonita mesmo.

— Você é talentosa e inteligente também? — Dessa vez foi o David. Embora idênticos era possível dissocia-los pelo cheiro, que de um era mais forte e frutal do que do outro. — Meu irmão vive falando de você!

— Ah, você dois! — Maxsuel pegou os dois pela orelha e arrastou-os com ele. — Vocês gostam mesmo de me infernizar.

— Quer dizer que sou bonita, inteligente e talentosa? — Deixei escapar um riso sereno. Os gêmeos o tinham dedurado na cara dura. Dava para ver que essa personalidade descontraída era de família.

— Ninguém nega isso. — Dessa vez foi Nicolas quem interviu. Percebi que o restante do grupo acenou positivamente em concordância e senti minha cara esquentar de vergonha. Ainda era estranho para eu chamar a atenção como Eliza.

— Ficou vermelhinha. Que adorável! — Disse Sophie. Parece que hoje todos decidiram pegar pesado comigo.

Servi minha comida em silêncio e observei-os interagirem entre si. Pareciam tão entrosados uns com os outros que me senti deslocada. Eu não sabia bem como entrar na conversa, então fiquei apenas ouvindo enquanto eu comia e respondendo sucintamente quando perguntavam algo para mim.

— Pode repetir! Tem muita comida ainda. — Disse-me Sophie quando levantei para levar o prato até a pia.

— Estou satisfeita, obrigada! A comida estava deliciosa, principalmente o frango. Seu tempero de ervas é incrível.

— Que bom que gostou! Espero que tenha guardado um espaço na sua barriga para a sobremesa!

Os gêmeos já tinham terminado de comer a mais tempo, mas permaneceram na mesa inquietos. Quando Sophie disse isso, parecia ter dado o consentimento que esperavam para correr até a geladeira. Cada um voltou trazendo uma bandeja na mão, cada bandeja com taças recheadas, uma com manjar branco com calda de ameixa e a outra com mousse de framboesa. Podia dizer o que era não só pela aparência, mas pelo cheiro. Curiosamente os gêmeos se colocaram perto de mim, um à minha direita e o outro à esquerda.

Destino: O herdeiro AlfaWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu