Capítulo 116

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Por volta das quatro da tarde, fui requisitada a comparecer no templo onde ocorreria a cerimônia. Os quatro guardas ao meu redor deixaram claro que eu não tinha escolha a não ser acompanhá-los. Ordens do herdeiro!

Consegui apenas cinco minutos de privacidade para guardar as coisas que precisaria, antes de ser novamente intimidada. Segurei minha mala com força me recusando a soltá-la. Eles não ousaram a mexer comigo ou tentar tirar minhas coisas de mim, mas mantiveram seus olhares atentos o que me deixou muito desconfortável.

"É muito longe!" — Reclamou Lisa. Foi mais de meia hora de carro antes de paramos de frente a uma construção antiga e robusta. Suas colunas arredondadas eram grossas e altas, e a pintura branca exterior estava desbotada. Tentei controlar minha respiração enquanto entrava nervosamente dentro daquela construção.

Sem saber, eu acabei dificultando as coisas para o meu companheiro. Além de ser afastado de Siram, essa construção tinha uma estrutura complexa para se pensar em escapar. Havia apenas uma porta de entrada, e todas as janelas eram extremamente altas e de difícil alcance. Um sacerdote caminhou até nós assim que nos viu entrar.

— Me chamo Eliazar e irei guiá-los. Me acompanhem, por favor! — Disse ele. Ele era alto e magro e caminhava com a postura impecavelmente reta enquanto nos guiava através de um largo corredor. Viramos à esquerda entrando em um corredor mais estreito e fomos até o final adentrando em uma pequena sala com várias janelas de vidro fixas.

Era uma sala bem iluminada, tanto pelo exterior, quanto por diversas lâmpadas espalhadas em locais estratégicos. Havia uma pequena mesa de frente a um grande espelho, com uma poltrona acolchoada atrás.

— Há um banheiro atrás daquela porta. — Ele apontou para o canto direito da sala. — Poderá usar essa sala para se preparar para a cerimônia mais tarde. Deixe suas coisas aqui e me acompanhe!

— Aonde vamos?

— Encontrar o alfa! — Respondeu-me em um tom sério.

Se era só isso, pensei que não tinha nada a temer. Isso foi um engano terrível. Fui levada a uma sala escura no subterrâneo, repleto de velas por todo canto. O cheiro do incenso era forte. O alfa estava de frente para uma pequena escada e não estava só. No topo, uma estátua de mulher era o centro e havia oito sacerdotes anciões ajoelhados de frente para a estátua. Outras quatro estátuas de lobo ao redor da mulher representam os quatro filhos de luna.

Os guardas não me seguiram para dentro da sala, invés disso, ficaram posicionados na entrada. O alfa Clark virou-se para mim e estendeu a mão como se pedisse que eu me aproximasse. Caminhei a passos lentos, um pouco receosa.

— Alfa! — Curvei-me respeitosamente antes de dar a mão para ele. Ele assentiu e, pegando na minha mão, me fez subir os degraus. Quando dei por mim, estava dentro de um círculo bizarro na frente da estátua de Luna.

— Ajoelhe-se! — Ordenou o alfa depois de soltar minha mão. Olhei para os sacerdotes com desgosto. Parecia que eu estava entrando em uma espécie de ritual e não gostei nada de ser pega de surpresa com isso. Apesar disso, segui as ordens do alfa.

Os sacerdotes começaram uma espécie de oração implorando pela benção da deusa Luna e desejando sorte e prosperidade para Siram. Fiquei em silêncio o tempo todo sem saber o que fazer.

— Que tua filha sirva ao povo, que seja fértil e que honre nossas tradições! — Disse um deles se levantando e se aproximando de mim. — Quanto a essa outra questão...

Ele desamarrou o lenço do meu pescoço e expôs a marca. Depois disso pousou suavemente a mão sobre a marca e fechou os olhos. Será que se eu quebrasse a mão desse homem eu seria penalizada?

Destino: O herdeiro AlfaМесто, где живут истории. Откройте их для себя