Capítulo 81

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Um som persistente começou a tocar ao meu lado me tirando do sono. Era muito cedo para o meu despertador tocar. Estiquei minha mão em direção ao meu celular no intuito de parar o barulho. Abri levemente meus olhos e vi o nome de Annie brilhando na tela.

— Por que tão tarde? — Já era quase meia noite. Assim que cliquei no botão de atender, ouvi soluços de Annie do outro lado.

— Annie, você está bem? — Perguntei. Ela estava claramente chorando.

— Eliza, eu não sei o que faço. Estou desesperada! Me ajuda, por favor!

— O que aconteceu? — Saí da cama imediatamente e liguei a luz.

— Está acontecendo uma invasão grande e o Liam foi recrutado. Ele acabou de sair de casa. Eliza, ele não está preparado! Se algo acontecer com ele eu morro.

— Annie, fica calma! Não vou deixar nada acontecer com ele. — Peguei a primeira muda de roupas que vi no armário e comecei a me vestir apressadamente. — Quais foram as instruções que ele recebeu?

— Disseram que era para ir para o local de treinamento. Isso é tudo o que sei. — Sua voz foi sumindo enquanto voltava a chorar compulsivamente.

— Annie, respira fundo! Eu prometo a você que ele vai ficar bem. Apenas confie em mim!

Desliguei o telefone, deixando-o para trás e coloquei as chaves da casa no meu esconderijo. Eu não levaria nada além das minhas roupas que pudesse perder pelo caminho. Como dificilmente eu conseguiria um táxi a essa hora, comecei a correr. Eu não conseguia entender porque ninguém me ligou para me informar sobre isso. As ruas estavam tão desertas que parecia que estava tudo bem, mas tão logo sai da cidade entrando na estrada que leva a área de treinamento, o movimento começou.

— Professora, você também foi chamada? — Um de meus alunos parou a moto ao meu lado. Quem me dera eu tivesse sido chamada... — Quer uma carona?

— Sim, obrigada! — Aceitei de imediato subindo na moto e segurei-o na cintura para me firmar. Era a minha primeira vez andando de moto.

A área de treinamento estava um caos. Não eram só os alunos em treinamento, como também toda a guarda da cidade. Assim que entramos, saltei da moto e corri para o meio da agitação. Avistei John a distância. Ele estava conversando com Saulo próximo a um veículo militar.

— Eliza, o que faz aqui? — Perguntou John ao notar que eu estava me aproximando.

— Por que não me chamaram? — Perguntei irritada. Eu era um oficial do alfa agora, então não podia ser excluída assim. — O que está acontecendo?

— Eliza, vai para casa! Te chamaremos se for necessário. — Respondeu John. Parecia com pressa.

— Não! Se meus alunos vão participar disso, eu vou também! Isso não está em discussão! — Meus alunos estavam em treinamento comigo a pouco mais de dois meses apenas. Eram muito inexperientes ainda e eu não queria deixá-los passar por isso sozinhos. Cruzei os braços e mantive uma postura firme. Ninguém me convenceria do contrário.

— Houve um alerta na fronteira. Centenas de criaturas sombrias estão atravessando ao mesmo tempo então a unidade do gama está pedindo reforço imediato. — Explicou Saulo. — Fazia muitos anos que não acontecia algo desse nível, por isso que precisamos chamar alguns dos nossos aprendizes mais talentosos para ajudar.

— Com uma ameaça dessas, tenho ainda mais motivos para ir dar suporte! Quero que me coloquem na mesma unidade que os meus alunos.

Eu havia prometido a Annie que não deixaria nada acontecer com Liam. Como John disse que não precisava de mim no momento, usei minha posição na hierarquia para definir minha posição por conta.

Destino: O herdeiro AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora