Capítulo 57

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Passei na recepção e paguei toda a conta adiantada, deixando um crédito para eventuais necessidades. Caminhei devagar pela estrada, enquanto os primeiros raios de sol começavam a despontar no horizonte. Andei sem rumo por um tempo, completamente perdida. Não conseguia me lembrar onde era a casinha ao qual Verônica me levou. Levei minha mão até o bolso da calça e procurei pela chave. Pretendia rastrear a casa através do cheiro.

"Você esqueceu as chaves!" — Disse-me Lisa em pensamento. Sorri serenamente ao ouvir novamente a voz dela na minha cabeça.

O que ela me disse era certo, acabei me lembrando que deixei a chave em cima da cama e só peguei a carteira. Até a porta da frente eu tinha deixado aberta.

"Vamos ficar bem!" — Prometi a mim mesma. Eu precisava acreditar nisso, que eu conseguiria resolver as coisas.

"Estou com fome!" — Disse-me ela, assim que passamos de frente para uma cafeteria que acabara de abrir. O cheiro no ar estava atraente. Entrei e me sentei em uma das mesas.

— Minha nossa! — Disse a atendente por trás do balcão assim que olhou para mim. — Você está bem?

Por que todo mundo estava me perguntando isso? Respirei profundamente pegando o cardápio.

— Vou querer as omeletes da casa, um pedaço de bolo de chocolate e um copo de leite quente, por favor.

— Claro... — Disse-me ela anotando o pedido e saindo às pressas. Como fui a primeira a entrar, não demorou muito para o pedido chegar.

Eu me sentia um pouco mais calma enquanto comia. Apesar das coisas não estarem indo bem para mim, tinha para mim que tudo o que me faltava agora era resolver as coisas com o meu namorado. Eu pretendia dizer a verdade a ele sobre a minha identidade artística. Se eu contasse a ele que era a cantora Lisa, ele entenderia que se me encontrei a sós com Nicolas foi para manter segredo sobre isso.

Paguei a conta e voltei a caminhar. As coisas pareciam estar começando a dar certo para mim agora, já que finalmente avistei a rua que dava para o morro da casa. Embora não fosse uma rua principal, era relativamente larga e tinha algumas lojas e até mesmo uma lanchonete grande. Parei de frente para uma vitrine e me deparei com o meu reflexo. Meu cabelo estava todo desgrenhado e meus olhos inchados de tanto chorar. Havia um hematoma escuro no meu pulso esquerdo e outros mais leves nos braços e nas pernas.

Olhando o meu reflexo, eu realmente parecia um pouco assustadora, mas não me parecia grande coisa. Já estive em pior estado muito mais vezes. Suspirei e resolvi entrar na loja. Comprei algumas toalhas novas, roupa de cama e alguns itens de higiene pessoal. Quando cheguei em casa, tomei um banho demorado e fui dormir um pouco.

Quando me levantei, já era quase três da tarde. Eu não tinha fome. Resolvi que deveria começar a guardar minhas roupas no armário. Eu estava tão concentrada na tarefa que levei um susto quando o telefone começou a tocar. Primeiro pensei que pudesse ser a minha tia para me falar sobre a vovó, mas o nome na tela me fez ficar receosa. Ele nunca tinha me ligado...

— Oi, Liam? Aconteceu algo? — Em não conseguia pensar em um motivo pelo qual ele me ligaria.

— Eliza, estou com um assunto urgente aqui. Andei conversando com Annie e achamos que você é a única que pode nos ajudar. Nicolas deslocou o ombro, e não vai conseguir tocar por um tempo. Será que você poderia substituí-lo por hoje?

— Ele está bem? — Senti meu coração se agitar, meus olhos voltando a lacrimejar.

— No geral está. Parece que ele teve um acidente doméstico, não sei bem ao certo o que foi. Ele irá cantar normalmente, certo? Só precisamos de alguém para o violão. Você conhece as músicas e toca muito bem.

Destino: O herdeiro AlfaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora