Capítulo 41

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As tardes de sexta eram constituídas basicamente de atividades de clube. Como eu não fazia parte de mais nenhum, não me detive em correr para casa assim que o sinal de horário do almoço tocou. No intuito de evitar o William, eu já arrumara minha bolsa na noite anterior e pretendia pular o almoço e pegar logo um taxi até a próxima cidade. Dali eu pegaria um ônibus. Meus planos foram rapidamente frustrados.

De frente para minha casa, uma picape cinza estava estacionada. William estava recostado na parte da frente da picape e seu olhar se elevou a mim como se estivesse me esperando. Não consegui esconder meu mau humor quando me aproximei dele.

— Podia ter me avisado que viria. — Me sentia desapontada por ele ter frustrado com meus planos.

— E te deixar alerta? — Ele esboçou um sorriso presunçoso. — Imaginei que tentaria escapar de mim, mas pensei que é gentil demais para sair sem se despedir da sua avó.

Ele estava certo, então não fui capaz de refutar. Como não haveria escapatória, achei que seria melhor almoçar primeiro.

— Quer entrar? — Convidei-o, mesmo que contra a minha vontade.

— Você realmente quer que eu entre?

— Não, mas se eu não te convidar minha avó vai brigar comigo.

— Como insiste... — Ele gesticulou para que eu fosse na frente e me acompanhou de perto. Parecia que minha avó já o tinha notado e esperava ansiosa próximo a porta e com minha tia ao lado dela. Assim que entrei, elas respeitosamente cumprimentaram o visitante.

— Seja bem vindo! É uma honra recebê-lo em nossa humilde casa. — Disse minha tia primeiro.

— Herdeiro alfa, sinto-me honrada com a sua presença. — Entoou minha avó se curvando para ele. — Perdoe-me por não poder lhe dar um tratamento mais adequado, mas se não se importar com nossa humilde refeição, gostaria de almoçar conosco?

— Não precisa se preocupar, eu já almocei antes de vir. Estou indo resolver umas coisas em Heington e por acaso descobri que Eliza também está indo para lá. Achei que seria gentil dar uma carona a ela, caso não se importe.

"Falso!" — Pensei comigo mesma, irritada com o descaramento dele.

— Nossa, que coincidência! — Entoou minha tia surpresa.

— És muito generoso! Nós agradecemos muito sua disposição em fazer isso por ela! — Respondeu minha avó com um sorriso de orelha a orelha.

Deixei-os de lado e fui para o quarto me trocar. Logo o uniforme deu lugar a um vestido verde claro simples que descia próximo aos joelhos. Comi silenciosamente minha refeição evitando o olhar de William. Tão logo terminei, levei a louça para a pia e assim que ia lavar o meu prato, minha tia me puxou.

— Não se preocupe, eu lavo a louça. Não deve deixar o herdeiro esperando. Ele já está fazendo mais do que um favor em te oferecer carona, então seja mais cortês.

A vontade que eu tinha era de deixá-lo esperando por muito mais tempo, mas não queria ser motivo para deixar minha tia e avó mais apreensivas. Peguei minha pequena mala de mão, coloquei um par de chinelos confortáveis e despedi-me delas.

— Domingo estou de volta. Até mais, vó! Até mais tia! — Disse a elas dando um abraço em cada uma.

— Se cuida, querida! Espero que tenham uma boa viagem!

— Não se preocupem, eu vou cuidar dela. — A voz de William soou invasivamente me tirando do sério. Cuidar de mim? Eu não precisava nem da carona dele, quanto mais da companhia dele. Respirei fundo e segui-o até o carro.

Destino: O herdeiro AlfaWhere stories live. Discover now