Destino: O herdeiro Alfa

Capítulo 100

Está frio! Não deveria estar frio... — Pensei enquanto rolava na cama. A inquietação de minha loba me fez abrir os olhos. Foi então que percebi que o meu companheiro não estava do meu lado e a janela do quarto estava aberta.

Olhei as horas, eram duas e pouco da manhã. Tentei relaxar um pouco mais não consegui. Em meu coração eu sabia que ele nunca me deixaria, mas não consegui relaxar de todo. Ele podia ao menos ter me avisado que iria dar uma volta!

Respirei fundo e me levantei da cama. Como eu não conseguiria mais dormir achei que era melhor aproveitar as horas adiantando o que dava. Comecei a lavar alguns legumes e temperar a carne para o almoço. Decidi fazer lombo de porco assado.

Enquanto a carne assava, comecei a estudar. Apesar do tempo que estive fora, eu quase já tinha conseguido colocar o conteúdo em dia. Pausei o estudo na hora de tirar a carne do forno e preparar o café. Quando voltei novamente para o quarto, Lohan estava de pé fechando a janela.

— Pode usar a porta da próxima. — Falei a ele desviando o olhar e abri a porta do armário para pegar o meu uniforme. Lohan estava sem roupas. — E também... se da próxima vez quiser companhia para correr é só me dizer.

— Só fui verificar a integridade da magia nas fontes. — Disse ele rodeando os braços em volta de mim e beijando carinhosamente o meu pescoço.

— E está tudo certo? — Perguntei timidamente.

— Sim. — Virei-me para ele e roubei um beijo rápido antes de correr até o banheiro. Assim que me tranquei, joguei um pouco de água gelada no meu rosto.

"Eliza, porque você ainda é tão tímida?" — Perguntei a mim mesma. Eu ainda ficava um pouco envergonhada e extremamente feliz quando Lohan me tocava intimamente. Me olhei no espelho. Eu quase podia ver minha loba sorrindo também através dos meus olhos.

Quando abri a porta do banheiro, Lohan estava sentado à mesa devidamente vestido. Me sentei de frente dele para comer e notei que ele havia colocado as lentes.

— Vai sair? — Perguntei curiosa.

— Vou te acompanhar. — Disse-me ele com firmeza. — E quando for sair da escola também.

"Por acaso ele pensa que é o meu pai?" — Pensei olhando para baixo. Nunca imaginei que um dia ficaria tão feliz em ser acompanhada até o colégio.

Caminhei de mãos dadas com ele pela rua. A sensação da mão quente dele na minha era muito boa. Por vezes, eu mirava meu companheiro só para poder admirá-lo. O dia se iniciara ensolarado, como se o tempo estivesse dando boas-vindas a ele.

Parei de frente ao portão do colégio para me despedir dele. Mesmo com tantas pessoas em volta, a atração entre mim e meu companheiro era tão forte que parecia que estávamos só nós dois.

— É aqui que eu estudo. — Falei serenamente para ele soltando a sua mão. Depois disso, abri minha mochila e tirei um dos cartões que eu tinha na carteira e entreguei para ele junto com as chaves da casa. — Agora que resolveu sair, aproveite para conhecer a cidade. Use esse cartão para comprar o que quiser para você. Não se preocupe com o valor das coisas, tenho bastante dinheiro. Talvez encontre roupas e calçados que goste mais, ou queira experimentar algumas comidas diferentes...

Ele guardou as chaves da casa no bolso, mas ficou com o cartão na mão olhando-o com atenção. Acho que ele não compreendia como um pedaço de plástico poderia servir para fazer compras.

— É um dinheiro invisível, mas as maquinas conseguem ler. Magia incrível, não é? — Brinquei com ele. — Para usar é só fazer o mesmo que fiz ontem na sorveteria, lembra? Depois você digita esses símbolos nessa mesma sequência.